12.4.11

Os enganadores profissionais estão de volta

A sociedade brasileira já deveria estar madura o suficiente para saber que quando uma proposta parte de Sarney, boa coisa não pode ser. Quando a proposta de Sarney vira unanimidade no Senado, então, a coisa é gravíssima.
É mais ou menos isso o que vem acontecendo com essa idéia de jerico de um novo plebiscito para definir a questão das armas.
Em 2005 o Brasil recusou, em plebiscito, essa tutela comportamental do Estado, o que deveria ser respeitado, como ocorre em países civilizados. Ao invés disso, no entanto, os perdedores de outrora, inconformados por não poder jogar areia diretamente nos olhos da população, querem rasgar o plebiscito para revotar o já votado.
Pra começar a abordar o assunto, é preciso que se saiba que pelo menos 90 % dos crimes por armas de fogo ocorridos no Brasil, têm sua origem nas armas ilegais e que a imensa maioria destes crimes são solenemente ignoradas pela polícias em geral - antigamente muito mais preocupadas em produzir algum flagrante  para a feira do fim de semana do que outra coisa qualquer e hoje em dia completamente afastadas dos casos mais cabeludos- Coisas grandes são negociadas diretamente entre autoridades eleitas e os interessados. É o mundo corporativo que, depois de excluídos seus méritos inegáveis, chegou ao poder público.
Os donos das ações criminosas nas capitais são os comandos e mais comandos, entidades policromáticas tão idolatrados e propagados pela gloriosa mídia brasileira. Suas ações são obscuras, suas armas são ilegais e seus sócios são velados. Exatamente por isso o tráfico e o crime tem sido um negócio tão rendoso nos últimos 30/40 anos, desde a época em que a própria Rede Globo passou a dar a cotação da cocaína no Jornal Nacional, com o legendário Cid Moreira: Foram apreendidos  X quilos de cocaína no valor de Y dólares. Bastava fazer as contas.
Se alguém acha que  vai tirar o pão da boca dessa galera, fazendo-os entregar as armas, num surto de adesão à cidadania parasitária Global, pode tirar o cavalo da chuva...não há a menor chance. Essas ações geniais formuladas por nossa mídia são apenas de uso externo. Enquanto o homem de bem entrega a arma, os bandidos de verdade, aqueles, profissionais do poder e da grana, vão se apossando da sociedade como um todo, como fizeram com a máquina pública.
Atualmente é raro encontrar-se uma cúpula de segurança pública, seja em que Estado for, que não esteja impregnada com os negócios do crime organizado. Pode-se até dizer que o crime hoje é "quase" ou "para" legal. Sendo assim, falta aos donos deste poderoso esquema controlar à outra parte da estrutura; aquela que não depende do poder público em si, já em suas mãos; aquela que é livre para agir e inclusive defender-se graças aos direitos constitucionais.
Na prática, proibir que as pessoas de bem se protejam é algo semelhante à segurar as famílias para que os bandidos, estes sim, sem problemas com o porte de arma, ajam à vontade.
Baseado nisso tudo podemos afirmar o seguinte: Sarney e sua turma preparam mais um ato para enganação e orquestra dirigido a nação brasileira. Vem mais um golpe por aí, e, como sempre, terrivelmente danoso.

OBS: Só para ficar bem claro, nunca fui usuário ou defensor de armas. O que não significa que eu seja conivente com a coação ao legal, inclusive bons policiais,  e liberação dos criminosos, que não prestam satisfação à ninguém e ainda são protegidos por "otoridades".

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