A imprensa brasileira foi invadida nos últimos anos por uma série de colunistas de R$ 1,99, gente barata porque escreve aquilo que convém à seus patrões mesmo que para tanto se sujeite a margear, e às vezes até ultrapassar, as fronteiras do ridículo.
De um modo geral, costumam avaliar Governos pela capacidade que esses demonstram de gerar lucros para seus empregadores, pois assim, ao que tudo indica, suas próprias merendas são engordadas um pouquinho à cada canetada subserviente.
Dentre o amontoado de bobagens que leio no dia a dia, me chamou a atenção um artigo escrito no Jornal O Globo – só podia ser – e reproduzido no Blog do Ricardo Gama - de um certo Luiz Garcia, que pelo texto e pelas teses deve ser parente próximo do Sargento Garcia, aquele que vivia tentando prender o Zorro.
A pena do moço, provavelmente comprada com os 180 milhões prometidos à mídia, faz elogios rasgados a Sérgio Cabral, a quem certamente ama de paixão, e desce a lenha em Garotinho e Rosinha. Normal para quem ganha a vida escrevendo para o jornal dos Marinho. Curiosa, no entanto, é a forma como moço se arvora a ensinar a candidata Dilma Roussef a “escolher” seus aliados. Fica evidente que o escriba não tem a menor noção de quais sejam as raízes políticas da candidata do PT.
Historicamente Sérgio Cabral sempre esteve ombreado com a concepção política mais conservadora e elitista possível. Quando os líderes do campo ideológico e popular – Lula, Brizola, Arraes, Prestes - se uniam, em vários momentos, para desapear do poder aqueles que levaram o País ao fundo do poço, Garotinho e Dilma sempre estiveram com eles, enquanto Cabral estava do outro lado, alinhado com o que havia de pior na política brasileira.
Serviu indiscriminadamente à Sarney, FHC, Collor, etc, e traiu à todos os que lhe ajudaram a chegar onde chegou. Sérgio Cabral, enfim, nunca pode ser companheiro de Dilma, pois sempre esteve lendo na cartilha da direita fascista que dominou o Brasil até bem pouco tempo atrás.
Tudo isso poderia ser colocado na conta do passado, sem ressentimentos, se ao menos Cabral respeitasse o povo do Rio de Janeiro que lhe outorgou um mandato. Mas, nem isso.
Em três anos como Governador o único legado de Cabral é o espancamento público à professores e servidores em geral. Não há em todo o Estado uma só obra - uma escola, um hospital, uma creche – que possa se dizer ter sido construída por Cabral. Trata-se portanto de um Governo muito além do desastroso. Na verdade um desgoverno que tem como base única e exclusivamente operações financeiras, seja nos milhões distribuídos a mídia para comprar penas de aluguel ou na portentosa especulação, inclusive imobiliária, que transforma o Governo do Rio em um mero balcão de bons negócios para alguns poucos.
Poderia aqui pedir uma reflexão ao Sr. Sargento Garcia sobre o tema da coisa pública, mas sei que seria chover no molhado. O máximo de reflexão permitida à colunistas assim, acostumados a viver na iha de Circe, é aquela que se restringe ao financiamento dado a outros colunistas, como aquele, que Cabral deu à Ancelmo Góis. Este colunista deve sonhar todos os dias com os 309 mil reais - do meu, do seu, do nosso dinheiro - que foram dados de presente àquele.
Enfim, boa parte da nossa dita grande imprensa se resume à isso. Ficar na boca de espera pelos afagos financeiros do poder.
Um Governo que equacionou a dívida do Estado, recuperou a indústria naval, formulou o Polo petroquímico, levou a universidade pública para zona oeste, criou redes sociais de proteção aos mais necessitados, entre outras muitas coisas, como foi o de Garotinho e Rosinha, eles chamam de desastroso. Bons, para eles, são os governos que distribuem dinheiro público para seus patrões. Ainda bem que sua excelência, o povo do Rio de Janeiro não pensa como eles e nem vota neles.
Como diz o outro, vida que segue...