A dona dizia, amém.
E Deus perguntava,
a quem?
Alguém respondia
Ninguém.
O vento batia
E rodopiava
Jogando nos olhos
Areia molhada.
A jovem bonita
Também,
Só se perguntava,
A quem?
O amor exalava
Amém.
A boca secava
Ninguém,
Nunca reparava.
A dona e a moça
Perdidas na praça
Ninguém
Nem boca molhada
Nem trem
Nem hóstia sagrada
Nem bem
Nem mal avançava.
A moça e a dona
Que ressuscitava
Na praça molhada
De chuva e ninguém.
Amém.
De onde eu estava
Nem bem
Nem mal se entranhava.
A dona sentia a voz embargada
E um trem
Nas partes molhadas
Desdém
E a mão tremulava
Nem vem
A boca entregava
Meu bem...
A moça na praça
Se ajoelhava
Amém
A boca amargava
Desdém
O peito arfava.
E a moça secava
As partes molhadas
A boca entoava
Murmúrios pro além.
Ninguém
Sequer reparava
E o trem
Se distanciava.
Meu bem
Nós vamos pra casa.
Amém.
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