8.10.09

Sérgio espanca o povo

A imagem aí em cima mostra bem a forma como o Estado do Rio de Janeiro usa a PM. Sérgio Cabral já mandou a PM bater em trabalhadores em geral, especialmente professores, e cada vez a coisa se agrava mais. Não satisfeito com as práticas nazistas aplicadas às instituições sindicais, Cabral esta ampliando sua concepção violenta e agora já está mandando a PM bater no povo, indiscriminadamente. As manifestações de passageiros de trem indignados com o descaso da Supervia são para o Governador um motivo a mais para a truculência.
Ontem - 07/10/2009 - trabalhadores se indignaram com a incompetência e péssimo gerenciamento da Supervia e resolveram reagir, fazendo manifestações em alguma estações da Baixada Fluminense. Sérgio chamou o batalhão de choque e acabou transformando uma manifestação de indignação pacífica em tumulto generalizado.
Hoje foi na Central do Brasil. Mais uma vez a Supervia faltou com respeito aos milhares de trabalhadores que dependem dos trens para trabalhar, chegando ao cúmulo de mandar que todos embarcassem na estação de São Cristovão, alguns quilômetros distante da Central do Brasil. Ao invés de intervir em favor da população, que paga seus salários, Cabral mais uma vez colocou-se ao lado da Supervia e mandou o batalhão de choque dar tiro de borracha e jogar bombas de efeito moral no povo. O comandante do Batalhão de choque, Robson Rodriguês, chegou a dizer que a população "passou dos limites" ao exigir que o sistema de transporte mais popular do Rio de janeiro fosse restabelecido. Chega a ser um escárnio.
Na verdade, o transporte ferroviário é uma concessão pública e deveria atuar no interesse da população, mas não é assim que funciona. No Governo Marcelo Alencar- Sérgio Cabral era seu aliado e presidia a ALERJ- , privatizaram as roletas. Ou seja: Comprar vagões novos e ampliar ou contruir novas plataformas é obrigação do Estado, mas receber o dinheiro das passagens é atribuição da Supervia.
Antes da privatização uma passagem de trem custava pouco mais do que a metade da tarifa do ônibus mais barato. Hoje é 50% mais cara do que a passagem de ônibus. Mesmo assim, a concessionária não assume qualquer compromisso com a população que paga essa passagem, principalmente nos ramais da Baixada Fluminense. Apesar do preço extorsivo os trens são um lixo e não obedecem a nenhum critério de regularidade, além de haver uma "polícia" da Supervia sempre disposta a espancar aqueles que reclamam de qualquer coisa.
Na prática os trens urbanos do Rio de janeiro são verdadeiros campos de concentração, onde as pessoas pagam a passagem, não tem qualquer direito e ainda apanham de vez em quando.
Isso por si só já seria uma tragédia, mas Sérgio Cabral insiste em piorar as coisas oferecendo a PMRJ - Instituição que deveria ser respeitada pelo Governante - como extensão e braço armado da Supervia.
Vivemos, podemos dizer isso sem susto, um período de exceção no Rio de janeiro. Um exercício nazista de poder, ainda pior do que o de Adolf Hitler, pois é um nazismo exercido pela iniciativa privada com o amparo do poder público, do Estado.
O povo está certo em reagir. Se a coisa continuar assim daqui a pouco não teremos mais direitos sobre coisíssima nenhuma.
O princípio básico do capitalismo é o que impõe a quem recebe alguma obrigação em termos de prestação de serviços à quem paga, mas no Rio nem isso é verdade. O sujeito paga uma passagem cara e ainda apanha daqueles que deveriam disponibilizar o transporte para leva-lo para casa. Uma coisa grotesca que apenas indica que não há Governo. Mas, parafraseando Chico Buarque, e ao mesmo tempo contrariando a lógica do verso, podemos dizer: Não tem Governo, mas em breve terá.

OBS: Sérgio Cabral chamou de vagabundos os trabalhadores que ficaram sem trens na Baixada. Quem vive passeando em Paris com dinheiro do povo é o que?

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