22.2.08

Ihhhh.....Fomos parar no The Guardian...

O amigo anônimo a quem dediquei a postagem anterior me informou, mais uma vez, de algo importante. O colunista do The guardian, Conor Foley, colocou um link para o nosso blog em sua coluna mais recente do jornal inglês. Fiquei até emocionado. Nós aqui no Brasil não estamos acostumados com o exercício tão sério e democrático do jornalismo.
A condição de monoglota me impediria naturalmente de ler o novo artigo do autor, mas recorri ao Alta Vista para traduzi-lo, e me surpreendi. Gostei muito. Considerando, é claro, minhas limitações em relação ao idioma de Shaekespeare. Tentei até postar um comentário, mas há a necessidade de se registrar no site para tanto, o que frustrou minha intenção. Mesmo com tradutor on line a coisa não seria simples.
De um modo geral o texto de Foley, cujo título é "Viva Lula", analisa a sociedade brasileira e latino americana do ponto de vista social e político de uma forma bastante interessante. Mas o que me chamou a atenção foi a posição crítica em relação as elites brasileiras, frisando inclusive o aspecto racial refletido nas camadas de nossa sociedade.
Como do artigo anterior eu havia lido apenas os trechos "pinçados" pelos paladinos da nossa gloriosa imprensa, fiquei com a nítida impressão de que fui injusto. O cara é gente boa e bom profissional.
De certa forma me senti até identificado com o texto, embora tenha pairado uma sensação de que se o autor conhecesse mais o Brasil, e principalmente o Rio de janeiro, sua visão fosse um pouco diferente.
Me ocorreu que seria interessante trazer Floley para um passeio pelo Rio de janeiro. Não apenas, é claro, pelas praias e pontos turisticos da zona sul, nem tampouco só pelas favelas da cidade. Mas algo além disso. Talvez uma caminhada pela Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio, com direito a uma carne de sol no restaurante do Mussarela, em Caxias, servida com aquele aipim que derrete na boca, e depois uma passada na Lira de Ouro, ponto do Ministério da Cultura também em Duque de Caxias, em dia de "Quarta básica", noite musical comandada por Heraldo HB. Música e poesia em estado puro e cristalino. Incluiria, é claro, uma visita à turma do cine clube "Mate com angú", que produz e reproduz filmes de curta metragem com todas as dificuldades do mundo...tirando leite da pedra. Seria bom também passar por Nova Iguaçu e assistir à um dos vários eventos culturais produzidos por Claudina Oliveira. Arte da melhor qualidade.
Digo isso porque poderiamos constatar que as mesmas pessoas que sofrem horrores em regiões esquecidas pelo nosso sistema político e econômico, reagem o tempo todo e da melhor maneira possível às agruras do nosso apartheid social.
Creio, sinceramente, que o jornalista irlandês gostaria do passeio. E nós também, é claro.

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