17.9.08

Minhas cidades...

Existem, certamente, várias maneiras de se definir uma pessoa. Profissionalmente, por nível educacional, cultural; pelo lugar onde mora, pelas coisas que gosta, enfim, cada um define o seu semelhante e a si próprio de acordo com a identificação que se tem de um determinado aspecto daquela pessoa. Eu, pessoalmente, gosto de me definir como um Caxiense, ou Duque Caxiense, depende do grau de intimidade.
Quem me conhece sabe que eu amo profundamente a cidade do Rio de janeiro, mesmo porque foi a cidade em que trabalhei durante toda minha vida, desde os 14 anos, e morei durante um bom tempo em vários momentos e Bairros diferentes. Mas sabe também que minha paixão por Duque de Caxias é uma coisa avassaladora.
Assisti aflito o agravamento dos contrastes entre o Rio e Caxias no decorrer dos anos. Enquanto a capital se agigantava dotando a cidade de uma estrutura privilegiada, dignificava a Zona Oeste, aprimorava ainda mais a beleza da Zona sul e recuperava a história fantástica do Centro, Duque de Caxias minguava. Enquanto uma evoluía a outra parecia cada vez mais fadada ao limbo.
A realidade que sempre me agoniou, no entanto, caprichosamente começou a se inverter. De quatro anos para cá, Caxias deu início a um ciclo de evolução fantástico enquanto a capital definha a olhos vistos.
A mais bela cidade do Brasil vive hoje um drama terrível que abala todas as suas estruturas. Tráfico de drogas, favelas, degradação social... Tudo de ruim vem crescendo e se fortalecendo no Rio de Janeiro.
Enquanto isso Caxias se qualifica cada vez mais para o futuro. Se na década de 80 os jovens caxienses não tinham perspectivas profissionais, hoje contam com uma universidade federal, uma estadual e várias universidades privadas, instituições importantes e reconhecidas como Fundação Getúlio Vargas e PUC. Olhando para o futuro, a cidade investe em sua infra-estrutura duplicando avenidas importantes, fazendo obras capazes de nos proporcionar um mínimo de dignidade enquanto cidadãos, fortalecendo o comércio e a indústria locais, a cultura, a educação, enfim... Duque de Caxias se prepara para o futuro. Tudo isso me faz vibrar enquanto caxiense, embora a condição atual do Rio de janeiro me deprima.
Curiosamente, aliás, as duas cidades da minha vida são a primeira e a segunda economias do Estado.
Estou dizendo tudo isso por uma questão bem simples: eleições. Tanto o Rio de Janeiro quanto Caxias, assim como outras 5 mil e tantas cidades do Brasil, vão às urnas mês que vem escolher seus Governantes.
Na capital, sinceramente, a coisa anda indigesta. Nenhum dos candidatos tem o perfil que me faria empolgar. Gosto, por exemplo, do Gabeira, um sujeito intelectualmente qualificado. Mas não consigo deixar de associá-lo a um ser exclusivo da Zona sul. É claro que isso não o desqualifica como pessoa ou como profissional, muito pelo contrário. Mas não vejo a restrição geográfica como algo recomendável a um candidato.
Eduardo Paes e Solange são mais ou menos a mesma coisa. Sustentam-se unicamente por seus respectivos padrinhos, sendo que Solange leva vantagem no item fidelidade, pois nunca trocou de Padrinho.
Crivella, pra mim, nem conta. É candidato de uma igreja e não da cidade e nem de sua população. Nada contra o Senador, mas também nada a favor. Chico, Molon e Paulo Ramos, na verdade estão fazendo campanha pela reeleição em seus respectivos cargos. Chico com a retórica udenista de esquerda, Molon com absolutamente nada e Paulo Ramos com o histórico do PDT. No fundo o objetivo é 2010.
Sobra a Jandira, na qual eu naturalmente não voto, por pura falta de afinidade. De um modo geral o caos está estabelecido no Rio e o imenso vazio político que se formou na cidade é certamente um dos responsáveis pelo seu declínio.
Em Caxias a situação é exatamente oposta. Com apenas duas candidaturas concorrendo de fato - e uma terceira apenas marcando (ou desmarcando) posição - a eleição na nossa cidade é praticamente plebiscitária. De um lado Zito, com seu legado de 8 anos de Governo, e do outro Washington, em pleno exercício de seu primeiro mandato. Não há como deixar de tomar posição.
Eu, particularmente, não tenho e nunca tive nada contra o Deputado Zito, mesmo porque vendetas pessoais nunca fizeram meu estilo. E independente de qualquer coisa considero os governos dele e de Washington incomparáveis.
Pode-se dizer que há dez anos atrás a demanda caxiense era por asfalto apenas, e talvez isso seja verdade. Pode-se dizer que as pessoas adoram pracinhas com trem de manilha, tudo bem, eu compreendo. Acredito muito, porém, no futuro de Duque de Caxias. Creio que a cidade pode se desenvolver muito mais e gerar riquezas e qualidade de vida para seus filhos.
Sempre desejei que nossos filhos e filhas tivessem acesso a qualificação profissional de verdade, com nível universitário e salários dignos. Sempre apostei na cultura e na educação como molas mestras do desenvolvimento nacional, principalmente na atuação local, no município. Por tudo isso peço, educadamente, aos amigos que possam estar votando em outro candidato que me perdoem. Mas em Duque de Caxias meu candidato é Washington Reis.
Se outro candidato qualquer for vitorioso, tudo bem. Vida que segue. Mas vou torcer sempre por uma Duque de Caxias melhor e mais qualificada.
Quanto ao Rio, ainda tenho alguns dias para escolher o candidato menos pior...

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