29.10.08

Ressaca eleitoral no Rio

Passadas as eleições, há ainda um certo ar de ressaca espalhado pela cidade. De um lado, os vitoriosos que comemoram, de outro, os derrotados que lamentam. Na verdade, o Rio de Janeiro continua pertencendo a todos, independente de quem esteja ou venha a estar sentado na cadeira de prefeito.

Como disse certa vez o ex-primeiro-ministro inglês Wuston Churchil, a democracia é o pior dos regimes, exceto todos os outros. E sem dúvidas foi a democracia quem venceu no Rio e no Brasil inteiro.

Tenho observado, no caso do Rio, um portentoso sentimento de frustração por parte dos eleitores do Gabeira, entre os quais me incluo, devido tanto à derrota quanto à margem mínima de diferença nos votos, mas é preciso que se entenda que democracia é isso. É a vontade popular determinando o poder constituído. Eduardo Paes, a partir de janeiro, será o prefeito de todos os cariocas. Felizmente, é assim que funciona.

Por mais apaixonadas que sejam as manifestações dos eleitores de Gabeira, principalmente no vasto mundo virtual, o processo eleitoral em si não pode ser desqualificado em função de seu resultado. Os cariocas escolheram Paes e ele será o prefeito de todos. Herdará, é claro, toda a gama de problemas típicos de uma cidade grande e exigente como é o Rio. Precisamos, portanto, torcer para que ele encontre as soluções necessárias.

O carioca, em termos gerais, sempre nutriu um apurado senso crítico, que, acompanhado do bom humor e de um jeito de ser especial, constituem a alma da cidade. E o Rio é assim, muito provavelmente, desde Estácio de Sá.

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