23.4.11

Morte e Vida Severina - Abertura e fala inicial de Severino

Me bateu uma baita saudade do texto de João Cabral de Mello Neto, aí resolvi dividir com a galera pelo menos este trechinho de "Morte e vida severina". É só a abertura, interpretada por José Dumont na década de 80...

Clara Nunes - Como é grande e bonita a natureza




Como É Grande e Bonita a Natureza

Sivuca e Glorinha Gadelha



Andorinha é a presa do picanço
Beija-flor todo dia a flor beija
E a pequena floresta onde eu descanso
É um mundo de fera e de presa
Quero muito zelar pela pureza
Pelo rei, pela fada, pelo santo
Escondendo na mata o meu espanto
Como é grande e bonita a natureza
Oiê,oiê,como é grande e bonita a natureza
Oiê,oiê,como é grande e bonita a natureza

Eu me chamo João, Joana chama
Pra mostrar verdes olhos, verde queixa
Pra plantar minha crença galopando
Quero sol, quero chuva que despeja
Minha força taí nessa peleja
No rastejo arrastado do meu chão
Vou fazendo do mote o meu refrão
Como é grande e bonita a natureza

Oiê,oiê,...etc.

O cometa que passa vai passando
E a estrela do norte pestaneja
Zelação pelo céu alumiando
No clarão da manhã a noite fecha
Minha sorte no meio dessa riqueza
Meu desejo, meu sonho, meu sertão
Meu inverno e a promessa de um verão
Como é grande e bonita a natureza

Oiê,Oiê,...etc.

Eu sou feito da força do remanso
A paulada no couro me desfecha
No momento da fome eu me avanço
Pra comer como tudo que me deixa
A coragem embarcou nessa afoiteza
Minha sede abre a boca num rasgão
Que não sofra por mim, viu meu irmão
Como é grande e bonita a natureza

Oiê,oiê,...etc.

Pixinguinha Carinhoso

Nossa homenagem à Pixinguinha no Dia Nacional do Choro...

Ari Toledo - Pau de Arara ( Comedor de Gilete)

A música é de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, foi feita para o musical "Pobre menina rica", mas ficou tão marcada na voz do Ari Toledo que todo mundo que conhece pensa que é dele, inclusive, segundo Carlinhos Lyra, o próprio Ari...rs

16.4.11

FHC está certo... Por isso tem sido tão agredido

FHC escreveu um ensaio que nem foi publicado ainda e já vem acumulando baba nos cantos da boca de petistas e adesistas desde ontem. Na verdade FHC disse o óbvio: se a oposição insistir em nadar na piscina do PT, se afoga.
Desde os anos 80 o PT escolheu a estratégia de nivelar tudo por baixo, politicamente, para angariar adeptos. Em seus discursos a composição do povo brasileiro se limita à sem tetos, sem terras, sem isso, sem aquilo e etc. Em geral, os líderes destes movimentos são todos petistas muito bem colocados na vida, mas isso nunca  foi muito interessante de se publicar. A outra ponta do novelo petista eram os universitários, em geral jovens de classe médias que, contemplados com o discurso, passaram a canalizar suas frustrações  pessoais e empresta-las à causa do PT.
Nos primeiros enfrentamentos eleitorais, no entanto, essa estratégia se mostrou importante, mas não suficiente. Daí o PT foi costeando o alambrado e adotando a velha e boa tática populista para chegar ao poder. Lula foi transformado em líder carismático e aquele amontoado de teses peseudo técnicas defendidas desde os anos 80 ficou limitada às falações dirigidas à alguns guetos pseudo intelectualizados.
Pois bem, mesmo com essa guinada ao populismo e ao apelo carismático, Lula perdeu 2 vezes para FHC por um único motivo: O sociólogo manteve sua postura de liderança intelectual, crítica, burocrática... A liderança que se propõe por "Saber fazer".
De repente, não mais que de repente, os herdeiros de FHC viram-se perdidos diante dos fracassos eleitorais e resolveram lutar com Lula e com o PT "no campo deles". Claro, trata-se de uma burrice colossal. No campo da exploração das carências públicas o PT é imbatível, mesmo quando ele próprio é o responsável por tal carência. Nenhum grupamento político do mundo atribui seus erros aos outros com tanta facilidade quanto o PT. Essa é a marca dos ptistas.
Pois bem, bastou FHC, que já ganhou de Lula duas vezes, defender essa correção de posição das oposições, para o mundo desabar sobre sua cabeça. Petistas, proto petistas, neo petistas e até tucano petistas desandaram a dar chilique e arrancar as próprias penas contra as declarações do ex presidente. Ou são hipócritas ou são completamente beócios...
As oposições no Brasil estão se desmilinguindo exatamente por não contarem nem com identidade, nem com lideranças capazes de formular ações políticas, as raras exceções são FHC, Cesar Maia, Roberto Freire e mais um ou outro líder isolado. Quando aparece uma liderança disposta à isso vem a própria situação e induz a oposição à rechaça-la. Coisa de maluco. Até na opinião e posicionamento de seus quadros mais importantes a situação quer dar linha a oposição. Chega a ser ridículo.
O fato é que as oposições precisam, sim, aprender a pensar o Brasil. Precisam se posicionar de uma maneira diferente desta que aí está, onde o estado é um mero depositário de riquezas para alguns poucos e onde todas as chaves dos cofres da união são franqueadas aos amigos do Rei.
A oposição precisa pensar em parar de nivelar o Brasil por baixo, precisa ir para a rua e gritar bem alto que nosso povo não pode viver de mendicância governamental. Precisa dizer que crescimento econômico de verdade se dá com geração e distribuição de riqueza, não com bolsa esmola. A oposição precisa é aprender a falar grosso e defender os interesses do Brasil, denunciando maracutaias, mensalões e mensalinhos. A oposição precisa ser propositiva, pró ativa e demonstrar à sociedade que sabe fazer, que está preparada tecnicamente e ao mesmo tempo tem sensibilidade política para compreender os anseios da sociedade. A oposição precisa aprender a fazer isso tudo por que foi assim que FHC ganhou de Lula duas vezes. FHC, mais uma vez, está certíssimo.
O PT, é claro, não quer que a oposição faça nada disso. É mais fácil trata-la como uma espécie de PMDB do B, mas eles têm os seu motivos para isso.

