Gostaria de saber o que se passava na cabeça dos gênios web disgners quando eles inventaram aquelas letrinhas tortas e trepadas uma nas outras que a gente tem que advinhar e digitar para executar algumas tarefas na internet. Será que se eles pusessem as letras direitinho, como um código comum, o efeito seria diferente?
31.3.09
Nerds criativos
Gostaria de saber o que se passava na cabeça dos gênios web disgners quando eles inventaram aquelas letrinhas tortas e trepadas uma nas outras que a gente tem que advinhar e digitar para executar algumas tarefas na internet. Será que se eles pusessem as letras direitinho, como um código comum, o efeito seria diferente?
Seduzir... Juçara Freire lança CD no Bistrô
30.3.09
Direto do site do mestre Millôr
Ainda me lembro (e parece que foi ontem) |
Todas as manhãs os moradores de um extenso quadrilátero de Laranjeiras, que compreende a vizinhança da Comunidade Pereira da Silva (considerada a favela com melhor qualidade de vida e menor criminalidade no Rio), o luxuoso parque Guinle, o Palácio Laranjeiras e ruas próximas, têm o prazer de ouvir as palavras de ordem que os soldados do Bope lançam aos quatro ventos, enquanto fazem o cooper pelas ruas do bairro. Num domingo, por exemplo, fui acordado com as seguintes pérolas: "Bandido favelado não se varre com vassouras/ se varre com granadas, com fuzil, metralhadora"; e ainda "O interrogatório é fácil de fazer/ pegar o favelado e dar porrada até doer" e "O interrogatório é muito fácil de acabar/ pega o bandido e dá porrada até matar". Com tais amostras edificantes de ideologia policial, como os cidadãos ainda se sentem desprotegidos? |
29.3.09
28.3.09
Liberando a agressividade coletiva
Fantástico. Tem gente me xingando até agora lá no portal do Globo. O leitor padrão do jornal, geralmente muito inteligente e consciencioso, acredita piamente que meu artigo defende o Lula, mesmo que na prática eu tenha apenas condenado a agressividade gratuita e tergiversado sobre a essência particular de cada ser humano, mesmo quando no exercício do poder. Mas de qualquer forma é interessante colaborar para o fomento de paixões, especialmente em épocas de vazio existencial e tédio absoluto como a nossa.
Na prática, vivemos um momento tão pasteurizado da história que chega a ser surpreendente alguém reagir a alguma coisa e isso me faz entender perfeitamente, como qualquer monge tibetano, a indignação artificial e a auto afirmação retórica demonstrada por algumas pessoas.
É normal. O sujeito nasce, cresce e morre robô; graças à capacidade humana de reprodução, coloca no mundo mais e mais robôs. Nunca, em momento algum, consegue convencer alguém, por mais insignificante que sejam as pessoas com quem convive, de que sua parca existência sobre a terra tenha alguma utilidade real no vasto universo que o cerca. É claro que o sujeito tem que descascar em alguém, tem que liberar sua agressividade. E como eu estava ali mesmo, de bobeira, exposto aos sentimentos emanados da frustração coletiva, porque não em mim, certo?
Sinto-me, inclusive, orgulhosamente satisfeito, pois dei minha contribuição real para o estabelecimento de uma terapia coletiva que pode vir a ser o grande instrumento de ressurreição de um amontoado de almas mortas que vagam pastando pelo mundo. Freud, se vivo fosse, certamente me congratularia por servir de para raios para tantos néscios de uma só vez. Certamente isso ajuda no tratamento e deve ser bem menos agressivo que choque elétrico. Apesar de que alguns, talvez pelo atavismo cultural e religioso, prefiram o choque elétrico. Algo a ver com a purificação da alma através do sofrimento terreno, não sei explicar direito. Mas fazer o que, né? Alguns usam drogas, outros lêem seu jornal preferido e outros se torturam enquanto esperam algum incauto para derramar sobre ele a culpa acumulada durante os anos de existência. No mundo moderno todos são viciados em alguma coisa. Talvez Freud explique.
27.3.09
Lula e os olhos azuis
Lula está muito longe de ser o presidente dos sonhos, mas também nem chega perto dessa imagem grosseira que se costuma impor à dele. A nova "indignação" coletiva em torno da verborragia presidencial tem se dado em cima da frase sobre as pessoas de olhos azuis serem culpadas pela crise, e, como sempre, a coisa anda alguns decibéis acima do aceitável.
