24.1.08

Nazismo e racismos em alta

Tem sido desanimadora a leitura dos jornais do dia. Os tradicionais - O Globo e O Dia, aqui no Rio de Janeiro - apesar das várias páginas manchadas de tinta resumem seu noticiário relevante à no máximo página e meia. Os outros, filhotes destes, criados especialmente para o grande público que os lê apenas para trocar de tédio na condução para o trabalho, nem valem apena citar.
"O Globo", por um motivo qualquer que me escapa, apaixonou-se tão perdidamente por temas do tipo aviação civil, Al Gore e coisas afins que é quase impossível encontrar uma matéria que possa se considerar relevante além do arroz com couve do dia-a dia. Já o "O Dia", talvez pra não ficar muito longe de seu concorrente, investe páginas e mais páginas nas futricas novelísticas e nas "Musas do carnaval". Ambos acabam tornando infinitamente mais interessante a leitura das publicidades do que das notícias propriamente ditas. Talvez seja uma maravilhosa estratégia de Marketing e a gente, que não entende nada de mercado, fica feito bobo achando que jornal é para publicar notícias relevantes. Deve mesmo ser importantíssimo noticiar que uma bandeirinha de futebol foi cortada do desfile do Salgueiro ou que uma modelo da moda "arrasou' na Viradouro. Enfim...fazer o que?

Outra coisa interessante na leitura dos nossos principais jornais - Um mais pra elite outro mais para o "povo" - é constatar que ambos vem aos poucos cumprindo o papel de diário oficial do Estado. Chega a ser curioso. Mas a ciência do marketing também deve explicar esse fenômeno. Como leigo, prefiro não meter minha colher nessa história.

Na verdade estou escrevendo isso tudo para dizer que hoje, 24/01, escarafunchando a internet, encontrei uma notícia realmente relevante nos nossos prestimosos jornais : Uma dondoca riquinha extravazou seu racismo na Barra da tijuca. A coisa foi tão aviltante que os próprios frequentadores do cinema onde ocorreu a agressão fizeram questão de tetemunhar contra a deslumbrada.

O grau de relevância dessa notícia reside exatamente na constatação do que vem sendo feito com o Brasil, pois esta é a consequência natural de uma sociedade que se recusa a evoluir, que se recusa a investir no binômio educação/cultura e que, finalmente, insiste em adotar a segregação como estilo de vida por acreditar, movida pela própria ignorância, ser essa uma demonstração de "status".

Dia desses uma empregada foi espancada por bandidinhos ricos na mesma região, o que confirma a anomalia comportamental de uma parcela da nossa sociedade, não por acaso a mais bem aquinhoada.

Tenho cá com meus botões que a coisa na Alemanha tenha começado mais ou menos assim, uma minoria caucasiana se considerando humanamente superior ao restantes dos mortais. Deu no que deu.

Numa época em que o poder estabelecido é disputado entre traficantes e milícias um comportamento desses é temerário.

As balas perdidas, por exemplo, atualmente nos acertando dentro de nossas próprias casas, como ocorreu com meu irmão no sábado passado, podem muito bem vir a ser consideradas um instrumento interessante de controle do crescimento populacional em benefício da raça "Ariana".

Felizmente, no entanto, a coisa ainda se resume à alguns poucos seres ainda despreparados para exercer a condição humana. Sérgio Porto, ou Stanislaw Ponte Preta, autor do FEBEAPÁ, em uma de suas máximas afirmava que um racista deveria ser amarrado às costas de outro racista até aprender a ser gente. É verdade. E de preferência o mais longe possivel da convivência com pessoas de bem.
Eu, particularmente, como palavra de ordem, grito: mais Drumond e menos BBBesta. Mais Chico e menos bate-estaca nos nossos ouvidos. Mais cultura e menos tolice. Enfim...Mais celebração à vida que pulsa em nossas veias.
Assim esses racistas um dia serão tão poucos que terão vergonha de existir.

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