25.7.11

Tortura e cárcere privado em plena Caxias

Sabe aquela piada do cara que perde a hora no motel com a amante e liga desesperado pra esposa de manhã falando pra ela não pagar o resgate pois ele conseguiu fugir? Pois é, me sinto meio assim hoje. Vivi os últimos três dias me sentindo encarcerado e torturado. Eu explico:
Apesar de não estarmos ainda em ano eleitoral, resolveram fazer uma festa no meu Bairro em "homenagem" ao Presidente da Câmara de Duque de Caxias, Vereador Mazinho, candidato à Prefeito( Que pode até nem saber disto). Excetuando a questão da campanha antecipada, tudo bem. Até porque eu não sendo da justiça eleitoral, não tenho nada a ver com isso. O problema é que os "atores" da tal festa, os personagens principais, foram importados direto da Mangueirinha, uma favela que tem aqui perto, núcleo de poder do tráfico... Este pequeno detalhe, combinado com o funk ouvido no último volume de poderosíssimas caixas de som, deram um tom, digamos assim, especial, à tal festa.
A tortura, como se sabe, é crime inafiançável e imprescritível, mas fui submetido à ela por três dias, eu e outros tantos moradores que foram obrigados à experimentar a agonia à todo volume por todo esse tempo. Não bastasse a tortura do Funk, fomos brindados também com vários discursos na madrugada em louvor ao Comando vermelho e ao Presidente da Câmara, resumindo a dramaticidade da tortura que sofremos...
Agora eu pergunto: que cidadão de bem é louco o suficiente para sair nas ruas diante de uma manifestação deste nível? Pois é, fiquei trancado dentro de casa, em cárcere privado, assim como tive que manter trancados filhos e sobrinhos. É obvio que numa situação assim tiroteios se tornam iminentes, como aliás, pôde ser fartamente ouvido.
O curioso é que toda essa manifestação ocorreu à cerca de 3 ou 4 quilômetros do centro da cidade de Duque de Caxias, o que prova que não são apenas as áreas mais afastadas que estão dominadas pelo mal. O perigo, na verdade, mora aqui...E em vários outros lugares da cidade, do Estado e do País. Vivemos em estado permanente de calamidade pública. Quem deveria estar na cadeia, está no poder...E não me refiro apenas aos traficantes, mas, principalmente, aos governantes.

3 comentários:

Ricardo Barbieri disse...

o mais trágico é não ver nenhuma luz no fim do túnel...

Ritha Torres disse...

Passo por um problema semelhante aqui no engenho da Rainha, existe uma baile funk que tem início todo sábado por volta das 21h com um volume ensurdecedor e que só termina as 23h de domingo. Eu preciso fechar toda a casa, cerrar as cortinas e aumentar o volume da TV no máximo se quiser ouvir alguma coisa. Dormir nem pensar, é enlouquecedor e não adianta dar queixa em lugar nenhum, já tentei todos e a resposta é a mesma, estamos mandando um viatura para o local e nada acontece.

Ricardo Barbieri disse...

Ritha Torres, por coisas como esta que me mudei para o interior, já desisti de tentar resolver os problemas do mundo, hoje só quero fugir deles...