Nunca na história desse país - para usar um jargão presidencial - nenhum presidente da República foi tão achincalhado pessoalmente como tem sido Lula, e quase nunca por motivos políticos. Na verdade, uma parcela não tão grande assim da população não se conforma até hoje com a eleição, e posterior reeleição, de um operário para a chefia do Executivo nacional. A rusticidade de Lula, no entanto, não é diferente da empáfia de FHC, da arrogância de Collor ou da falsa erudição de Sarney. Os defeitos de comportamento são inerentes ao homem e não ao cargo.
Há, entretanto, na história específica do Brasil, alguma razão para que se culpe os bem nascidos, geralmente caracterizados, de forma genérica, pelos olhos claros, a cada vez que o mundo desaba sobre as costas dos mais pobres.
Como todos nós sabemos, o Brasil é um país riquíssimo, mas cerca de 80% de suas riquezas estão concentradas em tão poucas mãos que ao povo cabe a impressão de que realmente a casta superior é a responsável pelas mazelas e privações terríveis sofridas pelo povaréu de norte a sul do país. Sendo o presidente um homem de origem humilde, essa leitura acaba sendo imediata, e, de certa forma, pertinente.
Lula, a rigor, não deve desculpas a ninguém por ter atribuído a crise aos brancos de olhos azuis. Na verdade é o Brasil, enquanto Nação e enquanto sociedade, quem deve desculpas ao seu povo. Um povo de bem que vive mal graças à uma absurda concentração de riquezas - repito - nas mãos pessoas que podem até não ser, em sua totalidade, brancas e de olhos claros, mas certamente são poucas, muito poucas.
Uma coisa é não votar ou, principalmente, não ser partidário de Lula. Outra, bem diferente, é considerar possível que um homem - ou uma mulher quando isso ocorrer - renegue todas as convicções forjadas por seu histórico pessoal de vida no momento em que chega a presidência da república. Lula, sendo quem é, não deve nada a ninguém por culpar as elites pela crise, pois, como no dito popular, cada um sabe muito bem onde seu calo aperta.
Texto publicado na página de opinião do Jornal O Globo on line
26.3.09
Rio, uma enxurrada de balas
Quantas fábricas de fuzis, bazucas ou morteiros de guerra nos temos no Rio de Janeiro? Nenhuma. Quantas grandes plantios de cocaína ou laboratórios especializados na preparação da droga? Nenhum. Então o que ocorre conosco em termos de segurança pública?
Qualquer cidadão de bom senso sabe que a nossa criminalidade é oriunda do tráfico de drogas, armado até os dentes para garantir seu negócio. Se separarmos o crime comum dos crimes ligados ao negócio das drogas, talvez o Rio seja considerado uma das cidades mais tranquilas do planeta.
Nossa constituição prevê que os crimes ligados ao narcotráfico devem ser combatidos pela Polícia Federal, no entanto, insistimos em combate-los utilizando a PM. Há uma um contrasenso histórico e até uma grave irresponsabilidade nisso. Todas as armas utilizadas pelo tráfdico são produzidas fora do País, assim como a própria droga negociada, e entram no Brasil graças a generosidade de nossas fronteiras. Exatamente por isso a constituição determina que a Polícia Federal seja a responsável pelo combate à esse crime. Enquanto nossas autoridades não entenderem que é necessário policiar as fronteiras o crime ganhará espaço cada vez maior.
Na verdade, trata-se de uma grande covardia atribuir às PMs o combate ao narcotráfico, até pela diferença em termos de armamento pesado. Precisamos, na verdade, do exército. Mas não nas cidades e sim nas fronteiras. Agora que a ação dos bandidos definitivamente saiu da periferia e chegou à copacabana fica fácil perceber que se não agirmos rápido, e de maneira correta, acabaremos governados por traficantes. Oficialmente.
