
Tem dias, em que a noite confunde a gente.
O sujeito chega, puxa a mesa da bodega, se aconchega e, de repente, nem sabe mais por que águas a própria alma navega.
E a lucidez segue assim em interminável refrega com a pobre da insensatez.
O dia chega e diz não.
A noite, sopra um talvez.
Já a doida madrugada, feroz e destrambelhada, em completa embriaguez, diz: agora, meu amor.
E as pernas entorpecidas se arvoram em merecida e lúdica caminhada.
No meio da noite, a estrada, nem parece com a balbúrdia que se encontra de dia.
É luz piscando nos olhos, botequins pelas esquinas, um certo ar de festejo, a boca aberta pro beijo, decotes, saias, meninas...
O cheiro delas escorrendo pelo brilho das estrelas, tomando o cérebro inteiro e impregnando as narinas.
A noite deveria ser algum tipo de canção dessas que nunca termina.
Com acordes absolutos penetrando pelos tímpanos e se apossando do espírito
ou algum tipo de verso majestoso e impenetrável.
Algo assim inenarrável, um experimento empírico por sua essência, abstrato.
E a madrugada, não o dia, deveria ser seu quarto para acomodar os partos insanos da poesia.
2 comentários:
fodaço!!
:D
abraço.
heraldo hb /.
Mto envolvente seu texto.
Bjinhos
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