26.10.10

O Brasil do futuro – Serra Presidente

Dizer que Lula manteve as diretrizes econômicas de FHC seria chover no molhado. Até o atual Presidente do Banco Central , Henrique Meireles, é, como se sabe, um quadro do PSDB, eleito Deputado Federal em Goiás no mesmo ano em que Lula se elegeu Presidente. Sob o ponto de vista social a estrela do Governo Lula é o Bolsa família, programa que fundiu em um só os vários programas assistenciais de FHC, bolsa isso, bolsa aquilo, etc. Também nesta área, portanto, Lula seguiu os passos de FHC. 
Politicamente, a coisa não foi muito diferente. Lula e o PT se opuseram à todas as privatizações ocorridas no País, mas, curiosamente, nenhuma delas foi revertida. Muito pelo contrário. Lula até superou FHC em alguns casos, tanto na privatização da extração de petróleo, abrindo a Petrobras para empresas do mundo todo, como nas estradas, onde as privatizações ocorreram sem que as empresas favorecidas desembolsassem sequer um centavo. Lula doou as estradas alegando que os pedágios seriam menores e os investimentos maiores. Não foi isso o que aconteceu. 
Em termos de política externa, no entanto, Lula não seguiu FHC. Pelo contrário, fez exatamente o oposto. Nesta área pode-se dizer, com segurança, que Lula e PT adotaram uma plataforma absolutamente própria, original e até surreal, pois seu governo redirecionou todas as parcerias estratégicas do brasil. Atualmente, ao invés de termos como parceiros primordiais as grandes democracias do primeiro mundo, encravamos nossa âncora solidamente nos governos “revolucionários” do Irã, da Venezuela e em mais um amontoado de países africanos, nos quais Lula fez questão de abrir representações diplomáticas. Somos hoje aliados preferenciais de Ahmadinejad, de Chaves e de muitos dos ditadores que pululam em minúsculas e sangrentas republiquetas. Somos parceiros do apedrejamento de mulheres adúlteras, da bomba nuclear e da intervenção do Estado na vida do cidadão e na imprensa. Tornamo-nos amigos inseparáveis daqueles que defendem, oficialmente, o aparelhamento das instituições. 
Lula teve seus méritos, é verdade. Mas seus deméritos são infinitamente maiores. Essa outra face do Governo Lula, a que não seguiu os passos nem de FHC, nem da democracia, é algo tenebroso, catastrófico. Para garantir maioria no congresso, 20 anos de discurso pautado na ética não impediram Lula e PT de instituir o mensalão, instrumento de compra de parlamentares liderado por José Dirceu. Nunca na história desse País, como diz Lula, a corrupção, o roubo, a pilhagem do patrimônio público e a degenerescência política ocuparam um espaço tão portentoso na estrutura de um Governo quanto neste período pós mensalão. O Estado brasileiro transformou-se em uma versão piorada da famosa “Casa da mãe Joana” e os valores da sociedades foram estuprados em praça pública. 
Onde há dinheiro e poder há corrupção, dizem, mas no Governo Lula ela deixou de ser exceção para se tornar regra, uma coisa corriqueira jamais combatida nem pelo chefe do executivo. Ao contrário disso, Lula e PT, sempre que questionados, ou não sabiam de nada ou justificavam a ação danosa de seus parceiros apontando o dedo, criminosamente, contra adversários e os acusando de atos parecidos que, a bem da verdade, nunca ocorreram em proporções semelhantes. Ao invés de combater a corrupção o Governo Lula legalizou-a com a lógica do “ rouba, mas faz”. 
Tudo isso, a conivência, a leniência, a tolerância, o incentivo à tungagem da coisa pública como estratégia de perpetuação no poder, fizeram de Lula um líder menor. Alguém que usa seu prestígio junto as massas para obter lucros para si, para sua família – Lulinha – e seus companheiros. Mais que isso, o comportamento de Lula no exercício do poder, desmoraliza até mesmo as teses pseudo esquerdistas das quais o PT se apropriou nos seus vinte e tantos anos. 
Em síntese pode-se dizer que Lula até encheu a barriga de alguns pobres e enriqueceu seus companheiros, mas fez muito mal ao Brasil ao nivela-lo por baixo, ao tornar a desonestidade um hábito, uma ferramenta de trabalho, e ao apequenar o cargo político mais importante do País. 
Lula, na verdade, não é de esquerda nem de direita, é Lula. A prova disto é que, como último ato de sabotagem ao seu próprio partido, para não correr riscos durante o ostracismo que se avizinha, Lula resolveu apoiar um poste para sua sucessão, uma aventureira que nunca teve papel de destaque em nada do que fez em toda a sua vida. Uma pessoa que sempre foi subordinada e nunca representou ninguém além dela mesma. Dilma Roussef é um zero à esquerda. Lula até poderia usa-la para mostrar quem manda no PT, para deixar claro que o PT, para ele, Lula, não passa de massa de manobra. Impor Dilma ao Brasil, no entanto, é uma temeridade que trai até seus mais fiéis eleitores no seio do povo, pois, deste, Dilma nunca suportou nem o cheiro. Para garantir seu retorno ao Poder em 2014, Lula empurra pela goela da nação abaixo um purgante aditivado, apostando no caos. 
A sociedade, no entanto, não está encabrestada por Lula e pode reagir e escolher o melhor para o Brasil. Comparar Serra com Dilma é até covardia. Serra é de longe mais preparado, mais qualificado, mais experiente e, acima de tudo, honesto. 
O Brasil precisa de gente séria. Não se pode apostar o futuro do País no nivelamento por baixo. Precisamos de grandes governantes. Serra é estadista e em 40 anos de vida pública só fez o bem para o Brasil em todos os cargos que ocupou. 
Eleição não é Fla x Flu, nem Grenal, nem Bavi. Eleição é coisa séria. É o que define o futuro de uma nação. A escolha é entre o orelhão e o celular, entre as estatais para o PT e as estatais para o Brasil, entre Dilma, o atraso, e Serra, o futuro. E Serra é o melhor para o Brasil. Até o PT reconheceu isso ao dar continuidade ao Governo FHC, na economia e no social. Serra45. 


Vicente Portella

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