25.1.10

Pobre Rio de janeiro:um governo apodrecido


Desde o começo do (Des)governo Sérgio Cabral ficou evidente sua concepção meramente financista. Todos os discursos e ações do desgovernador e seus asseclas foram única e exclusivamente voltadas para a captação de dinheiro.
Dinheiro mesmo, é bom que se destaque isso, e não recursos financeiros, na acepção mais ampla da palavra. Os recursos, no sentido clássico, geram capacidade de investimentos para o poder público, já o dinheiro, propriamente dito, serve apenas para enriquecer os governantes.
Todas as possibilidades da teratologia administrativa, visando acumular dinheiro, foram postas em prática por Cabral. Chegou-se até, cúmulo do absurdo, à tomar 300 milhões da Cedae, que ao invés de investir esse dinheiro na melhoria da distribuição de água na Baixada, por exemplo, doou a quantia exorbitante ao governo do Estado, invertendo completamente a lógica da administração pública. Ao invés do Estado investir na Cia pública, foi a estatal quem subsidiou o Estado. Na prática, o poste mijando no cachorro.
Do ponto de vista imobiliário, Cabral e sua turma fizeram a festa. Toda sorte de esquema foram montados para privilegiar a especulação e até mesmo terrenos públicos serviram como moeda de barganha – denúncia publicada na revista época – para tenebrosas transações.
As concessionárias de serviços públicos, privatizadas , pareciam tão seguras de si, mesmo prestando serviços de péssima qualidade a população, que as pessoas de bem já desconfiavam que, de alguma forma, havia participação das mesmas na cornucópia dos poucos poderosos do Estado do Rio de Janeiro.
A SuperVia espancando clientes, as barcas naufragando, o Metrô esfacelado tratando pessoas como se fosse gado e o governo se fingindo de morto. A cada catastrófica atuação de uma concessionária o chefe do executivo ou emudecia ou transbordava de marketeira indignação como se nada daquilo fosse de responsabilidade sua. Microfones e holofotes franqueados a custa de muito ouro pago por nós, mortais comuns, a própria imprensa se incumbia de analisar os fatos e distribuir pelas redações “especialistas” adestrados para isentar o Governador de qualquer responsabilidade. Tudo era culpa , como afirmou Sérgio Cabral, dos “vagabundos” que utilizavam os serviços.
De repente, não mais que de repente, surge aos olhos de todos a prova cabal dos lucros que essa gente tem com o sofrimento do povo. A própria primeira dama - Deu no Estadão -materializa-se como o drama primeiro de um desgoverno notório ao assinar, como advogada, uma petição em defesa do Metrô.
Na prática é a esposa do Governador defendendo, em nome do Direito, que uma concessionária de serviços públicos possa tornar a vida do povo miserável.
Em um País civilizado, como a França, onde se situa Paris, que Sérgio Cabral tanto adora, isso seria motivo suficiente para que o governante fosse defenestrado do cargo. Se fosse Prefeito de Paris, certamente Cabral não escaparia impune.
No Brasil, entretanto, mais especificamente no Rio de Janeiro, infelizmente, há uma mídia doutrinária bancando o interesse daqueles que são seus sócios, Deputados aliados disposto a qualquer coisa para defender o chefe e um sentimento perene de impunidade que permite a manutenção de pessoas assim no poder, mesmo que estejam com as mãos definitivamente enlameadas.
Na prática, o escândalo do Rio de janeiro – a mulher do Governador ganhando dinheiro de uma das piores concessionárias de serviço público do Estado – é, do ponto de vista moral e ético, dez vezes pior do que os esquemas de mensalão em Brasília. Mas aqui a mídia permanecerá muda e acoberta seus sócios. Mesmo porque, com os 180 milhões reservados à publicidade em 2010, muito possivelmente é ela própria, a mídia, a principal beneficiada pelo mensalão de Cabral e família.
Lembra até a frase daquele velho ministro pego em flagrante: o que é bom a gente fatura. O que é ruim a gente esconde. Não temos escrúpulos.
A frase pode servir muito bem como abertura dos manuais de redação da imprensa do Rio de Janeiro.
Se cobrir vira circo, se cercar vira cadeia.


OBS: O Estadão (SP) publicou hoje que a esposa de Cabral defende vários fornecedores do Rio em processos contra o Estado governado por seu marido. E pior, as empresas defendidas por Adrina Ancelmo ( Sobrenome também de um certo Cabo cuja memória envergonha o País) ganham regularmente aditivos em seus contratos e prorrogações de concessões, beneficiadas pelo próprio Governador.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cabral tem feito grandes coisas para o Rio. Só querem falar mal.

Vicente Portella disse...

Meu caro anônimo,

A única coisa boa que Cabral faz pelo Rio é se ausentar constantemente. Infelizmente, no entanto, seus asseclas ficam aqui com a tarefa de infernizar a vida da população, principalmente a dos mais pobres.

Anônimo disse...

Cabral não fez nada pela Baixada Fluminense!!! Leonardo