O Exterminador do Futuro & Jesus Cristo (Legendado em Português/Brasil)

14.4.11

Baixada é arte - Todas as artes unidas em solo sagrado

Bira da Vila, Heraldo HB, Eldemar de Souza, eu, e mais um montão de gente boa, vamos estar  lá,  misturando as artes e marcando o território da Baixada como solo sagrado da cultura brasileira. 
Tem Samba, Rock, Pop, Dança, Arte de criança... 
Todas as tribos criativas do planeta Baixada estarão lá esperando por você pra te encantar, pra te envolver, pra te seduzir...

Essa semana será imperdível. Nunca antes na história desse País a arte da Baixada falou tão alto.
É no SESI e a Entrada é FRANCA



Sobre o projeto:


A Semana BAIXADA É ARTE une, em um mesmo espaço, importantes trabalhos de diferentes linguagens artísticas – música, cinema, literatura, teatro, dança, além de debates temáticos, com o objetivo de valorizar a produção cultural da região.

Mais do que um evento, esta Semana deve ser um movimento de união dos artistas da Baixada em prol da cultura local.

Nestes cinco dias, artistas de expressão irão mostrar que a Baixada Fluminense pode e deve estar integrada à sua riqueza cultural.

BAIXADA É ARTE nasceu do projeto O Canto da Baixada, do cantor e compositor Bira da Vila, que reúne exclusivamente obras de compositores de samba da região. 

"A valorização cultural da Baixada Fluminense deve prestar homenagem aos antigos artistas, mas também olhar em direção ao futuro, e encorajar a produção dos novos criadores. Fazendo uma ponte entre estes e o público, o evento busca incentivar o desenvolvimento cultural da região."

                                                                                                                                                               Bira da Vila



ESPERAMOS TODOS LÁ!

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Pagu Produções Culturais
Carolina Bellardi
21 7719-7489
21 8118-7525


