26.11.08

Noite sem lua


A noite anteontem

Me marcou os olhos

Com um negror terrível

De aniquilamento

 

 O homem nasce

Cresce

Constrói sonhos

Depois vira escravo

Da sina e do tempo

 

Já não me lembro

Mais

Onde meu quando

Se perdeu num se

Grotesco do caminho

 

Só me recordo

Vagos

Lábios frios

Como que açoitando

Textos em pergaminhos

 

Vivi a era

Em que as quimeras

Emprestavam as trevas

Farsas geniais

 

Olhos dourados

Tanta primavera

Versos espalhados

Borbulhando farras

Belas

Colossais

 

Hoje na rua

Me falta a aurora

O sol brilha opaco

A noite é sem lua

 

Não há mais quem chegue

Ou mesmo vá embora

Sem graves certezas

Expostas no olhar

 

Um pote de ouro

Por cada sorriso

Sem um arco-íris

Pra justificar

Um comentário:

Beatriz Oliveira disse...

"Um pote de ouro

Por cada sorriso

Sem um arco-íris

Pra justificar"

Versos lindos e cativantes. Também estou procurando um sorriso assim, puro e verdadeiro.