30.11.07

Arcos da Lapa - 3

3- NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O SÉCULO XX

O Rio de Janeiro passou por uma radical reforma urbana no início do século XX. A administração Pereira Passos construiu avenidas e um moderno porto na antiga cidade colonial, proibiu a criação de vacas e porcos no perímetro urbano, vacinou a população e proibiu mendigos de esmolarem pelas ruas. Promoveu desapropriações e demolições, expulsando da área central inúmeros trabalhadores e despossuídos.
Nesse contexto, a Lapa teve também vários de seus casebres e cortiços demolidos em poucas semanas para a construção da avenida Mem de Sá, o que exigiu ainda o arrasamento do morro do Senado bem como o aterro do que ainda restava das antigas lagoas. Por esta avenida, circulou o mais significativo dos símbolos da modernidade – o bonde elétrico, que levava para os novos subúrbios os operários que o centro da cidade não mais abrigava.
Depois de desativado o antigo aqueduto da Carioca, em 1896, os Arcos passaram a ser utilizados como viaduto para uma linha de bondes para Santa Teresa. Durante a administração Pereira Passos, a Lapa ganhou ares afrancesados, com a arborização do Largo, a recuperação do Passeio Público e a construção do lampadário. É desses dias a última visão da praia da Lapa, engolida pelo aterro da avenida Beira-Mar que seguia por toda a orla, até Botafogo, destinada a receber os elegantes palacetes da burguesia da época.

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