12.4.11

Os enganadores profissionais estão de volta

A sociedade brasileira já deveria estar madura o suficiente para saber que quando uma proposta parte de Sarney, boa coisa não pode ser. Quando a proposta de Sarney vira unanimidade no Senado, então, a coisa é gravíssima.
É mais ou menos isso o que vem acontecendo com essa idéia de jerico de um novo plebiscito para definir a questão das armas.
Em 2005 o Brasil recusou, em plebiscito, essa tutela comportamental do Estado, o que deveria ser respeitado, como ocorre em países civilizados. Ao invés disso, no entanto, os perdedores de outrora, inconformados por não poder jogar areia diretamente nos olhos da população, querem rasgar o plebiscito para revotar o já votado.
Pra começar a abordar o assunto, é preciso que se saiba que pelo menos 90 % dos crimes por armas de fogo ocorridos no Brasil, têm sua origem nas armas ilegais e que a imensa maioria destes crimes são solenemente ignoradas pela polícias em geral - antigamente muito mais preocupadas em produzir algum flagrante  para a feira do fim de semana do que outra coisa qualquer e hoje em dia completamente afastadas dos casos mais cabeludos- Coisas grandes são negociadas diretamente entre autoridades eleitas e os interessados. É o mundo corporativo que, depois de excluídos seus méritos inegáveis, chegou ao poder público.
Os donos das ações criminosas nas capitais são os comandos e mais comandos, entidades policromáticas tão idolatrados e propagados pela gloriosa mídia brasileira. Suas ações são obscuras, suas armas são ilegais e seus sócios são velados. Exatamente por isso o tráfico e o crime tem sido um negócio tão rendoso nos últimos 30/40 anos, desde a época em que a própria Rede Globo passou a dar a cotação da cocaína no Jornal Nacional, com o legendário Cid Moreira: Foram apreendidos  X quilos de cocaína no valor de Y dólares. Bastava fazer as contas.
Se alguém acha que  vai tirar o pão da boca dessa galera, fazendo-os entregar as armas, num surto de adesão à cidadania parasitária Global, pode tirar o cavalo da chuva...não há a menor chance. Essas ações geniais formuladas por nossa mídia são apenas de uso externo. Enquanto o homem de bem entrega a arma, os bandidos de verdade, aqueles, profissionais do poder e da grana, vão se apossando da sociedade como um todo, como fizeram com a máquina pública.
Atualmente é raro encontrar-se uma cúpula de segurança pública, seja em que Estado for, que não esteja impregnada com os negócios do crime organizado. Pode-se até dizer que o crime hoje é "quase" ou "para" legal. Sendo assim, falta aos donos deste poderoso esquema controlar à outra parte da estrutura; aquela que não depende do poder público em si, já em suas mãos; aquela que é livre para agir e inclusive defender-se graças aos direitos constitucionais.
Na prática, proibir que as pessoas de bem se protejam é algo semelhante à segurar as famílias para que os bandidos, estes sim, sem problemas com o porte de arma, ajam à vontade.
Baseado nisso tudo podemos afirmar o seguinte: Sarney e sua turma preparam mais um ato para enganação e orquestra dirigido a nação brasileira. Vem mais um golpe por aí, e, como sempre, terrivelmente danoso.

OBS: Só para ficar bem claro, nunca fui usuário ou defensor de armas. O que não significa que eu seja conivente com a coação ao legal, inclusive bons policiais,  e liberação dos criminosos, que não prestam satisfação à ninguém e ainda são protegidos por "otoridades".

11.4.11

Eita coraçãocinho vagabundo...

Sempre tive o hábito, talvez até instinto, de mergulhar além da conta nas coisas em que acredito. Sou assim, não tem como agir de forma diferente.
As vezes até simulo ódios ensandecidos só pra camuflar os exageros amorosos que me domam, atormentam e me impelem à uma espécie rara e moderna de quixotismo. Até aí tudo bem, não é nada que prejudique quem quer que seja. Fico lá com meus moinhos de vento travando batalhas infinitas ancoradas nessa coisa ultrapassada de bem e mal. É a herança que Cervantes me deixou misturada com um “que” de Garcia Marques.
Ma o fato é que esse lirismo lúdico associado às pragas mundanas: café, cigarro, noites mal dormidas e essa falta de dinheiro que é fatal, segundo Taiguara, acabaram me levando à nocaute.
De quarta pra quinta, logo após o jogo do Fluminense, uma dorzinha nojenta pra dedeú começou a se apossar do meu peito e do meu braço esquerdo. Como de hábito, minimizei. “deve ser gazes” determinei para mim mesmo. Até dei-me ao luxo de ligar para uma amiga de quem eu gosto muito, a Alinne, que é médica, mas minimizei os sintomas... algo meio que deliberadamente feito para não deixá-la preocupada, como se isso fosse mudar alguma coisa.
O fato é que no dia seguinte, já no trabalho e ainda com as mesmas dores, a galera me enquadrou, me jogou dentro dum carro e me levou para o Mario Lione, Hospital aqui de Duque de Caxias.
A médica que me atendeu nem esperou eu desfiar o novelo da história que eu havia preparado para contá-la, me mandou logo para uma salinha onde me puseram ventosas até na alma, recolheram sangue e fizeram mais uma carrada de exames. Não tinha jeito, eu tinha infartado e acabei indo pra a UTI cardiológica.
Resumo da ópera: a experiência foi horrível, embora compensada pelo profissionalismo da equipe, que, além disso, era gente boa paca, tanto a turma que me deu assistência na UTI, quanto a galera que me auxiliou depois, já no quarto.
Sai de lá no domingo, com um estent – uma molinha que serve para manter aberta uma artéria que esteja obstruída - no peito. Na prática, pode até ser que isso dito assim pareça um exagero, uma breguice ou algo piegas, mas acho que nasci de novo. Vi minha vó por uma greta, me chamando para comer os bolinhos que ela fazia em dia de chuva, mas fiquei onde estava.
Pode ser que uma chance dessas signifique algo pendente, vou consultar os estudiosos quanto à isso. Mas uma coisa é certa, vou aproveitar essa nova oportunidade pra fazer aquelas coisas todas em que sempre acreditei mas nunca pus em prática.
Dias desses, num comentário aqui no Blog mesmo, a Bia Beijo me perguntou se eu acreditava ainda que alguma coisa pudesse melhorar. Respondo que sim, que acreditava. E depois dessa, acredito mais do que nunca. Vamos lá fazer o que será...