Texto publicado na página de opinião do Jornal O Globo on line
22.3.09
Noções de amor e tempo
Para aqueles que não sabem
o amor começa ontem
É anterior ao fato
Ignora terremotos
Não permite que lhe apontem
Nem mesmo os mais remotos
Acidentes de percurso
Para os que gozam seu uso
O amor começa antes
É anterior ao ato,
aos corpos, beijos e tatos
E sobrevive aos abusos
Dos tolos e dos ingratos
Por ele abandonados
Mas por amantes e amados
O amor é degustado
A cada frágil momento
É usado como ungüento
Como bálsamo e suporte
Pras coisas do dia a dia
Quem ama se delicía
Enquanto atravessa o tempo.
17.3.09
Sejamos mais atrevidos.
Parece-me que meus leitores estão em greve, todos os seis. Ninguém, com a honrosa exceção da Atrevida, têm comentado no Blog. O que prova de maneira peremptória que, além de Atrevida, minha amiga blogueira é corajosa.
Deve ser sintoma dessa coisa de ter um sindicalista na Presidência da República.
Aliás, parece - também - que até o Lula anda preocupado com isso. Tanto que resolveu lançar a Dilma Russef, uma burguesona nata, como candidata a sua sucessão. Uma forma de se aproximar do público de perfil mais conservador e menos provido de inteligência.
Brasília, no entanto, continua a mesma. Depufedes e Senatores acusando-se uns aos outros de ladrões em cada esquina e o povo com a certeza de que todos estão corretos em suas acusações.
Na verdade, desde que escalaram o PMDB como demônio de plantão tem-se a impressão de que o Congresso nacional é todo composto por filiados do partido de Ulisses.¹ Isso sem falar no executivo e no judiciário ². Eita PMDBzão safado.
No Rio de janeiro a coisa tá ³ complicada. Governador ameaça Prefeito em público e o povo ri. Quando Cabral diz para Lindeberg (4) que vai dar merda, deixa bem claro seu grau de desinformação. Já deu merda (5) faz tempo, só o Governador não sabe. E isso é engraçado para o povaréu Há quem diga inclusive que para lançar uma cortina de fumaça sobre a coisa o Biltrame (6) vai mandar matar mais uns dez pobres e uns cinco policiais numa favela qualquer. Depois ele cobra a conta do chefe em algum baita restaurante da Zona sul.
E na Prefeitura? O Paz continua ameaçando a paz dos pobres e fazendo alegria dos ricos. Se um garoto pobre não tem o direito nem de ter uma cadelinha igualmente pobre, com os ricos a coisa é diferente. Fiquei sabendo que o recreio dos Bandeirantes foi incluído na lei do liberou geral da especulação imobiliária. Qualquer um vai poder construir prédios de 20 andares numa boa, pois os gabaritos antigos foram para o beleléu.
Como diria o velho e bom Shaekespeare: Há algo de podre no Reino da Dinamarca.
Mas pelo menos as obras do PAC estão em andamento, como prova a foto aí em cima.
1 – O Ulisses em questão é o das diretas, não o grego. O do cavalo de tróia, para quem não sabe.
2 – Tudo PMDB também.
3 – Temos que seguir as regras determinadas pela Secretaria Estadual de Educação e Funk .
4 – O Prefeito de Nova Iguaçu, não o aviador americano.
5 – Merda é merda mesmo. Aquela que todos nós conhecemos embora raramente na boca de um Govenador.
6 - O cara é um biltre. Deu pra entender não?
OBS - Acatei a sugestão da Atrevida e botei um link pro Blog deliciosamente atrevido dela.
Vamos rir um pouquinho?
14.3.09
E que se dane o bispo inútil...
As coisas do mundo andam muito complicadas. É muito difícil ser abalroado por um conjunto tão enorme de tragédias logo de manhã cedo, no primeiro jornal do dia, sem passar mal. Sem sofrer algum tipo de angústia ou sem embrulhar o estômago pelo menos.
A gente nunca acredita que as dores todas do mundo caibam nas páginas de um periódico, mas por outro lado, para quem lê atentamente, fica a impressão de que todas as desgraças presentes e futuras foram computadas, pois, além dos fatos, ainda sobram especulações em torno de tragédias que nem aconteceram ainda. Uma dose cavalar de dor e sangue servida no café da manhã, e, quando a gente sai de casa, já o faz com o pensamento domesticado. Em meio ao caos sofrido por toda aquela gente no mundo inteiro fica parecendo até uma coisa egoísta o sujeito pretender um dia bom para si próprio. Buscar alguma felicidade pessoal diante disso tudo fica parecendo uma afronta.
