15.6.10

A revolução das vuvuzelas

O povo da África do sul descobriu, ainda que tardiamente, uma forma fantástica de se vingar dos séculos de sofrimento e exploração inglesa desenfreada: as vuvuzelas. 
A coisa começou com um jornalista inglês – provavelmente ainda se considerando proprietário do continente africano – reclamando do barulho das cornetas. Imediatamente os sul africanos disseram “ não gostou, vai embora. Aqui a casa é nossa e a gente faz o barulho que quizer”. 
Agora, em plena Copa do mundo, a aporrinhola sul africana está tirando do sério muita gente. Os europeus, principalmente, estão loucos com a barulhada, que faz com que os estádios pareçam constantemente sob ataque de um incomensurável bando de gafanhotos gigantes. 
Se descobrissem a mais tempo esse genial instrumento de aporrinhação, certamente Mandela não teria sofrido o que sofreu. Se na época do apartheid os sul africanos se juntassem na porta do parlamento inglês tocando vuvuzelas por alguns dias sem parar, os ingleses teriam aberto mão do território muito antes, economizando décadas de uma colonização profundamente cruel e racista. 
Se os africanos, alías, usassem esse poder para barganhar investimentos para acabar com a fome em seu continente, certamente a África teria hoje padrões europeus de desenvolvimento. 
Imaginem, se conseguirem, uns 500 mil africanos na porta da Casa Branca tocando vuzuzelas. Obama se renderia com menos de 15 dias, com certeza, e liberaria verbas opíparas para investimentos na África. 
A Grécia, que passa por um baita sufoco econômico, se fosse esperta, faria uma aliança imediatamente com a Áfica do sul e convocaria seus novos parceiros para tocar corneta no parlamento Europeu. Enquanto não liberassem toda a grana que os gregos precisam para sair da bancarrota, tome-lhe corneta. A crise seria resolvida em tempo recorde. 
No Brasil a gente também podia usar as vuvuzela, afinal trata-se de uma nova tecnologia africana que pode, em alguns casos, ser muito mais eficiente do que escrever 1 milhão daquelas cartas à jornais que eles nunca publicam. 
Se a gente fosse, por exemplo, para a porta do MP ou do TRE do Rio de Janeiro, munidos de muitas e muita vuvuzelas, duvido que eles continuassem se finjindo de mortos ou obedecendos as ordens do poder executivo. Cederiam aos apelos populares e talvez até passassem a fazer seu trabalho. 
E o Sérgio Cabral, com esse estilo de novo rico bôco môco? Com esse comportamento brega de idolatria a Paris... Será que resistiria à meia hora de vuvuzelas por dentro daqueles tímpanos deslumbrados? Certamente saíria gritando: 
Não! Não! Vuvuzela não! Isso coisa de africano, de gente pobre! Respeitem meus ouvidos parisienses. 
Enfim, os sul africanos podem ter descoberto o ovo de Colombo. Depois das vuvuzelas, caso elas sejam bem usadas, o mundo jamais será o mesmo. 
Ainda bem que as autoridades sul africanas barraram a pretensão dos europeus de proibirem as vuvuzelas nos estádios. É cultura popular e pronto. Quem não gostar, que volte pra casa. 
Trata-se de uma verdadeira revolução popular. 
Viva a África do sul! Viva as vuvuzelas! Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu! 

2 comentários:

Eldemar Souza disse...

Portellão, essa revolução que você propõe, à base de vuvuzelas, pode ter bom resultado não só na África do Sul, mas em qualquer parte do planeta. Até porque, segundo a Bíblia, já houve uma situação parecida, em Jericó. Tá lá no livro de Josué (cap. 6) que o povo judeu passou sete dias girando em torno da cidade fortificada, tocando trombeta a plenos pulmões. No sétimo dia, a muralha de Jericó ruiu. Não aguentou o esporro que os caras estavam fazendo. Isto é ou não é um processo precursor da Revolução das Vuvuzelas? Se deu certo lá, pode dar certo em qualquer canto.

Grande abraço.

Er d Sa

Anônimo disse...

VICENTE ,

ESSAS VUVUZELAS SERIA MUITO BOM PARA COLOCAR BRASÍLIA E O BRASIL NO SEU LUGAR.

PARA CADA DEPUTADO CORRUPTO OU SENADOR , SERIA BOM COLOCA-LOS DENTRO DE UMA CELA E TODOS OS TRABALHADORES FICAREM 24 HPORAS EM ESCALA DE RODÍZIO TOCANDO NO SEU OUVIDO TENTANDO BUSCAR UM REAJUSTE SALARIAL DECENTE E UMA SAÚDE JUSTE , MAIS PARA ISSO SERIA NECESSÁRIO CONSTRUIR UM PRESÍDIO NOVO.

EXCELENTE SEU COMENTÁRIO.