11.4.11

Eita coraçãocinho vagabundo...

Sempre tive o hábito, talvez até instinto, de mergulhar além da conta nas coisas em que acredito. Sou assim, não tem como agir de forma diferente.
As vezes até simulo ódios ensandecidos só pra camuflar os exageros amorosos que me domam, atormentam e me impelem à uma espécie rara e moderna de quixotismo. Até aí tudo bem, não é nada que prejudique quem quer que seja. Fico lá com meus moinhos de vento travando batalhas infinitas ancoradas nessa coisa ultrapassada de bem e mal. É a herança que Cervantes me deixou misturada com um “que” de Garcia Marques.
Ma o fato é que esse lirismo lúdico associado às pragas mundanas: café, cigarro, noites mal dormidas e essa falta de dinheiro que é fatal, segundo Taiguara, acabaram me levando à nocaute.
De quarta pra quinta, logo após o jogo do Fluminense, uma dorzinha nojenta pra dedeú começou a se apossar do meu peito e do meu braço esquerdo. Como de hábito, minimizei. “deve ser gazes” determinei para mim mesmo. Até dei-me ao luxo de ligar para uma amiga de quem eu gosto muito, a Alinne, que é médica, mas minimizei os sintomas... algo meio que deliberadamente feito para não deixá-la preocupada, como se isso fosse mudar alguma coisa.
O fato é que no dia seguinte, já no trabalho e ainda com as mesmas dores, a galera me enquadrou, me jogou dentro dum carro e me levou para o Mario Lione, Hospital aqui de Duque de Caxias.
A médica que me atendeu nem esperou eu desfiar o novelo da história que eu havia preparado para contá-la, me mandou logo para uma salinha onde me puseram ventosas até na alma, recolheram sangue e fizeram mais uma carrada de exames. Não tinha jeito, eu tinha infartado e acabei indo pra a UTI cardiológica.
Resumo da ópera: a experiência foi horrível, embora compensada pelo profissionalismo da equipe, que, além disso, era gente boa paca, tanto a turma que me deu assistência na UTI, quanto a galera que me auxiliou depois, já no quarto.
Sai de lá no domingo, com um estent – uma molinha que serve para manter aberta uma artéria que esteja obstruída - no peito. Na prática, pode até ser que isso dito assim pareça um exagero, uma breguice ou algo piegas, mas acho que nasci de novo. Vi minha vó por uma greta, me chamando para comer os bolinhos que ela fazia em dia de chuva, mas fiquei onde estava.
Pode ser que uma chance dessas signifique algo pendente, vou consultar os estudiosos quanto à isso. Mas uma coisa é certa, vou aproveitar essa nova oportunidade pra fazer aquelas coisas todas em que sempre acreditei mas nunca pus em prática.
Dias desses, num comentário aqui no Blog mesmo, a Bia Beijo me perguntou se eu acreditava ainda que alguma coisa pudesse melhorar. Respondo que sim, que acreditava. E depois dessa, acredito mais do que nunca. Vamos lá fazer o que será...

5 comentários:

Mônica Rocha disse...

Acontecimentos assim devem marcar muito..Bem-Vindo a sua nova vida..

Vicente Portella disse...

Valeu Mônica.....Brigadão.

Anônimo disse...

Caraca amigo !
Pára de ver joco desse timeco!
(brincadeira)
Poxa, que susto heim!!?!
É...a vida nos cobra através do corpo!
Desejo a vc uma vida q não chicoteie sua saúde!
Tamos juntos! Se precisar, grita!beijão

Leila
(desculpe o anônimo, mas não lembro de nenhuma senha do gmail-tõ véia amigo...rsrsr)

Beatriz Oliveira disse...

Meu anjo,
eu tenho fé na vida e que bom que você também tem!
Quanto a você, tenho certeza das melhoras: você é forte e muito querido, as orações vão te levantar.
Quanto ao Brasil, talvez daqui a mais uns 500 anos comece a ficar bom. KKKK
Fala pra sua avó deixar essa história de bolinho de chuva pra depois, pra beeeeem depois.
Te adoro!!!

VALDO COUTO disse...

"... o incerto é distante, a vida é mais perto
é um grande barato viver e sonhar
com os polos e poros, os sentidos despertos
pra a gente ir mais longe, na estrada caminhar...
a gente tem que parar de morrer por aí...!!! "
(Vicente Portella/Valdo Couto/Canthydio e Ivan Santos)

Então cara!!?? trate de ficar por aquí, é bem melhor!! rsrsrs Grande abraço e cuide-se.

Valdo Couto