Mas a verdade é que o além do portão de casa, a rua e as avenidas do Bairro, a fiação dos postes, as árvores e mais essas coisas todas com que a gente se depara no dia a dia funcionam como uma espécie de conspiração contra a lógica do jornal.
O pardal pousado no fio e o gato no galho da árvore não lêem jornal, por isso ostentam sempre um ar despreocupado que acaba nos contagiando. E de repente você percebe o sol jogando raios luminosos aleatoriamente no asfalto, na calçada, no prédio da padaria da esquina, e se sente até culpado. Será que este sol exibicionista não leu os jornais do dia? Eu pensando em nem sair de casa, com medo de bala, de faca, de terremoto, da prefeitura, do estado e tudo o mais e ele ali, impregnando de luz cada molécula que transita sobre a superfície. É quase uma irresponsabilidade. Assim a prefeitura vai acabar arranjando uma draga imensa para escavucar o sol e aniquilar seu brilho, pois se trata de um convite a desordem. Uma coisa anarquista mesmo.
Pensando nessas coisas a gente acaba dividido entre o belo e o trágico. Na hora em que um sorriso brota no lábio de forma espontânea e magistral, exaltando a vida, surge a notícia de um bispo idiota qualquer punindo alguém com o objetivo de impor uma vida morta. O pior é que nessas horas cruciais Deus se esconde. Ao invés de vir aqui dar um cacete redondo no seu corretor de plantão, fica brincando de coisas boas lá para as bandas do paraíso.
Da vontade de pedir uma caroninha ao todo poderoso. Com direito a retorno, claro, pois afinal de contas a coisa aqui até que é boazinha. Desde que a gente abra mão de se auto torturar e pare de ler jornal.
9.3.09
Artistas na rua e na luta...
Não à terceirização da cultura do Rio
O SATED-RJ convoca toda a classe artística do Rio de Janeiro para comparecer a Assembléia Legislativa nesta terça-feira, 10 de março, às 10h, para dizer um sonoro não ao projeto de Lei 1975 da Secretaria Estadual de Cultura, que defende a criação de uma OS (Organização Social), sem fins lucrativos, que passaria a gerenciar todos os equipamentos sob seu comando. A posição do SATED é mobilizar os artistas para mostrar aos deputados estaduais que a proposta da Secretaria Estadual de Cultura é uma tentativa clara de privatizar o setor. A decisão da Secretaria de Cultura do Estado de encaminhar o projeto a Assembléia Legislativa não conta com o apoio do SATED-RJ, que desde o início se colocou contra a proposta e não teve sua posição acatada pelo governo estadual. O Sindicato, que representa 25 mil artistas em todo o Estado do Rio de Janeiro, está firme e solidário ao lado das entidades que questionam a criação da OS.
Todos a Assembléia Legislativa nesta terça-feira!
Vamos barrar o projeto de privatização da cultura do Rio!
Chega a ser inacreditável a proposta do Governo. Inventar uma OS ( ???? ) e passar todos os aparelhos culturais do estado para a administração de um pequeno grupo de “ amigos “ não é apenas irresponsabilidade. É má fé da grossa.
O pior é que Jorge Coutinho é filiado histórico do PMDB, aquele de Ulisses, Marcos Freire...Deve estar muito chocado com o PMDB que se apossou do Rio.
Essa gente na verdade pegou o vício de privatizar tudo por dois motivos: rende muita grana e isenta o Governante de responsabilidade.
Não ficaria assustado se encontrasse na porta do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, uma velhinha com uma baita placa de vende-se pendurada no pescoço. Sacaria logo ser a mãe de algum poderoso sendo vendida na bacia das almas.
Imagino até a cena. Alguém reclamando do preço alto e o poderoso respondendo com um sorriso aberto: Sabe como é, né? Mãe a gente tem que valorizar.
Vamos lá. Se a gente não reagir, daqui a pouco eles vão privatizar as praias, as montanhas e a florestas do Rio. E se continuarmos sem resistir, mas à frente eles privatizam a água da chuva, a luz do sol e até a gente mesmo. Nossas almas e nossos corpos.
Para quem não se lembra, aqui no Brasil mesmo já houve regime assim. Onde até seres humanos eram vendidos como mercadoria.
