23.5.10

BBB Rio- As sub celebridadades

Estava, dia desses, conversando com um grupo de amigos, entre os quais haviam paulistas, pernambucanos, mineiros, gaúchos, etc. Quando o papo entrou no campo das lideranças políticas exercendo mandato, confesso, fiquei envergonhado. Independente de ideologia e partidos políticos, cada um falou dos Governantes de seus Estados ou de suas cidades com certa propriedade. Da carreira política, da história  pessoal, dos feitos e defeitos... Apenas eu e um amigo, também do Rio, não podia-mos dizer nada, pois não há nada o que ser dito.
Como dizer para alguém de outro lugar do Brasil que o Governador do Rio de Janeiro nunca trabalhou na vida? Nem dá pra explicar isso direito. Aliás, para ser sincero, a minha ficha só caiu naquele exato momento: O Rio hoje é apenas um reality show, e não um Estado da Federação.
Se estabelecermos uma analogia entre o Brasil e o corpo humano, sendo cada Estado uma de suas partes, nós, do Rio, que já fomos a cabeça pensante, seríamos, talvez, com muita sorte, as axilas do Brasil. Nada que nos dê muito orgulho.
No mesmo dia, mais tarde, assistindo à um vídeo de humor pela internet, me ocorreu uma espécie de epifania revelando o mistério da pauperização governamental do Rio de Janeiro. Se analisarmos direitinho veremos que o Rio não tem Governador nem Prefeito. Têm sub celebridades. É como esse pessoal do BBB, que nunca fez nada de relevante na vida mas se estabelece por algum tempo na mídia por conta da super exposição. 
Podem comparar, se tiverem dúvidas. Cabral e Paes, nunca, em momento algum de nossa história, fizeram nada de produtivo, pelo contrário. Nunca foram líderes de nada, nunca defenderam qualquer proposta política consistente, nunca estiveram a frente de nenhum movimento coletivo importante, nem na cidade, nem no Estado. No País, então, nem se fala. Seus méritos se resumem ao fato de contarem com uma baita carga de aparição na mídia.
Para piorar nossa situação, enquanto cidadãos cariocas e fluminenses, o momento político brasileiro é, muito provavelmente, o mais calamitoso que já vivemos. Em nossa era, a era dos conchavos, faz-se política visando unica e exclusivamente a manutenção do exercício do poder, mesmo que para isso seja necessário se aliar aos piores elementos do submundo para destruir pessoas de bem. Não há mais qualquer estabelecimento de compromissos com a sociedade ou com o povo.
A própria exclusão do candidato Ciro Gomes do processo eleitoral - como ocorreu com Garotinho em 2006 - é uma retumbante confirmação desta lógica mesquinha. Ao invés de apresentar suas propostas para o Brasil por intermédio de uma candidatura própria, o PSB preferiu sacrificar seu candidato no altar da pequeneza e do imediatismo para garantir o seu naco de poder junto à um possível futuro Governo, mesmo que lhe sobrem apenas as remelas em meio à tantos olhos vigilantes. A eleição em dois turnos foi feita para evitar  isso, mas pra que perder tempo com propagação de idéias e programas quando se pode apenas fazer um conchavo?
O Rio de janeiro sofre atualmente as consequências mais imediatas da-desta mesquinharia política reinante. Dois postes concentram o poder absoluto e, na falta de qualquer diretriz, seja política, humana, social ou intelectual, o utilizam apenas para fazer negócios. O Estado, coitado, e seu povo, definham à olhos vistos.
Na tal conversa com meus amigos eu realmente senti vergonha. Não por ser carioca ou fluminense, mas por, enquanto cidadão, ter permitido que meu Estado chegasse ao fundo de um poço tão pútrido e profundo.
Estarei na luta, no entanto, para corrigir esse grave erro cometido por todos nó que moramos e votamos no Rio de janeiro, Estado e Capital, eliminando estas sub celebridades dos nossos governos.
E da próxima vez em que estiver com aquele grupo de amigos, certamente o Rio estará novamente na posição em que merece e com Governantes qualificados. BBB e urubus no poder nunca mais, pelo amor de Deus...

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