30.1.09

Não sois máquinas. Homens é que sois...

Essa tal de crise econômica que anda abalando o planeta tem me feito pensar em muita coisa. Nos últimos dias então, sem internet por conta de uma mudança de endereço, refleti muito sobre essa coisa toda. Sem internet, a gente acaba vendo TV. Não há como evitar. E vendo TV toma-se contato com todo o lodaçal da indústria cultural misturado com as milhões de mensagens subliminares difundidas pela mídia. Se fossemos levar em consideração tudo que a mídia prega acho que nem sairíamos de casa. Mas enfim, em nosso tempo o medo é uma bela ferramenta de contenção evolutiva. E se o jogo é jogado e o lambari é pescado, temos que entrar no jogo nem que seja só pra sobreviver. Para tanto, declaro solenemente: tenho medo da dengue, da guerra, da AIDS, do tráfico, da polícia, da bala perdida, da enchente, da frente fria e de tudo o mais que me mandarem ter medo. Pretendo ser um rapaz bem comportado daqui pra frente. Mesmo que minta um pouquinho.

Mas como eu disse lá em cima, andei pensando bastante. E não há nada melhor para embalar pensamentos do que um bom papo com bons amigos, uma boa leitura, um bom filme, boa companhia...coisas assim.

Eu abusei dessas coisas nos últimos dias. Acabei sofrendo uma overdose da mais legítima sensação de otimismo. Verdade. Quando se olha o mundo do jeito que ele é a gente tende a pensar que já era. Que estamos no fim dos tempos. Mas quando se olha para um ponto futuro, para como seria se nossos governantes e nossa sociedade não fossem tão toscas, a coisa pode ser capaz de nos surpreender. Da até para acreditar que é possível mudar o rumo da prosa.

Só pra vocês não pensarem que eu estou viajando, publico aí em baixo, depois de uma briga terrível com a minha conexão, o último discurso de um filme de Charles Claplin: O grande ditador.

Certamente o planeta estava mergulhado no caos naquele momento, mas Chaplin conseguiu juntar os cacos e fazer de seu primeiro filme falado uma obra de arte eterna e de impacto fulminante. O mundo inteiro tomou uma espécie de injeção de adrenalina na veia quando assistiu à esse filme. E o resultado geral até que foi bastante interessante. Até algum tempo atrás, pelo menos.


7 comentários:

Anônimo disse...

Vou procurar esse filme pra ver, tô tentando ser otimista mas a crise já chegou pra mim.


bjos

Vicente Portella disse...

Pra mim também, Felina. Mas a gente precisa sobreviver a ela. Vê o filme sim,o texto final, chamado de o último discurso, da uma sacudida na gente pra reagir a isso tudo.

Beijão pra vc

Anônimo disse...

Para tanto, declaro solenemente: tenho medo da dengue, da guerra, da AIDS, do tráfico, da polícia, da bala perdida, da enchente, da frente fria e de tudo o mais que me mandarem ter medo. Pretendo ser um rapaz bem comportado daqui pra frente. Mesmo que minta um pouquinho.

Bota meu nome aí do lado...que eu tenho medo dessas coisas e de mais um montão dela, inclusive barata.

E que eu pretendo ser BOA moça...embora as vezes prefiram a minha versão moça BOA.

aaaaahhhhhhhhhhhe e como eu já declarei no meu blog...sou uma IDEALISTA por natureza.
E como tal OTIMISTA até o último cabelo crespo entre as minhas pernas!

Bjos Vicente

Atrê

Vicente Portella disse...

Oi Atrê,

Gostei dessa localização do cabelo crespo. Isso sim, é ser otimista de forma ampla, geral e irrestrita....rs

Beijão

Beatriz Oliveira disse...

Olá, querido Poeta.
Ando meio sumida, pois me mudei de município. Estou em Niterói, agora.
Mas sempre que posso passo aqui para te ler.
Infelizmente, minha esperança está no fim, até porque bem percebemos que as crises vêm acontecendo desde os primórdios. Ou seja, a vida é uma grande crise!
Um beijo bem gostoso.

dani disse...

http://www.youtube.com/watch?v=iRURit-i6Fc&feature=PlayList&p=1F12ACC9E23C8C0C&index=3

nesse link a gente assiste a um discurso muito parecido com o de chaplin. belo texto, vivente vicente!

Vicente Portella disse...

Valeu Bia,

Seja em Niterói ou aqui eu sei que vc nunca esta longe da gente.

Beijão pra vc.

Oi Daniela,

Valeu pela dica. Beijão pra vc.