5.4.11

Uma nação surrealita

Todos nós vivemos confusos nos dias de hoje. Não há como ser diferente em um País onde uma reforma de estádio, como a do Maracanã, custa 1,3 bilhão e a Sandy é protótipo de devassa. 
Tudo nos confunde. Tiririca é membro da comissão de “educassão” do congresso; João Paulo Cunha, aquele do mensalão, foi pra CCJ – Comissão de constituição e justiça – e a Dilma, a presidenta, “reestatizou” a Vale ao impôr um Presidente de sua preferência à uma empresa privada. 
No Rio, Cabral está vendendo as Barcas, que não pertencem ao Estado, para uma empreiteira, e sua mulher, Adriana Ancelmo, além de ser advogada das próprias Barcas, advoga também para o Metro e várias outras concessionárias estaduais. Antigamente isso era crime, tráfico de influências, mas hoje é a coisa mais normal do mundo.
E a dengue? A doença mata gente à rodo e o poder público bota a culpa em quem morreu. Quem tem que combater epidemia é a população, pois a grana que se paga de impostos é “pouca” e não pode ser usada para “assistências” menores, para essa coisa de “Zé povinho”.
Ainda no Governo Cabral, tem uma empresa chamada Facility que lava a alma, ganha tudo quanto é licitação sem ter necessariamente a obrigação de fazer coisíssima nenhuma, e todo mundo acha normal. MP, imprensa, OAB, ABI, ninguém dá um pio. Desviar grana pública virou regra e quem denúncia é chamado de encrenqueiro, um dinossauro que não compreendeu ainda que essa coisa de moralidade é coisa da antiga. No jogo atual, na era “muderna”, grana pública é grana de ninguém. Quem rouba é considerado herói pela mídia que recebe, graciosamente, os dividendos da corrupção.
Voltando ao cenário nacional, um grupo de picaretas arma um esquemaço para transferir 1,3 milhões dos impostos para um Blog da Maria Bethânia e vários artistas saem em defesa da picaretagem. Os mesmos caras que se posicionaram contra a ditadura defendem agora o estupro aos cofres da viúva, e isso, assim, de cara dura, sem traumas, remorsos ou dores de consciências. É ou não é confuso?
Na verdade o cenário atual é tão dantesco e ao mesmo tempo surrealista que Deputados da base alugada do Governo tentam impedir uma CPI para investigar a CBF, instituição mafiosa que se apropriou do futebol no Brasil e tunga os cofres públicos há mais 20 anos. A CBF é privada, mas seus interesses financeiros são públicos. Apesar disso, no entanto, o próprio Governo à protege. Mais confuso que isso impossível.
Para entender o Brasil atual seria necessário juntar Freud, Einsteim e Jung em uma mesma sala e passar alguns dias estudando o problema, mesmo assim, creio, ficaria muito difícil.
Pobre Brasil, sucumbiu à uma modernidade que nos condena ao limbo, mas é extremamente lucrativa para alguns poucos.