Definitivamente o Senado anda na moda. A sociedade brasileira anda angustiada com o festival de hipocrisia que assola a Câmara alta. De um lado o povo do Governo, do outro o da oposição, os embates chegam a lembrar os épicos enfrentamentos entre gladiadores nas arenas romanas. Há torcida e tudo. O povo, no entanto, passa ao largo das discussões.
Certamente há muita gente boa por aí espraguejando a inércia do povo brasileiro e berrando frases de efeito.
“Se fosse na França haveria revolução.”
“Nos EUA isso não aconteceria.”
“Na Europa o povo reagiria...”
Tudo bobagem. O povo brasileiro é mais esperto do que se imagina.
A brigalhada a que estamos assistindo é na verdade apenas uma guerra pelo poder e todos ali, no Senado, são rigorosamente da mesma “famiglia”.
Para quem não se lembra, Pedro Simom, atualmente grande baluarte da moralidade, foi Ministro de Sarnei e se elegeu Governador do Rio Grande do Sul graças a providencial ajuda do homem cuja cabeça ele hoje pede aos brados.
Cristovan Buarque fez carreira pelo PT e foi Ministro de Lula, a quem hoje faz acirrada oposição, mais por mágoa acumulada – por ter sido demitido pelo telefone – do que qualquer outra coisa.
Arthur Virgílio quando detinha em suas mãos o poder, na era Fernando Henrique, não defendia nenhuma das posições pseudo éticas que defende hoje. Muito pelo contrário. Emudecia enquanto seu chefe exercitava a função de camelô do alheio, passando o País nos cobres.
Quanto a Agripino, Heráclito e cia é bom que nem se fale de suas biografia, até por uma questão de salubridade.
Renan Calheiros, todos conhecem. Está onde sempre esteve. Defendendo os interesses de Renan Calheiros, que neste momento se misturam aos de Sarnei.
Collor, dispensa comentários. Vinte anos depois continua o mesmo, só que pior, como diria Fausto Wolff.
Abaixo deste, que pode ser considerado o primeiro time da casa, há um exército de suplentes dispostos a fazer o que os titulares do mandato determinarem sob pena de, caso se neguem, voltar para casa mais cedo. Inclui-se aí Paulo Duque, o Senador sem votos a serviço de Sérgio Cabral.
Considerando todos esses elementos, pergunta-se: pra que o povo vai entrar numa briga dessas? Pra ficar do lado de quem?
Já disse antes e repito: não há inocentes no senado. O mais bobo ali é capaz de dar nó em pingo de éter com luvas de box e no escuro. Trata-se, portanto, de uma briga de cachorros grandes.
A classe média, coitada, no afã de se achar importante para alguma coisa fica tomando partido nas esquinas e botequins da cidade. O povo, no entanto, que é mais malandro, não se estressa. Dá uma de mineiro e espera caladinho para, na hora do voto, dar o troco nessa cachorrada.
Um comentário:
Vicente
Realmente a sua fala tem toda a razão, o pessoal que está malhando o Sarney, sempre foi do mesmo tipo, sempre mamou na teta do governo, historicamente, e mais recentemente a lástima que foi o governo do FHC, da qual toda essa turma participou, com a venda de todo o patrimônio brasileiro, com a desculpe de que com esse dinheiro iria se pagar as dívidas brasileiras e aliviar o peso dos gastos do País com todas aquelas estatais que foram vendidas, mas só esqueçeram de dizer que, o dinheiro usado para que as empresas pudessem comprar todo essas estatais brasileiras, saiu em sua maioria esmagadora, do BNDES, que é um banco do governo brasileiro. Se contar-mos isso em Portugal, vão achar que é piada, mas é a verdade. A Vale do Rio Doce, que tem valores em seu solo incauculáveis, foi vendida por R$ 3bilhões, e em um ano, já faturou mais do que esses R$ 3bilhões, e depois disso batia recordes de faturamento ano após ano, e agora com a crise na primeira vez de sua história, demitiu milhares de trabalhadores, depois de todos esses anos de lucros absurdos.
Porém, com relação ao Collor por mais que ele tivesse feito um governo ruím, ele foi eleito legalmente, numa eleiçao direta,oque foi encontrado em sua garagem foi um carro FIAT 147, nada mais do que isso, talvez ele tenha dado poderes demais ao PC Farias, mas temos que reconhecer com equilíbrio, que as leis que julgaram o Collor, foi ele mesmo que enviou ao congresso para aprovar, e o início do processo contra ele, foi enviado ao procurador geral pelo próprio Collor, e pior, o Collor renunciou ao mandato presidencial, e na mais pura violência anti democrática, a carta de renúncia foi lida, mas em vez de parar o processo de cassação, pois não tínhamos mais um presidente, portanto, não podemos cassar quem não exerce mais o mandato, e mesmo assim, os senadores (mais uma vez eles) continuaram a votação para cassar o Collor, e mais tarde se provou que várias deles foram cassdos por corrupção e foram humilhados pela história do Brasil. Acho que podemos não gostar de uma pessoa ou de sua administração, mas temos que avaliar o Collor foi muito afoito no seu tempo, mas não se provou contra ele em pessoa, qualquer corrupção, e não estou falando por que o acho o melhor dos presidentes, mas para colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Postar um comentário