9.9.11

Resgatando a classe média

Talvez o Brasil seja o único País do mundo em que a realidade é obrigada a se adaptar aos conceitos do Governo, e o mais curioso é que o PIG ( Partido da imprensa Governista ) adere a farsa e trata a ficção como fato inquestionável.
Na história recente do Brasil, dos anos 80 pra cá, mais especificamente, a classe média foi massacrada. Foi ela quem pagou, e muito caro, por todos os desmandos políticos, administrativos e econômicos, sendo quase   aniquilada. Com a recuperação econômica, no entanto, ocorrida nos anos 90 e atualmente consolidada, a Classe média começou a se recuperar. Mas só em termos.
Qualquer estudante de ensino médio sabe a importância da Classe média para o desenvolvimento de uma nação. É dela que saem os profissionais qualificados que vão formular e planejar o futuro, serão os médicos, advogados, engenheiros, agentes culturais, enfim, ela fornece às sociedades seus componentes básicos. Mas no Brasil a coisa é diferente... Graças aquele velho complexo de vira latas, ao qual se referia Nelson Rodrigues, a Classe média, aqui, é tratada como inimiga, como adversária, como um obstáculo à perpetuação da ignorância no poder. Faz-se de tudo para menosprezar-la. Até os indicadores foram mudados, ampliando conceito, na tentativa de inventar uma sociedade sem povo, nivelando todos ao nível de Classe média.
Não importa se não há formação nem condições sociais compatíveis, o fato é que quase todos foram, por decreto,  promovidos a Classe média... E esta, é claro, foi reduzida à uma vala comum sem direito a opinião, participação ou amor próprio. Os anos de estudos, a qualificação, a capacidade intelectual, tudo perdeu o sentido no cenário em que basta ser "militante", loura do tcham ou surfistinha para alcançar a realização profissional. Fica a pergunta no ar: Como resgatar a auto estima da Classe média em uma sociedade que aniquila seus talentos; onde a "esperteza" é mais importante que a qualificação?
Recentemente a classe média começou a reagir, principalmente nesta semana, com as Marchas contra a corrupção que assola o País. Bastou isso para ser tratada mais uma vez como inimiga pública. Portais governistas na internet desqualificaram as pessoas que participaram das marchas, taxando-as de todos os termos pejorativos disponíveis. É como se gritassem em alto e bom som: Roubamos o dinheiro de vocês quando bem entendemos, gastamos tudo com cachaça, se quisermos, e vocês têm que ficar quietinhos, pois somos nós quem mandamos nessa joça...
Na verdade a Classe média precisa mesmo reagir, precisa sair desse estado de sedação plena e retomar seu papel na história, por que isso seria muito bom para o Brasil. Não se pode restringir uma nação ao conceito do "Nós vai, nós foi"; não se pode nivelar o pensamento por baixo... por isso a Classe média é tão importante. 
Na verdade, todas as ações que pretendem abafar o grito da Classe média, extirpando sua participação na sociedade, vem da certeza de que é ela o referencial maior do povo brasileiro. Pra onde a Classe média for, o povo vai. Daí o medo que se tem dela.
As marchas contra a corrupção foram certamente um bom começo, mas a classe média não pode abaixar a cabeça. Pelo contrário, precisa ter orgulho de sua capacidade de mobilização e tomar, cada vez mais, as ruas. Talvez, como diz o outro, "Nunca antes na história" o Brasil tenha precisado tanto da Classe média, seja como depositária da capacidade técnica, profissional e intelectual do Brasil, seja como referencial de reação ao mandonismo desqualificado.

7.9.11

REDOMA (Bruno Kohl) Intérprete:Mikaela

Musicá belíssima. Recebi por Twitter e estou espalhando pelo planeta. Vale a pena ouvir. É raro encontrar uma turma nova fazendo arte de verdade... Maravilha.