31.12.09

Quintanares para vocês, por todo 2010...


Esperança



bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança


E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana

29.12.09

Erupção

Trezentos e cinqüenta sois
Uma língua como a tua
Meus dedos batendo os nós
Na porta da alma nua

Misturado em teus lençóis
O cheiro da tua carne
E os raios alvos da lua

E você desnorteada
Amarfanhando os cabelos
Gerando no cerebelo
Imagens de mil cenários
Eu tonto incendiário
Absorvendo teu fogo

Dama, diva, dona, jogo

Senhora dos meus delírios
Escrava dos meus encantos

Dedos, bocas, seivas, canto
Voz, sorriso, sensações
Diversas e variadas
As palmas das tuas mãos
Devidamente espalhadas
Por dentro dos meus sentidos
A explosão nos meus ouvidos
O corpo em erupção.


Não lembro de já ter publicado este poema aqui no Blog. Pode ser que eu esteja enganado, mas me parece ser um texto inédito.
Ele faz parte do meu próximo trabalho, a ser publicado em março, provavelmente: Todas as mulheres e outros textos - Um monólogo, dois contos e alguns poemas.
Estou ansioso para ver o livro na rua, mas tenho que aguardar o processo editorial, então vou, pelo menos por enquanto, adiantando alguma coisa do que será publicado. Gosto desse poema, mas sou suspeito...



27.12.09

Adélia Prado, uma belíssima senhora mineira.


Só hoje eu assisti ao Sarau, programa do Chico Pinheiro na Globonews, que foi ao ar na noite de natal. Assisti e  adorei. Fazia tempo que eu não via Adélia Prado. O programa fez na verdade uma dobradinha com Adélia e Maria Lúcia Godoy, a cantora lírica, também mineira.
Pessoalmente, eu viajo na poesia de Adélia desde a adolescência. Seu texto é mágico, envolvente e cru. Completamente cru. Mas de uma crueza tão fantasticamente humana que não há quem possa sair ileso de uma leitura sua.
Lembro bem da primeira vez que vi Adélia na TV lendo o poema " Briga no beco", um texto fluido que, desde então, me ensinou a perceber a sutileza das idéias adversas, contrárias por natureza. A mulher que, por paixão, espanca outra no beco, se transforma em milagreira diante de tantas outras que se permitem ver suas paixões e suas ânsias frustradas por tradicionalismos comportamentais. Genial. Adélia é genial.
Rogério Torres, amigo que prefaciou o meu livro "Todas as mulheres", ainda no forno, me perguntou o porque da personagem principal do monólogo que dá nome ao livro ser Adélia. Respondi, por e-mail, que era uma homenagem velada a Adélia Prado. Vê-la agora na mídia, depois de tanto tempo, me deu a certeza de que a "minha" Adélia, apesar de não ser mineira, guarda, realmente, muitos traços em comum com Adélia Prado. Não no rosto ou no corpo, mas certamente na alma.
Chico Pinheiro abordou durante a entrevista um traço marcante da poesia de Adélia, o erotismo. Estupefato eu assisti Adélia, de forma magistral, traçar uma analogia direta entre o erotismo e a liturgia católica: "Este é meu corpo, tomai e comei". Adélia é demais.
Publico aqui dois textos de Adélia Prado. Quem ainda não a conhece certamente partilhará comigo a paixão por seus textos.


1 - Briga no beco


Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.

Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.

Ataquei-os por trás com mãos e palavras
que nunca suspeitei conhecesse.

Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.

Ajuntou gente, escureceu o sol,
a poeira adensou como cortina.

Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, fêmea ofendida,
uivava.

Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.

Quando não pude mais, fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. 

Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo graças.

Desde então faço milagres.





2- Objeto de amar

De tal ordem é e tão preciosoo
que devo dizer-lhes
que não posso guardá-lo
sem a sensação de um roubo:
cu é lindo!
Fazei o que puderdes com esta dádiva.

Quanto a mim dou graças
pelo que agora sei
e, mais que perdôo, eu amo.

Adélia Prado

24.12.09

Blogueiro agredido em Copacabana na véspera do natal

Ricardo Gama filmava a truculência da Guarda Municipal de Eduardo Paes quando foi covardemente agredido. Blogueiro ganhou a solidariedade das pessoas que assistiram a cena.
Assista no youtube e divulgue. Não podemos aceitar que a ditadura se apodere da cidade maravilhosa

http://www.youtube.com/watch?v=qBN3eQK1o3U

23.12.09

Tá explicado porque a mídia ama Cabral


Finalmente consegui descobrir porque a mídia ama tanto o Sérgio Cabral: O cara, só esse ano, já gastou 130 milhões com publicidade. São 356 mil por dia. É grana que não acaba mais.
Só em termos de comparação, na França descobriram que o Presidente Nicolas Sarkozy gasta 30 mil dólares por dia em publicidade e os franceses ficaram indginados. Aqui, Cabral gasta quase sete vezes mais - quase 200 mil dólares - e a mídia o idolatra.
Na verdade a coisa de certa forma é compreensível. Só um caminhão de dinheiro é capaz de convencer alguém de que há um Governo estabelecido no Rio de janeiro.
Fico pensando na tal de UPA , ... Tudo é alugado, custa uma nota preta e não tem nada a ver com um hospital ( O sujeito fica doente, vai num containner e ganha um abraço ...UUUUpaaa ), mas, como a propaganda é a alma do negócio, os jornais do Rio tecem elogios rasgados à essa saúde de latão.
E as UPP? Com o Cabral pagando 356 mil por dia alguém acha que os jornais vão querer saber se o troço funciona ou não? Bobagem. É tudo uma maravilha. 
Stanislaw Ponte Preta disse certa vez sacaneando as propagandas ufanistas da ditadura: A borracha é nossa, mas está na mão do guarda. 
Peço licença para parafrasear o genial humorista carioca: O dinheiro é nosso, mas está na mão do Cabral.
Enquanto Sérgio for Governador a imprensa do Rio não terá problemas financeiros, isso está garantido. E para quem recebe 356 mil por dia, até Hitler é um cara legal.

Entrevista com Samuel Maia, Secretário de Meio ambiente de Duque de Caxias


Nosso Blog resolveu mudar um pouco de cara e ampliar o leque de nossas postagens para uma dimensão mais, digamos assim, jornalística. Expor opinião é bom, mas expor opiniões é melhor ainda, pois democratiza e amplia o debate.
Baseado nisso, resolvemos fazer uma sequência de entrevistas com personalidades locais, e, se possivel, regionais e até nacionais, apesar de sabermos que o Lula anda realmente assoberbado.
Nosso primeiro entrevistado é Samuel Maia, militante histórico PT de Duque de Caxias, atual secretário de Meio ambiente – melhor secretário do atual Governo, segundo enquete do jornal “ O Duque de Caxias” - e companheiro meu de muitas batalhas políticas, mesmo que quase sempre em campos diferentes.


Blog – Samuel, em quase um ano à frente da Secretaria de Meio ambiente, quais foram as ações mais importantes para a cidade?


Samuel - Primeiramente, quero agradecer a oportunidade de falarmos sobre o nosso primeiro ano de governo.
A primeira grande ação que fizemos, foi na gestão. Encontramos uma Secretaria precária, sem estrutura, sem memória, sem política de gestão ambiental, um verdadeiro cabide de empregos..
Qualificamos a pasta valorizando os profissionais técnicos e contratamos profissionais altamente qualificados, criamos o blog www.caxiasmaisverde.blogspot.com, este feito trouxe modernidade, pois, socializamos o acesso aos serviços, informações e atendimento, em qualquer lugar que o contribuinte estiver. Baixamos portarias que dão celeridade as demandas da população.
A segunda ação importante foi tipificar e combater os crimes ambientais, mostrando a nossa diferença em relação ao comportamento licencioso e omisso do governo anterior. A terceira ação foi a ampliação de parques e reservas biológicas em nosso município, de biomas importantes. A quarta ação importante é o projeto de humanização de nossa cidade, através da revitalização paisagista dos bairros. A quinta ação é o investimento em Educação Ambiental, articulada com todas as Secretarias.


Blog – Como você avalia, do ponto de vista político, as condições de trabalho que você vem tendo no Governo?


Samuel - Nada do que estamos fazendo seria possível sem a condução, orientação e incentivo do Prefeito Zito. Tenho recebido todo o apoio e posso afirmar que o Prefeito é um homem sensível as questões ambientais.


Blog – Qual foi a participação da SMA no projeto de revitalização do centro? Você tem algo a ver com as novas palmeiras imperiais?


Samuel - Na verdade a ação do governo é integrada. A Secretaria de Obras é a responsável pela execução das obras, alicerçada no projeto do Arquiteto Casé, obviamente que a nossa Secretaria deu sugestões em relação aos cuidados com o plantio, mas o grande responsável pelo projeto de revitalização é o Prefeito Zito


Blog – E a reserva biológica do Parque Equitativa, o que ela representa para Caxias e para a Baixada?


Samuel - É a primeira Reserva Biológica Municipal do Estado do Rio de Janeiro. Um Milhão e Meio de Metros quadrados de fauna e flora totalmente preservados, entre a APA Petrópolis e Parque Municipal Natural da Taquara. Colocamos com este feito, a política ambiental na agenda dos governos da baixada fluminense. Todos devem fazer a sua parte, estamos fazendo a nossa.


Blog – Os rios que cortam a cidade estão completamente poluídos, porque eles chegaram a este ponto? Você acredita em algum projeto que possa revitaliza-los?


Samuel - Sim, estão todos comprometidos. Precisamos investir em saneamento e tratamento de efluentes. Hoje há tecnologia para resolver o problema, é preciso vontade política.


Blog – Como você está encarando os debates e o desfecho da COP 15, em Copenhague? Você acredita que o resultado desta conferencia pode trazer mudanças reais para nós, no Brasil?


Samuel - Criou-se uma expectativa enorme, com uma frustração na mesma proporção. O Brasil se saiu bem na foto e o Lula mostrou sua capacidade de ser vanguarda quando o momento flui para determinado caminho. Mesmo com metas voluntárias, o Brasil deu uma enorme contribuição ao debate. Creio que nas próximas eleições, o meio ambiente estará na agenda de todos os candidatos, mesmo daqueles de perfil desenvolvimentistas.


Blog – Ecologicamente, qual a importância da Baixada, especialmente Caxias, para o Estado do Rio de Janeiro?


Samuel - A Baixada possui recursos hídricos, mananciais, fauna e flora em grande quantidade, uma área rural extensa e mal aproveitada, é fundo da baía de Guanabara, possui grandes empresas e tem 4 milhões de moradores. Este conjunto de elementos faz da baixada fluminense uma região geográfica indispensável para o conjunto de políticas públicas na área ambiental.


Blog – Já existe uma previsão de projetos para 2010? Quais são?


Samuel - Sim, a partir de decreto do Prefeito Zito vamos iniciar a coleta seletiva nos órgãos da administração direta e indireta, ampliaremos o projeto guarda ambiental mirim, iniciaremos as caravanas ecológicas nos bairros, iremos em parceria com a REDUC reflorestar 100 mil metros quadrados de vegetação nativa, queremos criar um Parque Municipal em Xerém, Criaremos um Programa de Recuperação do Rio Saracuruna, Iremos implantar o Projeto Bairros mais Verdes, Iremos imunizar o nosso gado contra todos os tipos de doença e faremos a segunda Festa da Tilápia. Temos outras propostas que dependem dos parceiros convidados e que iremos divulgando conforme os fechamentos.

21.12.09

Parceria cultural: Meio ambiente e Cultura se unem pela arte em Caxias


Os Secretários municipais de Meio ambiente, Samuel Maia, e Cultura, Ana Jensen, celebraram uma parceria inédita na cidade que pode vir a gerar trabalho para os artistas locais e organizar uma parte importante do centro da cidade.
O objetivo é criar um espaço para a apresentação de artistas locais aproveitando a área ociosa que fica atrás do Teatro Raul Cortez.
A Secretaria do Meio ambiente entra com a decoração, disponibilizando jarros de plantas e demais elementos visuais necessários, e a Secretaria de Cultura entra com o cadastro regular de artistas e com o acompanhamento das atividades ali desenvolvidas, inclusive estabelecimento de valor de cachê . Os comerciantes locais, que atualmente usam a área de forma irregular como extensão de seu bares teriam o compromisso de adequar mesas e serviços de qualidade, além de pagar o cachê dos artistas, em troca da autorização de uso do espaço por parte da Prefeitura.
Na prática, seria um anexo, à céu aberto, do Teatro Raul Cortez.
A ideia tem tudo para dar certo e até se espalhar por outras regiões da cidade, pois todos saem ganhando.
As Secretarias responsáveis pelo projeto e a Prefeitura em si, teriam um belo retorno institucional. Os comerciantes ganhariam um público qualificado e, provavelmente, cativo que, certamente, faria com que os lucros aumentassem consideravelmente. E os artistas ganhariam um espaço público para desenvolver seus trabalhos sendo dignamente remunerados.
Em termos gerais, no entanto, quem ganha mesmo é o cidadão caxiense. Ações desse tipo levantam o astral e dignificam a imagem da cidade.
Nos resta torcer para que tudo ocorra o mais rápido possível.


OBS: Em breve entrevistas com Samuel Maia, Secretário do Meio ambiente e Ana Jensem, Secretária de Cultura.

17.12.09

HB arrombou a festa

O Bistrô foi pequeno ontem para a turma da cultura que compareceu em massa ao lançamento do livro de Heraldo HB, Engenharia de aviãozinho. Marcelo Peregrino, como prometido, comandou a festa e se revezou no palco com os muitos amigos de HB que fazem cultura e arte na cidade. Um belíssimo evento. Parecia o velho samba do Paulinho da Viola: "Vinha gente de todo lugar, pro pagode do Vavá". Tubarão, Vini, Eduardo Ribeiro, Cinthia, Eldemar, Beto do Cavaco, Valdo Couto, Helô, Djair, Robert,  a turma toda da poesia, da música, enfim, todos estavam lá. Se ocorresse outro apagão ontem Caxias seria vista do espaço, pois estava brilhando. Pulsando arte. 
Até o poder público, que raramente prestigia eventos culturais na cidade, esteve presente na figura do Secretário Samuel Maia. A área da cultura também esteve presente no evento com Beto Gaspari, representando a Secretaria e Geanne Campos o conselho de cultura caxiense. Beto, além de cumprir sua tarefa como militante cultural, ainda deu uma bela canja em homenagem ao poeta HB.
Enfim, um belo evento deu a luz o Engenharia de aviãozinho, o belíssimo livro de Heraldo HB. Que venham muitos outros. As nossas almas precisam de alentos assim.
Evoé Heraldo HB.

15.12.09

É amanhã !!!!!!!!!!!!!!!!!


Amanhã, 16 de dezembro de 2009, às 20Hs, no Bistrô, é dia de HB.Depois de passar uma pancada de tempo publicando trabalhos belíssimos em todos os cantos do planeta, finalmente, um dos agentes culturais mais ativos e criativos da Baixada Fluminense lança seu primeiro livro: Engenharia de aviãozinho.
Heraldo é da baixada, mas seus trabalhos já foram publicados em tudo quanto é canto. Provavelmente, e muito provavelmente, até no corpo de algumas belas moças podem estar gravados, qual papiro, alguns versos do velho e bom HB.
Mas não é só poesia, o cara faz cinema, música e tudo mais o que for possível graças a uma concepção cultural ampla e maravilhosamente atrevida.
Amanhã é dia de HB. Dia de Engenharia e aviões. Dia de noites claras e folia na praça. Dia do lançamento de Engenharia de aviãozinho, livro que já nasce histórico e fadado à dividir as eras.Pelo menos algumas eras.
Evoé HB, Thiago Venturotti e Marcelo Peregrino, os anfitriões da noite.
Desde hoje, desde agora, desde já, apliquem doses industriais de culturas em nossas veias. Amanhã é o dia, mas precisamos estar preparados desde já.
Evoé Baco, Evoé Momo...

Deu Claudio Humberto: censura trocada não dói

Como forma de driblar e desafiar a censura, os blogueiros Adriana Vandoni e Fabio Pannunzio resolveram fazer uma “permuta de censura”. Fabio Pannunzio está censurado desde o dia 1º de dezembro por determinação da Segunda Vara Cível de Curitiba: não pode publicar matérias sobre uma quadrilha internacional desbaratada pela Interpol, além de ter sido obrigado a retirar todo material que vinha publicando sobre o assunto, sob pena de R$ 500 diários. Adriana Vandoni está censurada desde o dia 13 de novembro por decisão da 13ª Vara Cível de Cuiabá, que determinou que ela se abstenha de emitir opiniões pessoais sobre o deputado estadual José Riva (PP) ou que veicule qualquer uma das mais de 100 ações que correm contra o deputado na Justiça. A pena para Adriana, caso descumpra a decisão, é de R$ 1.000,00 ao dia. Os blogueiros então resolveram trocar matérias censuradas. O que a Adriana não pode publicar, pode o Fábio. O que o Fábio não pode publicar, a Adriana publica.

14.12.09

Esse é Berlusconi

Esse vídeo mostra bem a personalidade e o caráter de Sílvio Berlusconi. É inadimissível que um dirigente nacional seja espancado em praça pública, mas, o comportamento de alguns deles nos faz entender a revolta de algumas pessoas
.

Eu, eu, eu, Berlusconi se ...ferrou!

Acontecências...

Obama, o prêmio Nobel da paz, esta fortalecendo mais uma guerra. Mandou mais 30 mil buchas para servir de tiro ao alvo no Afeganistão.

Berlusconi, talvez o mais detestável dos dirigente europeus, tomou umas pauladas no meio da rua e saiu sangrando e jurando vingança. O maluco que o agrediu deve virar herói, como aquele que jogou os sapatos no Bush, no Iraque.

Sérgio Cabral continua viajando, o que é bom para o Rio. Pelo menos o sofrimento é menor com ele se divertindo lá nas lonjuras de Paris.

E Eduardo Paes? continua infernizando pequenos comerciantes para impor aos negócios dos outros as empresas que, muito provavelmente, lhe financiaram a campanha.

Beltrame continua biltre e a bandidada está em festa.

Arruda não é mais indicada contra o mau olhado. O que anda na moda é a peroba. Mais eficaz se utilizada como cara de pau.

Aliás, graças a festa de Arruda, Zé Serra perdeu o vice. Vai ser difícil encontrar um parceiro no ex PFL, atual DEMO, que possa atirar a primeira pedra. De repente Cesar Maia pode virar vice, até porque a pequenez de Eduardo Paes faz de Maia um estadista de primeira grandeza.

Em Minas Aécio fica na boca de espera, torcendo para que Serra tropece em alguma pedra bem grande.
Requião se lança candidato. Pois é... Tem gente que leva isso a sério...

12.12.09

Caxias na vanguarda ecológica


Enquanto a COP15, em Compenhague, na Dinamarca, se limita a discutir dinheiro, com todos tentando meter a mão no bolso de Obama - o prêmio Nobel da paz mais bélico da história - Duque de Caxias assume o papel de vanguarda da Baixada Fluminense e cria a reserva biológica do Parque Equitativa, com cerca de 150 mil hectares de preservação.
Na prática, é a primeira vez que o meio ambiente é tratado de forma séria em toda a história da Baixada.
A reserva será aberta à cientistas que pretendam estudar a fauna e a flora da região. O acesso, no entanto, será monitorado como forma de inibir a biopirataria.
Se considerarmos as condições gerais do meio ambiente na Baixada fluminense, região em que praticamente todos os rios se transformaram em valões à céu aberto e depósitos de dejetos humanos e industriais, poderemos ter uma idéia do que representa esta iniciativa: um passo importantíssimo em direção da melhora de nossa qualidade de vida.
O Rio iguassu, por exemplo, abrigou durante muitos anos uma ETA - Estação de tratamento de água - no Bairro do Amapá, que serviu como referência para estudantes de saneamento de toda a América Latina até meado dos anos oitenta do século passado, época em que a poluição tornou a água do Rio intratável e a ETA foi transformada em mera elevatória de passagem.
Quando falamos em preservação, portanto, estamos falando da água que a gente bebe, do peixe que a gente consome e da qualidade do ar que a gente respira.
Samuel Maia, o Secretário de meio ambiente de Duque de Caxias - assim como o Prefeito, é claro - merece os parabéns pelo trabalho realizado.
Vamos torcer para que esta mentalidade qualificada de condução das políticas públicas se alastre por todos os Governos.

10.12.09

COP 15...Quanto vale o direito de destruir o planeta?


Há algo de muito podre nessa tal de COP 15, em Copenhague. Ou é isso, ou minha TV está com defeito e redireciona as notícias para algum forúm econômico sempre que entra uma matéria sobre a conferência ambiental.
Teoricamente, o objetivo do encontro é discutir o super aquecimento do planeta e as formas mais eficazes de combate-lo, mas, na verdade, a única coisa que se discute por lá é grana.
Cada vez que vejo o Minc dando uma entrevista eu me escondo atrás do sofá. É sério. Chega a dar medo a fúria com que nosso ministro verde defende a prioridade da questão financeira sobre a ambiental.
O aquecimento global é um fato inquestionável, mas não da para resumir tudo a indenizações dos países ricos aos países pobres para cobrir o prejuízo, senão seria como se o meio ambiente fosse transformado oficialmente em uma mercadoria e a tal conferência, então, estaria só discutindo o "valor de mercado" do planeta.
Falando com toda a sinceridade, eu já estava achando estranha a avidez da imprensa em termos de COP 15 muito antes da conferência começar. Era matéria que não acaba mais sobre o evento. Inclusive, como é de praxe, explorava-se à fundo a possibilidade de os EUA assinarem ou não um daqueles acordos que nunca são cumpridos e, principalmente, cobrava-se, meses antes, que os Países ricos levassem "números" para o encontro. Pelo menos agora eu já entedi que não eram os números que a imprensa queria, eram numerários.
Como o Brasil agora é tratado como uma potência emergente no cenário internacional, a gente pode pegar nosso exemplo para ter uma idéia de como a questão ambiental tem funcionado no mundo.
Nos últimos 50 anos a industrialização cresceu de forma absurda, o que de certa forma é bom. O problema é que financiamos esse progresso com nossos rios, nossas matas e nossa qualidade de vida. Os grandes centros incharam terrivelmente e a coisa foi se agravando a cada ano que passava sem que os Governos reagissem. Hoje, graças a isso, corre por nossos rios uma mistura corrosiva de esgotos e rejeitos industriais de toda a sorte, aniquilando a possibilidade de vida.
Se a grana reivindicada no COP 15 fosse, por exemplo, para investir no esgotamento sanitário das regiões metropolitanas brasileiras, a coisa até que seria interessante. Mas a gente sabe que não é isso. Não há projeto de políticas públicas no Brasil que resista ao apelos dos mensalões palacianos. Fatalmente, se essa grana vier não será investida em saneamento, habitação, saúde ou educação ambiental. Nossa história repleta de Dirceus e Arrudas nos aponta para um desfecho mais trágico e triste.
Aliás, é bom que se diga, o Brasil tem investido muito dinheiro em pseudo obras de estrutura nos últimos anos, mas esses investimentos não tem sido nem um pouco sérios. Nossos rios mortos por falta de esgotamento sanitário estão aí para provar isso.
Como resumo da ópera podemos assegurar que não adianta colocar uma tabuleta de "vende-se" no planeta, mesmo que o preço seja altíssimo, se for para dar à quem comprar o direito de destruí-lo.
Se essa gente fosse séria estaria discutindo as possibilidades de vida ao invés de estipular o preço da morte global.

8.12.09

HB dia 16/12 no Bistrô: Engenharia de aviãozinho, o livro

Uma noite de música, poesia e encontros é o que está reservado para o lançamento de Engenharia de Aviãozinho, livro de poesias do animador cultural e músico Heraldo HB, que acontecerá no próximo dia 16/12, em Caxias.

O livro, que sai pela Esteio Editora, tem a apresentação do poeta Vicente Portella e desenho gráfico do designer Thiago Venturotti.

Dos textos que compõem o livro, fazem parte muitas poesias que já freqüentaram saraus pelo Rio de Janeiro e estivem em publicações em papel e em Internet, transitando pelo circuito cultural alternativo do Estado.

Além de ter trabalhado na Animação Cultural, programa idealizado pelo professor Darcy Ribeiro para os CIEPs, Heraldo HB também é fundador da rádio Quarup FM, do portal Baixada On e do Cineclube Mate Com Angu, hoje uma referência no audiovisual do país.

A parte musical da noite será comandada pelo cantor, compositor e contador de histórias Marcelo Peregrino, com direito a canjas de vários músicos e poetas.

O lançamento será no Bar Bistrô Brasil, na rua José Veríssimo, 173, no centro de Caxias, na rua da Lira de Ouro. O evento começa às 20h e a entrada é franca.

Contatos com o autor podem ser feitos pelo e-mail hb@relinkare.com.br ou pelo telefone (21) 7601-6700.


OBS: O texto acima não é meu. Apenas reproduzo o release de divulgação que recebi e certamente estarei lá. Trata-se de algo imperdível.

6.12.09

Rogério Torres reune o povo da cultura

Não sei no resto do mundo, mas aqui no Olavo Bilac a terra está aquecendo pra dedéu. Nos últimos dias as coisas até deram uma amenizada, mas, putz, tava demais.
Com medo de que a terra fritasse de repente e eu perdesse a oportunidade, cuidei logo de ir ao lançamento do livro novo do Rogério Torres, O Coronel Elyseu e seu tempo, e fiz muito bem. Casa cheia no Instituto Histórico de Caxias e muita gente boa presente. Stelio Lacerda veio de Teresópolis, Newton Menezes do Rio, Gênesis veio de São João de Meriti, enfim, boa parte das pessoas que construíram a história da cultura em Duque de Caxias e na Baixada Fluminense estavam lá.
Para mim, foi ótimo. Apesar de ter hora marcada para uma palestra com o Fernando Peregrino no Instituto Republicano, pude passar uns bons momentos papeando com Stélio e Menezes, no Mira Serra, pondo o papo em dia. Fazia tempo que a gente não se via. Graças ao papo posso dizer que está no forno um livro novo do Stélio, provavelmente no primeiro semestre de 2010 será lançado.
Quando eu já estava saindo do Mira, já atrasado - é claro - para a palestra do Peregrino, chegaram o Jornalista Eldemar de Souza, o artista plástico Marquinhos Bomfim e a conselheira de cultura Cassinha Ferreira, mas, infelizmente, não pude ficar para papear mais um pouco. Uma pena.
Como bem disse o Paulo Ramos, que está com uma exposição de seus alunos também no Instituto histórico, Rogerio Torres conseguiu juntar toda a turma no lançamento de seu livro. Assim é que a coisa fica boa.
Um fato interessante, também, ocorrido no lançamento de " O Coronel Elyseu e seu tempo", foi o Presidente da Câmara Municipal, meu amigo Mazinho, se colocar como o Presidente da Cultura, abrindo os espaços da casa para novos eventos. Independente de qualquer coisa, é raro um mandatário da Baixada com avocar compromissos com a cultura, mas é bom que isso aconteça. Pode ser um indício de que a cabeça de nossos governantes, considerando a ascensão de uma nova geração, está mudando. Mudanças para melhor são sempre bem vindas.

30.11.09

A porcocracia de Eduardo Paes

Todos os dias, quando acordo, peço a Deus para poupar meus ouvidos das insanidades, beocidades e boçalidades de alguns de nossos governantes. Nem sempre, no entanto, o todo poderoso consegue dar conta da questão dada a verborragia dessas antas que dirigem nossa pátria, mas, cá para nós, Sergio Cabral e Eduardo Paes abusam da bondade divina.
Cabralzinho, dia desses, cheguei até a comentar aqui, chamou de vagabundos os trabalhadores que viajam no trem das cinco e meia da manhã. Vejam bem: um cara que nunca trabalhou na vida, chamando operários de vagabundos. Agora foi o seu pupilo, o Duduzinho, quem chamou o povo do Rio de porco.
É insanidade demais para a criatividade de um pobre escriba. Como é que alguém pode ofender, agredir e insultar o povo que o elegeu? Que culpa o povo tem se Duduzinho, assim como seu amado mestre, odeiam trabalhar?
A questão na verdade é simples. Qualquer sistema em atividade necessita de manutenção constante, e a limpeza de vias públicas não foge à essa regra.
O fato é que Eduardo Paes, assim como Cabral, têm horror à povo. Eles odeiam qualquer ser que não seja nativo do pequeno espaço de terra existente entre o Leblon e a Barra da Tijuca, e, além disso, nutrem verdadeira ojeriza à qualquer esforço físico ou mental, e administrar a máquina pública, como se sabe, dá trabalho.
Dudu só se sente bem quando ordena a perseguição aos camelos, aos artistas da Praça do Lido, aos pobres que moram no Recreio desde a década de setenta, e assim por diante. Na verdade o Prefeito do Rio, ao que parece, tem orgasmos múltiplos quando manda demolir com tratores e retro escavadeiras as residências dos menos favorecidos. Expulsar pobres de suas casas e derruba-las dá prazer ao alcaide.
De resto sobra um negocinho com o Eike Batista aqui, um esqueminha com a Madona ali, uma especulaçãosinha imobliária acolá... Afinal de contas, ninguém é de ferro.
No final das contas, se alguma coisa der errado, sempre sobra a opção de fazer o que fez o Deputado Brasiliense flagrado botando dinheiro de propina na meia, no escândalo Arruda. O cara de pau disse que botou o dinheiro na meia porque não usa pasta.
Dudu pode dizer o mesmo.
- Persigo pobres, ofendo o povo, especulo com imóveis públicos e derrubo casas de miseráveis com trator porque não uso pasta.
Isso não explica nada. Mas como essa gente já perdeu a vergonha na cara faz tempo, tanto faz.
Exceto, é claro, se o povo resolver pegar eles na próxima eleição.

28.11.09

E o caos continua caótico...

Fiquei sem internet alguns dias... Coisas da OI. Nesse meio tempo, claro, não pude atualizar o blog, mas as coisas continuaram acontecendo. Sérgio Cabral, por exemplo, continuou desgovernando o Estado do Rio de janeiro e, em tempos de olimpíadas, continua caminhando bravamente para o primeiro lugar absoluto no ranking dos piores governantes brasileiros de todos os tempos. O cara é uma piada de péssimo gosto.
A Light também continua sendo tenebrosa, mas evoluiu para pior. Ao invés de tornar miserável apenas a vida de quem vive na Baixada, ampliou sua área de incompetência também para a zona sul do Rio. Aí deu Globo e tudo.
Algo me diz que os diretores desta empresa reunem-se diariamente para deliberar sobre as formas mais eficazes de sacanear seus clientes. Sempre com o apoio da ANEEL, é lógico.

Outra coisa que piorou - Fui almoçar dia desses no antigo Galeto da Presidente Kennedy, que agora é bar do Juca, e me arrependi amargamente. Comida ruim e cara. Inclusive, o velho e bom cafezinho, que normalmente acompanha o almoço, é cobrado - caro paca - e servido gelado. Literalmente. Deveria ter ido ao Mussarela. É mais longe um pouquinho mas vale a pena.

Nesse meio tempo aconteceram coisas esquisitas também. Obama emudeceu sobre o golpe em Honduras, uma parte de Caxias ficou em baixo d água e a Câmara fez uma audiência pública pedindo mais água ainda.
Na verdade o Vereador que puxou a audiência está corretíssimo. Pena que a Cedae não tenha mandado ninguém com real poder de mando ao encontro. Apenas uns dois sub-sub-sub responsáveis pela Cedae - gente tão importante na administração da empresa que ninguém sabe quem são - compareceram à Câmara para tentar explicar batom na cueca. Seria mais honesto assumir que a Baixada, em termos de água, é um escândalo. Há várias soluções desenvolvidas por técnicos da Cia, altamente qualificados, que nunca foram postas em prática porque é mais interessante para os Governos politizar a discussão ao invés de resolver o problema. Podem ter certeza: nos próximos anos muita gente "boa" vai se eleger prometendo soluções mirabolantes (*) para o problema da água em Caxias. Nossos mandatários são assim, se alimentam do caos.
Já que falamos de água e luz, porque não falar de internet? A OI inventou aqui no Olavo Bilac a internet intermitente. Um minuto no ar e sessenta fora. Coisa de maluco mesmo. Mas eu recebi um jornalzinho dia desses anunciando "Internet grátis" igualzinha aquela da praia de Copacabana. Por enquanto é só "Internaque", internet de araque. Mas sabe como é, né? A esperança é a última que corre. ( É corre mesmo. Aqui tem muita bala perdida).

