20.4.09

A arte da não notícia...


Na condição de cidadão Fluminense, eu amo a nossa imprensa. A arte de escamotear o que atrapalha e só noticiar o que interessa aos sócios é aplicada no Brasil inteiro, mas aqui no Rio a coisa se dá de maneira magistral.

Depois de muito tempo dei uma lida hoje no Jornal “O Dia", se é que se pode chamar aquilo de uma lida. Com exceção de um crime violento, o diário carioca não trouxe uma notícia relevante sequer, o que me faz crer que nada de importante aconteceu no Estado do Rio de Janeiro no dia de ontem. Tirando futebol e basbaquices de celebridades, o Rio esteve estagnado. Pelo menos segundo o Jornal o dia. Não levei 5 minutos para ler o jornal inteiro.

Por outro lado - aí no que diz respeito à criatividade - a imprensa carioca – “O Grobo” ta dentro - reinventou o jornalismo. De maneira absolutamente moderna e inspirada nos conceitos nobres da bolsa de valores, criaram o mercado de matérias futuras nos moldes da Bolsa de mercadorias do futuro.  E, creia-me, a palavra MERCADO tem um sentido amplo e visceral nesse caso.

Como não da pra dizer o que aconteceu de verdade para não estragar os negócios do Governador e do Prefeito, seus sócios, a imprensa fala do que os bons e humanitários chefes de executivo pretendem fazer ainda.

Pra não falar do muro de Berlin do Rio, separando pobres e ricos, a imprensa diz “Governador vai acabar com a pobreza” (Texto oculto: vai matar todos os pobres)

E o choque de ordem? Esse é pior ainda. Bastou a mulher de um sub azêmola da Prefeitura quebrar o salto num buraco para que todos os comerciantes da região fossem ameaçados de prisão perpétua. Aí a imprensa estampa em letras garrafais: ”Comerciantes vão consertar calçadas do centro”. (Texto oculto: ou consertam as cagadas da Prefeitura ou a gente ferra eles na fiscalização).

E por aí a coisa segue. Tudo que foi executado em Governos passados é escandalosamente atribuído ao mandante atual. Reforma do Maracanã, indústria naval, Delegacia legal, obras e reformas em geral, tudo.

Fico imaginando se o Governador não viesse ao Rio só quando esta detraído, o que eles não diriam... Iriam canonizar o bicho.

Dia desses li em algum lugar que a verba publicitária do Estado é controlada por um cara que nem é do Governo, mas tem o mesmo DNA do Governador. Esse cara deve ser generoso paca com  “O Dia” e com “ O Grobo”. Ou é isso ou nossos jornais consideram Cabral um homem santo de verdade.

Pode ser que seja isso. Como diz o livro sagrado, do pó viestes e ao pó retornarás.

 

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu ando superrr chatinha e não gostando nada do que leio na mídia em geral.
Mas pode ser a tpm! rs



bjoss

Vicente Portella disse...

Está na constituição , meu amor. - - Todo mundo tem o direito inenarrável de achar tudo chato de vez em quando.
No teu caso, que nos faz ficar feliz com o teu blog, o direito é mais amplo ainda...

Beijão.