Está na hora de sair da poltrona, arregaçar a manga e ir lá para a Alerj dizer ao Gvernador e aos Deputados que cultura é algo muito além de industria cultural e que o Rio, capital cultural do País, os elegeu,sim.Mas para serem governantes e não camelos do alheio. Governar não é vender e sim administrar o bem público e torna-lo acessível à quantos assim quiserem.
Meu lugar
Viva à vida, viva o povo
Viva o Rio de Janeiro
Viva ao sol o ano inteiro
As mulheres e o mar
Viva à arte de encantar
As belezas mais sutis
Bem mais luzes que Paris
Mais feliz que Calcutá
Viva o povo da favela
A Portela, o Fluminense
O jeito de ser “non sense”
Vivas ao jardim de Alá
Viva às cores do planeta
Vivas ao meu mundo inteiro
Ao meu Rio, ao meu janeiro
Meu poema, meu lugar
3.3.09
Jabor, quem diria...Virou petista.
Interessantíssimo o artigo do ex cineasta Arnaldo Jabor nesta terça feira no “Grobo”. Pegando Nelson Rodrigues como muleta, o texto veio num crescendo de xingamentos previsíveis e vômitos literários quase até o fim, sempre usando o velho e bom Nelson para organizar um amontoado bestices, mas nos últimos parágrafos a intenção real do autor escapou-lhe da pena, espalhando a ridicularia pela página do jornal dos Marinho.
Pra quem não é do ramo dava até a impressão que o neo escriba globete batia no governo. Chegou até a idolatrar Jarbas Vasconcelos, Senador que após chegar ao fundo do poço político, reduzindo seu partido em Pernambuco, seu Estado, à quase zero, descobriu subitamente que o PMDB é corrupto. Deve ter sido uma epifania do Senador. Um momento divino no qual a verdade lhe foi revelada 30 anos após sua filiação ao partido.
O Brasil, aliás, deve ter encarado a “bombástica” entrevista de Jarbas como algo extraordinário. Há corruptos no PMDB? Meu Deus, que surpresa... Hipócritas! Diria Jabor se escrevesse à sério.
Apesar de dar a idéia de oposição, resgatando inclusive adjetivos mortos da língua portuguesa para tentar dar brilho e agressividade ao pequeno texto próprio que escorregava entre montanhas de citações rodrigueanas, o texto de Arnaldo serviu exclusivamente para fazer uma defesa apaixonada do PT, de modo específico, diante do que vem acontecendo em Furnas.
Quem está de fora não sabe, mas o PT ama demasiadamente os Fundos de pensão, especialmente a Fundação Real Grandeza, de Furnas, um dos maiores do País na esfera estatal.
No começo deste segundo Governo Lula ocorreu uma verdadeira guerra fratricída em torno das nomeações para esse Fundo, a ponto de vários canhonaços terem sido disparados por aliados, ameaçando inclusive romper o casco da nau governamental, para que uma pequena parcela deste imenso poder fosse dividida entre alguns não petistas. E vem agora o nosso glorioso Jabor, último “guerrilheiro de extrema direita” ainda vivo no Brasil, acusar a “ganância” do PMDB pelo atual conflito. Como se a coisa se resumisse à isso.
Hipócrita! Digo eu. Trata-se na verdade de uma sede hegemônica do PT em todo e qualquer órgão público onde o dinheiro jorre
Enfim, posso garantir, Arnaldo Jabor sabe muito bem que não há santos nem virgens nessa história. Há sim, uma gigantesca galinha dos ovos de ouro e vários hospedeiros tentando arranjar um lugarzinho embaixo de suas asas. O fato real e de imensa grandeza é que alguns destes hospedeiros querem esses ovos só para si, por isso acotovelam e metem o dedo nos olhos dos outros.
É uma pena que Jabor tenha apequenado a discussão e tomado partido. O lado bom é finalmente ter revelado seu lado petista. O ruim é não ter levado a coisa mais adiante, pondo Sarney, Renam e Jarbas no mesmo saco de dormir onde já repousam Gushiken, Tarso, Zé Dirceu e tantos outros arautos da mentira que se arvoram proprietários do Brasil.
Por fim, citando Sérgio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta:
Ou se locupletam todos, ou restaura-se a moralidade.
2.3.09
Sem palavras...
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde