30.6.07

Meu lugar

Viva à vida, viva ao povo
Viva ao Rio de Janeiro
Viva ao sol o ano inteiro
Às mulheres e ao mar

Viva à arte de encantar
Às belezas mais sutis
Bem mais luzes que Paris
Mais feliz que Calcutá

Viva ao povo da favela
À Portela, ao Fluminense
Ao jeito de ser “non sense”
Viva ao jardim de Alá

Viva às cores do planeta
Vivas ao meu mundo inteiro
Ao meu Rio, ao meu janeiro
Meu poema, meu lugar


Vicente Portella

29.6.07

Rui Barbosa....super atual

De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver crescer as injustiças,
de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.

(Rui Barbosa)

Ainda temos, no Rio de Janeiro, Deputados estaduais de verdade...

A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, ALERJ, aprovou na última quarta-feira, 26/06, o Propar, Plano estadual de parcerias público-privadas. Na prática nossos nobres Deputados deram ao Governador Sérgio Cabral um cheque em branco, permitindo que ele venda, empreste ou simplesmente doe qualquer patrimônio público para a iniciativa privada. E a primeira vítima já esta escolhida: o maracanã.
Na prática o atual conceito de privatização é ainda mais nocivo do que aquele impetrado por Marcello Alencar e Fernando Henrique, pois se antes o patrimônio público era vendido, ainda que fosse sub avaliado, agora simplesmente passa-se o controle para uma empresa escolhida pelo governante. Simples assim. O governador dá para alguém aquilo que pertence ao povo.
Uma das únicas vozes destoantes foi a do Deputado Paulo Ramos, líder do PDT na casa.
" Não estamos aqui discutindo o Estado máximo ou o Estado mínimo, mas o Estado nenhum. Não posso adimitir que todas as áreas da administração sejam concedidas. É o reconhecimento da total incompetência do Estado". Afirmou o líder do PDT.
Os eleitores de Paulo Ramos devem realmente estar orgulhosos da postura lúcida do parlamentar, pois com as PPPs o Rio de Janeiro estará retroagindo políticamente.
As privatizações, repudiadas claramente nas urnas, servem sempre a alguns poucos poderosos que enriquecem em tempo recorde enquanto o povo paga a conta.

18.6.07

Cineclube Mate Com Angu completa cinco anos de atividade

Fazer cinco anos trabalhando com audiovisual na Baixada Fluminense é, de fato, algo que merece grande comemoração. E é isso que o Cineclube Mate Com Angu, de Caxias, promete fazer na noite do próximo dia 27 de junho: uma grande festa, à altura da trajetória do grupo.

O conceito da sessão Mate Ataca! é confraternizar o movimento cineclubista a partir da exibição de filmes de vários coletivos audiovisuais fluminenses, como o Cine Guandu, de Japeri, o Laboratório Cítrico, de Nova Iguaçu, o Cachaça Cinema Clube, do Centro, o Cineclube Pela Madrugada, da Zona Sul e o Cinemaneiro, da Maré.“O que o Mate Com Angu tem conseguido ao longo destes cinco anos é colocar Caxias no roteiro cultural do país, revelando a riqueza da cultura daqui”, define HB, um dos integrantes do grupo. “A Baixada é cinematográfica por excelência”, arremata HB.

No dia do evento o público poderá assistir ao curta-metragem "Lá no Fim do Mundo..." , roteirizado por Igor Barradas e que já chamou a atenção de públicos de vários lugares onde foi exibido como a Região dos Lagos, o Circo Voador e o Sesc São João. “Esse filme é especial pra gente por muitos motivos, mas principalmente por fazer uma investigação audiovisual do que é essa cidade mítica, Duque de Caxias. E o curioso é que onde o filme passa, as pessoas se identificam, mesmo nem sabendo onde fica a Baixada”, comenta Barradas. O filme, que mistura documentário e ficção, foi selecionado para o CineEsquemaNovo 2007, badalado festival que acontece em Porto Alegre no final deste mês.

A noite conta ainda com novas produções do Mate como Dinheiro Fácil, documentário de Fabíola Trinca, a animação As aventuras do Agente 77, de Cacau Amaral e Suburbana, novo clipe do rapper João Xavi, que também é integrante do grupo.

Para coroar a festa, haverá intervenções artísticas do coletivo Imaginário Periférico, forró pé-de-serra com o Trio de Dominguinhos do Recife e festa comandada por DJ Cézar Ray e DJ Brasília, este vindo diretamente da festa Phunk! para Caxias.

A sessão de aniversário do Cineclube Mate Com Angu será na quarta-feira, dia 27/06/2007, a partir das 20h, na Lira de Ouro, Rua Sebastião de Oliveira, 72, centro de Caxias, com entrada a dois reais.

Mais informações pelo e-mail matecomangu@curtacaxias.com.br ou pelos telefones 9300-2553 e 9288-3300.

14.6.07

O mito da caverna

Vivemos um momento altamente tranqüilo. Há mensaleiros, sanguessugas, policiais ladrões, Deputados safados, governantes corruptos, empresários canalhas... Ou seja, tudo dentro da mais rotunda normalidade para os padrões brasileiros... E isso desde o império, atravessando as tantas repúblicas velhas e novas que antecederam a nossa atual ré-pública. Há, no entanto um espírito de desconsolo no ar. Leões rugem como se estivessem diante de algo novo, inédito, singular...
- Talvez a culpa seja minha ao analisar a coisa assim. Não sei se estou preparado para compreender a hipocrisia vigente. E olha que ela vige desde que Cabral ( o outro, mais antigo) pôs seus pés em terras brasileiras, mas sei lá, nunca me acostumei.
Só para citar governos existentes desde o momento em que minha pobre memória quarentona foi capaz de registrar, vivemos a ditadura, os governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique Horroroso e agora Lula. De todos, o único não “Doutor” é Lula. Rigorosamente todos os nossos governantes anteriores esquentaram com suas poderosas nádegas bancos acadêmicos e não apenas aqui, mas principalmente no exterior. Alguns, inclusive, certamente trouxeram das Havards da vida o costume arrogante de olhar o povo por cima e considerar ridícula, absurda ou “populista” qualquer formulação que não esteja plenamente dirigida a interesses estrangeiros ou de seus asseclas tupiniquins. E todos também, sem exceção, usaram a máquina pública como um mero depositário de fortunas a serem repassadas para as elites, inclusive familiares, seja por via direta ou indireta.
Como o hábito do cachimbo faz a boca torta, esse comportamento elitista e preconceituoso baseado na formulação de conceitos sempre lastreados por uma doutrina ou pensamento concebido e gerado em terras estrangeiras espalhou-se para todas as tendências ideológicas.
A mídia de um modo geral tem um papel fundamental na irradiação desta lógica. Desde o berço somos acostumados a idolatrar as coisas de fora, principalmente dos EUA, e vamos absorvendo como se fosse nossa a cultura deles. As distorções se agigantam de tal forma que chegamos a comemorar um tal “Dia das bruxas” que não tem sequer significado para nenhum de nós, e, como conseqüência, vamos deixando de lado a nossa própria forma de pensar; vamos cortando aos poucos nosso cordão umbilical. E não há nessa afirmação nenhum arremedo de xenofobia, mas uma simples constatação. Desacostumamo-nos, na verdade, a pensar com a nossa própria cabeça. Se “O globo” diz que o papa é ladrão, pedras ao papa. Se o “SBT” diz que tal novela é boa, odes a novela... E por aí vai... Todos os dias imensas cortinas de fumaça são colocadas diante de nossos olhos e as aceitamos sem pestanejar. Em suma: vivemos o mito da caverna, de Platão. Acreditamos no poder de sombras, em miragens e nem sequer questionamos isso. Tornamos-nos, de um modo geral, meros reprodutores da versão oficial estabelecida pelos órgãos de comunicação sem perceber que se trata na verdade de um círculo vicioso.
Tudo isso gera em nós uma espécie de fúria iconoclasta restritiva, pois ao mesmo tempo em que somos encorajados a destruir nossa própria imagem no espelho, vamos também absorvendo outras que não são nossas e nem se assemelham a nós. E pior, vamos adotando como referência os donos dessas imagens, permitindo que eles se tornem tutores da nossa cidadania. Acabamos, enfim, aceitando como correta a opinião de um jornalista que, ganhando 1 milhão de dólares por mês, assume uma posição ardorosamente contrária ao aumento de alguns reais no salário mínimo por conta de um pseudo risco ao equilíbrio da previdência. Não nos ocorre em nenhum momento que tudo não passa de uma grande falácia. Não se pode investir o dinheiro público em melhorias para o povo senão vai faltar para os empreendimentos privados. Se o governo gastar dinheiro em escola, aumento de salário, saúde, educação, CULTURA e etc. não vai ter como retirar bilhões do BNDES para financiar empresas de comunicação. É simples assim.
Chega a ser hilário, na verdade. Aqueles que assaltam os cofres públicos com a conivência de governantes e que enriquecem a sombra do erário são, desafortunadamente, também aqueles que nos incutem a máxima de que o poder que advém do voto é podre, corrupto e danoso... Transformam tudo em algo tenebroso diante dos nossos olhos para que tenhamos aversão ao poder e nunca queiramos exercê-lo.
É como se um seleto grupo de apreciadores de chope, por exemplo, estabelecesse uma terrível campanha contra a bebida, ressaltando todos os seus malefícios e inventando um amontoado de outros tantos, como estratégia para inviabilizar a concorrência.
Na verdade, onde há poder, infelizmente, há corrupção. E a única forma de reduzi-la é aumentar ao máximo o número de pessoas que o exercem este poder, ou seja, trazer o poder de verdade para as mãos do povo, e isso se faz de várias formas, mas a base de tudo, ao contrário do que dizem, é a CULTURA.
Um cidadão culto não se permite ser usado como massa de manobra nem fica vomitando conceitos designados pelas elites. Um cidadão culto não renega sua história, sua vida e sua arte para adotar a de outros. Um cidadão culto sabe que o mundo não é perfeito e não advoga sua perfeição, mas sim sua evolução. E acima de tudo sabe que só o andamento natural do processo social é capaz de consertar os erros e purgar os defeitos.
Lugar de corrupto é na cadeia, é verdade, mas só ao povo cabe, não apenas esta retórica, mas também a estipulação dessa sentença.


Vicente Portella

1.6.07

Ainda temos Senadores de verdade...é bom que se diga.

Simon: "Privatização da Vale ainda exige investigação"

A privatização da Companhia Vale do Rio Doce, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi um negócio que ainda merece uma investigação mais rigorosa, na opinião do senador Pedro Simon (PMDB-RS).
"Essa empresa foi vendida por cerca de R$ 3 bilhões e hoje está valendo R$ 100 bilhões, um crescimento que chama a atenção", afirmou o senador, que destacou o fato da empresa, hoje, investir mais no exterior do que no Brasil.
"Poderia estar ajudando o desenvolvimento nacional", acrescentou.
As privatizações do governo FHC, defendidas com o argumento de que os recursos serviriam para reduzir a dívida brasileira, renderam mais de R$ 100 bilhões. A dívida, que era de cerca de R$ 60 bilhões no início do governo, oito anos depois aumentou para cerca de R$ 600 bilhões.