28.2.11

Dilma, a generala x Polícia Federal

O abafamento da operação Guilhotina, confesso, me pegou de surpresa. Não votei em Dilma, é claro, mas como ela adotou a postura de Generala da honestidade, achei que a coisa carregasse alguma seriedade.
Na época da operação caixa de pandora  ocorreu a mesma coisa. Metade da estrutura do poder foi pega com a boca na botija no Rio de janeiro, mas o “cumpanheiro” Lula mandou abafar tudo. Agora, no entanto, a coisa foi muito mais grave. Pessoas que detinham postos chaves na estrutura da Secretaria de segurança eram, comprovadamente, chefes de quadrilha, e alguns ainda davam-se ao luxo de atuar em duas estruturas distintas, Governo do Estado e Prefeitura.
Quando começaram os primeiros movimentos para abafar o caso, pensei comigo: Dilma é a primeira mulher presidente da república. Ela não vai desmoralizar o discurso de gênero só para encobrir as maracutaias milionárias e criminosas de seus aliados.
Ledo engano. Tanto o superintendente da PF quanto o delegado que chefiava a operação foram mandados para a Sibéria sem o menor escrúpulo e a operação que prendeu delegados e escancarou o esquema de corrupção na segurança do Rio foi para as cucúias, sendo finalizada em menos de quinze dias sem deixar rastros nem transtornos para os aliados de Dilma no Rio de janeiro.
Nunca antes na história desse país a corrupção gritou tão alto nos nossos ouvidos, gargalhando da nossa cara, que nós, cidadãos, não passamos de um bando de idiotas encarregados de pagar as contas. Eles, Dona Dilma e seus amigos, não rasgaram apenas a constituição, o código penal e a ética, mas destruíram também qualquer esperança de seriedade pelo menos para os próximos 4 anos. É como a canção do Chico: Aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer.
Na verdade inaugura-se no Brasil uma nova era, onde o crime passa a ser permitido desde que cometido por autoridades públicas afinadas politicamente com o poder estabelecido. Talvez se crie até um novo paradigma para a educação das crianças, ensinando-os daqui pra frente que roubar, traficar, miliciar, prevaricar, tudo isso é crime, exceto quando quem pratica é governante.
A impressão que me fica é que a formação de quadrilha agora é institucional, bancada pela própria Presidente da República que demonstrou agir com rigor contra qualquer pessoa de bem, inclusive delegados da PF, que tente coibir tal prática.
O sentimento que se tem é o de liberou geral. Sinceramente, quando ouvia falar dos jeito de ser severo da generala Dilma achei que fosse uma severidade voltada para o outro lado, o lado do bem. Infelizmente, no entanto, é o contrário do que eu imaginava. A presidente é muito severa sim, mas só com aqueles que consideram a lei acima das maracutaias políticas. Essas pessoas, como ficou provado no episódio da operação guilhotina, a generala não perdoa, manda pra Sibéria imediatamente.
Se continuarmos assim, com o comportamento legal invertido e o congresso de cócoras, daqui a pouco todos aqueles que forem contra o mensalão, o tráfico, as milícias e as roubalheiras em geral serão presos e exilados.
Finalmente, só posso considerar que vivemos uma aristocracia invertida, pois somos governados pelos piores quadros de que a sociedade dispõe.

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