9.12.08

Teu sabor

Beijei tua flor molhada

Cheiro e cor de papoula

Minha boca perfumada

Tonta e avassaladora

Atravessou a morada

Dos deuses e foi do nada

Ao tudo em alguns segundos

 

Senti o sabor do mundo

Brotando de cada lábio

Da tua da tua rosa entre aberta

E cada gota de sumo

Nutria-me, como o húmus

Que espalhado na terra

Nutre e revigora a planta

 

Sorvi tua alma e foi tanta

E tão doce minha voragem

Que ao contemplar nossa imagem

A lua empalideceu

Deixei, por fim, bem guardado

Na memória da minha boca

O sabor do gozo teu


OBS : A imagem que ilustra este texto pertence ao Blog Contos de LIilith, da Samarah. Sei que quem visitar vai gostar:  http://meuladolilith.blogspot.com

Um comentário:

Beatriz Oliveira disse...

Difícil falar de algo tão íntimo sem cair no vulgar! Você conseguiu!