(*) Uma "mirabolância" interessante: o Prefeito disse que a Petrobrás é culpada pelas enchentes e um Deputado, em passado recente, prometeu distribuir para o povo água da Petrobrás. Será que a Estatal brasileira está abandonando o negócio do petróleo e entrando no da água? Sei não...



23.11.09

Manual prático do Neo Jornalismo Brasileiro

Há um buraco na rua. A responsabilidade constitucional pelo mesmo é da Prefeitura. Como deve se comportar um jornalista moderno?

a) Analisar o grau de aproximação entre o Prefeito e as empresas jornalísticas.

b) Em se tratando de um aliado ou sócio esquecer o buraco, mas acompanhar de perto os acontecimentos nos seguintes termos:

- Se alguém se posicionar pelo conserto do buraco, desqualifica-lo imediatamente.

- Se as manifestações em favor do conserto do buraco forem muitas, desviar o foco da responsabilidade para o âmbito Estadual ou Federal de acordo com grau de intimidade entre a empresa de comunicação e esses governantes - Se todos forem aliados a culpa não é de ninguém. Se todos forem adversários da empresa, a culpa é de todos.

- Persistindo as manifestações convocar nossos analistas para “opinar” no sentido de provar que o buraco é anterior a atual administração (os analistas devem se basear sempre que possível em leis, tratados, acordos ou até mesmo em artigos desconhecidos para isentar o Prefeito aliado de qualquer responsabilidade ).

- Não havendo maneira de preservar a imagem do Governante amigo diante do buraco exposto, pedir ao mesmo que o tape e fazer a cobertura completa da obra, atribuindo a ela valores de realização mais importante das últimas décadas.

c) Em se tratando de um adversário “ideológico” das empresas de comunicação, deve-se seguir a seguinte orientação:

- Levantar todas as possibilidades de danos e prejuízos possíveis causados pelo buraco.

- Convocar “especialistas” adestrados para opinar sobre os riscos inerentes à existência do buraco.

- Fazer a comparação direta entre a cidade em questão, dona do buraco, e as cidades do primeiro mundo, onde buracos são raros na paisagem urbana.

- Convocar membros da oposição nas casas legislativas para lamentar a existência do buraco e se indignar publicamente.

- Estabelecer uma relação direta entre o buraco e o declínio da civilização moderna, atribuindo ao Governante todos os males possíveis e imagináveis no cenário político e social local.

- Estabelecer paralelo entre o buraco e a corrupção, as drogas e se possível a pedofilia.

- Convocar os “movimentos” à serviço da empresa de comunicação para protestar e pedir o afastamento do Governante adversário.

22.11.09

Ligth, uma tragédia fluminense.

A Light é, certamente, a maior desgraça que assola o Rio de janeiro. Tenho tentado trabalhar e não consigo graças ao péssimo serviço oferecido por esta distribuidora de energia. Dizem que a Ampla, que atende algumas regiões do Rio, é pior, mas eu não acredito. Nada pode ser pior que a Ligth.
O pior de tudo é que se trata de um monopólio. Mesmo que a energia elétrica na minha casa seja completamente instável, eu não tenho como trocar de operadora. Quando a empresa era estatal a imprensa vivia baixando a lenha. Agora que é privada, no entanto, pode exercer monopólio e prestar péssimos serviços que ninguém abre a boca para reclamar. Se a gente manda uma carta para os jornais, eles nem publicam. A Ligth pode tudo.
Aqui em casa a coisa está vergonhosa. Em intervalos de 20 ou 30 minutos, inevitavelmente, há uma queda de energia. Todos os aparelhos elétricos correm risco, mas o computador, em especial, causa sofrimento maior. Você vai escrevendo, se empolgando, absorvendo o espírito do texto, e de repente apaga tudo. Da xabú. É algo portentosamente irritante.
O Velox, claro, também é uma porcaria que falha mais do que previsão do tempo, mas não é açgo tão catastrófico assim.
Nossa estrutura de prestação de serviços é horrível, eu sei.Vivemos em uma terra onde tudo se cobra, nada funciona direito e os órgão públicos, inclusive as agencias reguladoras que deveriam nos preservar, acobertam tudo. A imprensa também não fala, não ouve e nem vê. Mesmo porque à grana que as operadoras bancam com publicidade é algo escandaloso, e, como se sabe, no Brasil, quem paga pode tudo.
Como cidadão, eu me indigno. Isso não tem jeito. Principalmente quando as agências reguladoras tentam me fazer crer que o errado sou eu.A Ligth é vergonhosa, mas a subserviência da ANEL é muito mais.

