
Conheci a mágica Pinheiriana ainda na adolescência. E digo mágica por que é isso mesmo. São poemas que enfeitiçam.
Há quem o chame de poeta do samba, mas a coisa vai muito além disso. Em um vasto universo de poetas fantásticos Paulo César Pinheiro se destaca com uma elegante simplicidade que chega a ser soberba. É algo que revolve o espírito humano da mesma forma, talvez, que as antigas lavadeiras faziam com as roupas: esfrega, torce e pendura ao sol para aquecer e absorver a luz. Fico com a impressão de que todo o poder das autoridades, o poder de impor regras, crenças e comportamentos, treme. Se abala. É acometido de uma febre terrivelmente mortal diante da retórica poética de Paulo César Pinheiro.
É bom que se tenha, ainda, acesso à autores assim. Do jeito que a coisa anda, em breve a arte será banida do nosso sistema. Proibida mesmo, em prol do entretenimento. Afinal de contas, aos olhos de quem pretende controlar o planeta e o comportamento humano, uniformizando ações e sentidos, não há nada mais subversivo que a reflexão humana.
Nesse ponto, felizmente, a internet ajuda muito. Os blogs, por exemplo, funcionam hoje como aquele velho guardanapo de bar onde muitos de nós escreviamos nossas odes a subversão. E esta continua sendo uma bela forma de reagir à tirania da mesmice, ao pensamento único e a robotização obrigatória. Nossos guardanapos agora estão no ciber espaço e vão para o mundo todo para serem usados por quem bem entenda.
A gente sabe que, como bem disse Vinícius, "a vida vem em ondas como o mar". Escrever é mais ou menos isso. A gente vai salpicando vida através da poesia em vários pontos do mar e ela acaba chegando a outras praias. Contaminando de paixão vital as pessoas que se banham nelas. A poesia de Paulo César Pinheiro é assim. Uma espécie de anti-vírus que nos "contamina" maravilhosamente com a essência da vida. Deixa nossa alma novinha em folha.
3 comentários:
É isso aí parceiro. Salve Paulo César Pinheiro e sua "Anti-missa" a nos proteger da linha reta do "descartável" que chamam de cultura.
Valdelir Ferreira Couto
Salve Vicente...
Nós resgate meu amigo
Vicente, parabéns gostei muito de seus escritos.
Me chamo Juninho e sou de uma cidadezinha no sul de minas, e tenho procurado sem sucesso dois poemas de Paulo César Pinheiro, e se você os tivesse gostaria de pedir que os enviasse pra mim, isso se não for pedir de mais. Os posmas chamam-se Quadro e Capitão. Desde já o meu muitíssimo obrigado! Meu e-mail e juninhopedralva@yahoo.com.br
Postar um comentário