29.12.09

Erupção

Trezentos e cinqüenta sois
Uma língua como a tua
Meus dedos batendo os nós
Na porta da alma nua

Misturado em teus lençóis
O cheiro da tua carne
E os raios alvos da lua

E você desnorteada
Amarfanhando os cabelos
Gerando no cerebelo
Imagens de mil cenários
Eu tonto incendiário
Absorvendo teu fogo

Dama, diva, dona, jogo

Senhora dos meus delírios
Escrava dos meus encantos

Dedos, bocas, seivas, canto
Voz, sorriso, sensações
Diversas e variadas
As palmas das tuas mãos
Devidamente espalhadas
Por dentro dos meus sentidos
A explosão nos meus ouvidos
O corpo em erupção.


Não lembro de já ter publicado este poema aqui no Blog. Pode ser que eu esteja enganado, mas me parece ser um texto inédito.
Ele faz parte do meu próximo trabalho, a ser publicado em março, provavelmente: Todas as mulheres e outros textos - Um monólogo, dois contos e alguns poemas.
Estou ansioso para ver o livro na rua, mas tenho que aguardar o processo editorial, então vou, pelo menos por enquanto, adiantando alguma coisa do que será publicado. Gosto desse poema, mas sou suspeito...



4 comentários:

Anônimo disse...

valeu, Vicente!
" As palmas das tuas mãos
Devidamente espalhadas
Por dentro dos meus sentidos
"
Bom demais isso.


em tempo: o post sobre Adélia Prado foi golaço de placa!

abraço,
heraldo hb

Vicente Portella disse...

Valeu HB, grande abraço parceiro.

Allegro Moderato disse...

"Senhora dos meus delírios
Escrava dos meus encantos"

Oi Vicente,
Destaquei essas duas frases, mas todo o poema é excelente.
Muito obrigada por visitar meu blog.
Huummm, a foto com a garota de quatro é bem sugestiva.

Vicente Portella disse...

Valeu Cláudia,
Venha sempre que puder, será muito bem vinda.

Beijão pra você.