11.11.09

O mundo apagou e a Rádio Tupi salvou a pátria

Eu estava sentado diante do computador, ontem, me preparando psicilogicamente para atualizar o Blog, quando o mundo apagou. O breu absoluto me deu uma agonia danada. Fiquei pensando em como as pessoas viviam antes de Tomas Edson montar aquele esquema, em 1881, que iluminou algumas quadras de New York com 7200 lâmpadas. Ontem, 128 anos depois, não havia uma só lâmpada acesa no meu raio de visão. Incrível . Nossa dependência de energia elétrica no atual estágio civilizatório é absoluta.
O que mais me angustiou foi não conseguir nenhuma notícia. Tv, internet, rádio, tudo na minha casa funciona à energia elétrica, assim como na maioria dos lares. Viciado em informação, eu tentava saber o que estava acontecendo, e nada. A angústia só aumentava.
Uma senhora passou na minha rua falando que tinha ouvido notícias no rádio de pilha dando conta de que o apagão era em vários estados. Fudeu, pensei. O problema foi em Itaipú. Mas não era bem isso. As notícias ainda estavam meio tortas.
Passei alguns minutos explicando ao meu filho e ao meu sobrinho como funciona o sistema interligado e os dispositivos que existem para evitar que os danos se alastrem. Naquela altura do campeonato até os mosquitos - multiplos e variados - prestavam atenção na minha palestra familiar, mesmo porque não havia nada mais interessante para fazer, a não ser, no caso deles, atormentar a gente.
De repente, não mais que de repente ( Evoé Vinícius ) , lembrei de um aparelhinho de MP3 e rádio, daqueles que se ouve com fone de ouvido, que eu ganhei da revista Pró teste. Minha explanação foi imediatamente interrompida em nome do vício de informação. Várias rádios estavam fora do ar e só mesmo a velha e boa TUPI foi capaz de diminuir minha angústia.
Passei as próximas 4 horas, ou quase isso, ouvindo a rádio fundada por Assis Chathobriand à 74 anos.
No começo os jornalistas estavam mais preocupados com o jogo do Vasco do que com o apagão, mas aos poucos foram caindo na real e buscando informações para explicar o caos. Foi interessante notar a vontade dos jornalistas esportivos, geralmente cheios de limitações em outras áreas, que se esforçaram ao máximo para explicar o apagão.
No final acabou se confirmando que o problema ocorreu em uma linha de transmissão de Itaipu, o que fez com que faltasse luz até no Paraguai - Onde o Fluminense joga hoje- lembrava sempre o jornalista esportivo, fiel a sua formação mesmo diante do caos.
Aí foi só esperar o retorno da normalidade. Com informação a gente sabe que é só uma questão de tempo. Na minha casa a energia voltou às duas horas da manhã.
O fato em si faz a gente pensar na inteligência técnica do sistema interligado, mas também no efeito dominó. Se há um problema em uma linha de transmissão, o sistema é desligado automaticamente para evitar danos. Mas, em compensação, a energia de outros estados, onde não houve problema, pode ser direcionada para suprir as necessidades.
Eu sei que hoje vão pulular especialistas na mídia falando todas as bobagens possíveis. Certamente vão condenar tudo que existe e defender as mais estapafurdias alternativas para o sistema elétrico brasileiro. Mas o fato é um só: se não houve problema de geração de energia - e isso já está constatado que não houve - ficou provado que o sistema integrado é a melhor solução técnica possível, pois em poucas horas a normalidade se estabeleceu.
De resto, vale saudar a Rádio TUPI do Rio de janeiro. Graças ao investimentos em geradores e tecnologias de ponta, a rádio salvou a pátria de todos os ávidos por informação, como eu, no Brasil inteiro, entrevistando, inclusive, o Presidente de Itaipú binacional..

OBS: Só pra constar. Fui dirigente do Sind. Urbanitários, um dos maiores sindicatos no Brasil na época, que representava os trabalhadores do setor elétrico. Lá aprendi bastante, em dois mandatos, com os técnicos desse setor. Digo isso só pra não parecer que a coisa se resume à pitacos.

7.11.09

Rogério Torres de Livro novo - Em Dezembro

Rogério Torres, de longe um dos historiadores mais talentosos de sua geração, está de livro novo - O Coronel Elyzeu e seu tempo - em parceria com Elizeu Adail de Alvarenga Freire.

Esse novo trabalho de Rogério resgata a memória do Coronel Elyzeu de Alvarenga Freire. Professor, abolicionista e republicano que lutou ao lado de Silva Jardim e participou diretamente do processo de evolução política do Brasil.

O livro deve ser lançado em Dezembro, na Câmara Municipal de Duque de Caxias, mas eu, particularmente, já estou aflito para que o lançamento ocorra logo.

Rogério é um historiador extremamente talentoso, tem um texto bonito, gostoso de ler e, acima de tudo, carrega sempre consigo um profundo compromisso com a história em si. Pensador completamente liberto dos tecnicismos academicistas, que na maioria das vezes servem mais para fortalecer os medíocres do que qualquer outra coisa, Rogério nos dá como presente de fim de ano mais uma bela aula magna, com o resgate da memória do Coronel Elyzeu. Tomara que Dezembro chegue rápido. Bem rápido.


Clique aqui e veja no youtube uma pequena apresentação do livro O Coronel e seu tempo.


6.11.09

Gataiada



A Bia me mandou esse vídeo. Muito legal. Ela disse que não acredita mais no ser humano, então vamos crer nos gatos...E rir um pouco, afinal, a gente não é de ferro.

Tergiversações... ou quase isso.


Passei a metade dos meus quarenta e poucos ( bem poucos) anos sonhando com a derrubada do sistema, a outra metade eu tenho passado rezando para que o sistema não caia. Ficar sem internet é muito ruim.
Ontem eu estava com idéias para textos geniais, infelizmente, no entanto, a genialidade das idéias quase sempre acaba no momento exato em que elas são postas em prática. Mesmo assim eu queria escrever, mas parece que tudo estava depondo contra. Um telefonema atrás do outro, quedas de energia constantes patrocinadas pela nossa querida Ligth, falha na conexão com a internet, parece que ontem definitivamente não era um bom dia para um escriba virtual.
Vi na TV uma matéria sobre os 7 bilhões que as operadoras de energia roubaram da gente de 2003 para cá e pensei: então é isso... Boabagem. Não é nada disso. Essa coisa de a gente ser roubado por concessionárias de serviço público e com a anuência do Estado é tão antiga que ninguém liga mais. Se existisse poder judiciário no Brasil, até valeria a pena entrar com uma ação para recuperar os prejuízos constantes causados por prestadoras de serviço como Light, Sky, OI, Vivo, Claro, etc, etc, etc... Mas, infelizmente, não temos instituições de justiça, apenas juízes, e estes são importantes demais para dar confiança pra gente.
Rui Barbosa disse certa vez que "justiça tardia não é justiça". Concordo plenamente com o Águia de Haia.
Devo, portanto, dar-me por satisfeito com o pleno funcionamento do meu computador - graças ao meu amigo Robert, diga-se de passagem - e ir tocando a vida enquanto as coisas acontecem. Viver no Rio de janeiro atualmente não é uma coisa muito boa para isso, pois aqui, nos últimos 3 anos, as coisas só "desacontecem". Tanto que até mesmo a simples leitura dos jornais locais tornou-se algo terrivelmente tedioso.
Ainda bem que existe a internet, mesmo que esta só funcione de vez em quando, para a gente saber que pelo menos em outros estados as coisas acontecem.
Paulo Hartung, por exemplo, Governador do Espirito Santo, está brigando pela grana dos hoyalties do petróleo para seu estado, enquanto aqui o Governador prepara festas e jantares para " discutir" o tema e ninguém comparece. Pobre Sérgio... é, antes de mais nada, um solitário. Quanto mais e fala e faz carinha de revoltado, menos as pessoas ligam para ele.
Na verdade, a unica coisa que acontece com freqüência no Rio ultimamente é tiroteio.Mas quase não há balas perdidas, praticamente todas são encontradas por algum inocente. 
Eita vidinha mais ou menos...

IPC: A foto aí em cima é do primeiro computador da história, de 1946. Que sorte esse povo tinha antigamente. Era um computador só para todo mundo. Literalmente.

3.11.09

Prefeitura dando trambique em circo? Isso é covardia...

Li no jornal  hoje que a Prefeitura de Belford Roxo ( RJ ) comandada por um tal de Alcides Rolim, do PT, deu um trambique de 8 mil reais em um circo da cidade. Nunca havia ouvido falar em algo tão grotesco.
O circo é uma das organizações artísticas mais naturais e legítimas que existem mas, talvez exatamente por isso, os artistas circenses vivem numa penúria de dar dó. São pessoas que literalmente tiram leite da pedra todos os dias para sobreviver, e fazem isso sem abrir mão de apresentar, quase sempre várias vezes ao dia, espetáculos belíssimos. Coisas de encantar e seduzir a alma humana. 
Não é à toa que as crianças são fascinadas pelo circo. É arte pura em estado cristalino.
Imagino o que se passa na cabeça de um Prefeito desses... Imagino não, sei. Um cara que escolhe um funkeiro para ser seu "Secretário" de Cultura e ao mesmo tempo dá um trambique em artistas circenses, certamente não tem nada na cabeça. Se fosse possível ao vento entrar por uma de suas orelhas e sair por outra, certamente o faria sem encontrar obstáculos.
Mas não é apenas isso. Certamente trata-se de um ser sem qualquer sensibilidade, por isso a ausência de compromissos com coisas sãs, inclusive na administração pública.
Espero que meu amigo Jorge Coutinho, Presidente do Sindicato dos artistas, ao qual os trabalhadores de circo são filiados, tome uma posição contundente sobre essa covardia. Esses moço, assim como seus cambonos, na verdade não estão qualificados para exercer qualquer poder constituído. Infelizmente, porém, a ausência de investimentos em políticas públicas nas áreas mais pobres das cidades nos leva a eleição de aberrações.
Seria bom se todos escrevessem o nome desse Prefeito - Alcides Rolim - em um pedaço de papel para não esquecer. Pessoas de bem não podem dar seu voto à um governante covarde, ou pelo menos a gente sonha que seja assim.


" Batam palmas pro palhaço que na vida já foi tudo, foi soldado, carpinteiro, seresteiro, vagabundo..."

30.10.09

Os talibãs da UNIBAM ou, a anti cultura da agressão

Não gosto de abordar temas muito badalados, mas o que ocorreu na UNIBAM é algo tão absurdo que não há como conter uma manifestação de repúdio.
Uma Universidade deveria ser um templo do pensamento livre, das idéias, das reflexões e, inequivocadamente, a casa do aprimoramento humano. Ao contrário, no entanto, a Universidade Bandeirantes se revelou para o mundo como um depósito de fascistas obtusos.
Não é sequer razoável que estudantes universitários adotem um comportamento tão lamentavelmente agressivo pelo fato de uma colega ir à aula usando um vestido curto. É algo incompreensível, mas que denota o nível de obscurantismo que perpassa nossa sociedade e ao mesmo tempo revela um terrível índice de frustração, pessoal e coletiva.
Ali, entre os estudantes agressores, não havia, pelo que assistimos, homens e mulheres psicologicamente saudáveis, mas sim um bando de reprimidos que, de tão reprimidos, passaram a ser repressores. Certamente um bando de infelizes insatisfeitos com a vida, com a família, com a escola e com o mundo em que vivem; daí a necessidade de extravasar, via agressão gratuita, a mesquinharia em que eles próprios transformaram suas vidas.
Pode ser que tudo tenha a ver com os conceitos da chamada vida moderna, onde algumas universidades não passam de shopings centeres, quando não casas de diversão noturnas, com a palavra educação sendo usada apenas como justificativa para lucros fáceis. Talvez seja isso.
A verdade é que nós, enquanto sociedade, apequenamos nossos conceitos, fabricando, diariamente, um exército de mal amados, e isso se reflete no comportamento do dia a dia. Na política, na segurança, na economia, na habitação, nas artes, na cultura, enfim, em todas as áreas da sociabilidade humana.
Chega a ser inacreditável que uma jovem seja hostilizada por usar um vestido curto em uma sociedade nua como a nossa. A própria publicidade, uma das indústrias mais importantes da nossa era, se alimenta basicamente da nudez, principalmente da feminina.
Foram necessários muitos anos de evolução social, é bom que se diga, para que as pessoas tivessem o direito de se vestir de acordo com sua vontade. Mas algumas pessoas do nosso tempo, ao que parece, preferem fazer uma aliança com o atraso e adotar regras dignas do Talião em pleno século 21.
Felizmente, no entanto, nem todos os nossos jovens tem sua formação intelectual e humana forjada nas UNIBANs da vida. Ainda há quem pense, mature idéias, rejeite a burca e opte pela liberdade em termos de comportamento humano.
Talvez nos falte um Raul Seixas para gritar em nossos ouvidos: faze o que tu queres pois é tudo da lei.
Cevar o povo com novelas, breganejos, pagonejos, etc... só poderia dar nisso. Infelizmente.
Aliás, fica provado que a boçalidade acadêmica faz mal a saúde mental do País. Seria bom se começássemos a formar cidadãos de verdade, ao invés de simplesmente fabricar robôs para as variadas indústrias.

Minas

A dona dizia, amém.

E Deus perguntava,

a quem?

Alguém respondia

Ninguém.


O vento batia

E rodopiava

Jogando nos olhos

Areia molhada.


A jovem bonita

Também,

Só se perguntava,

A quem?


O amor exalava

Amém.


A boca secava

Ninguém,

Nunca reparava.


A dona e a moça

Perdidas na praça


Ninguém


Nem boca molhada

Nem trem

Nem hóstia sagrada

Nem bem

Nem mal avançava.


A moça e a dona

Que ressuscitava

Na praça molhada

De chuva e ninguém.


Amém.


De onde eu estava

Nem bem

Nem mal se entranhava.


A dona sentia a voz embargada

E um trem

Nas partes molhadas


Desdém


E a mão tremulava

Nem vem


A boca entregava

Meu bem...


A moça na praça

Se ajoelhava

Amém


A boca amargava

Desdém

O peito arfava.


E a moça secava

As partes molhadas

A boca entoava

Murmúrios pro além.


Ninguém

Sequer reparava

E o trem

Se distanciava.


Meu bem

Nós vamos pra casa.

Amém.