18.8.11

Uma paixão vendida à granel


O que você faria se descobrisse que sua paixão foi negociada, vendida, torrada na bacia das almas? Se revoltaria? Ficaria indignado/indignada? Lutaria contra um comportamento tão sórdido assim? Defenderia a pureza de sua paixão, de seu amor? Pois é... Os brasileiros deveriam se sentir assim em relação ao futebol.
Todos os dias esta paixão nacional é vilipendiada, tratada como mera mercadoria em benefício de alguns poucos. É como se um grupo de pessoas guardassem preciosas informações sobre quem ama quem, sobre quem é apaixonado por quem, e sequestrasse as pessoas amadas para exigir resgate em dinheiro para cada encontro entre os amantes.
Quando se trata de política, nação, pátria e valores similares a gente sabe que o brasileiro, infelizmente, é desapegado. Aliás, mais que isso, o brasileiro é permissivo e justamente por isso vivemos nestas condições sociais que todos conhecemos, com padrões de idade média. Qualquer governante pode dilapidar o patrimônio nacional diariamente que nosso povo nem liga.Os fatos comprovam isso. Mas com o futebol, que saiu da raia do esporte faz muito tempo, para entrar na esfera da paixão, a coisa deveria ser diferente.
Ricardo Teixeira, o homem de ouro do futebol brasileiro, construiu um império fantástico manipulando a paixão de um povo inteiro; vendendo jogos da seleção, aniquilando carreiras de jogadores e técnicos brilhantes e criando mitos com pés de barro. Este homem, mais que ninguém, transformou a arte do futebol em podres negociatas de bastidores e graças à isso os sonhos do País do futebol vão à cada dia se transformando em pesadelos colossais.
Ao mesmo tempo em que cobra 10, 20, 30 milhões de um governante corrupto para sediar um jogo da seleção em uma cidade qualquer - E este dinheiro acaba invariavelmente em sua conta, segundo a própria imprensa que o protege - Ricardo Teixeira destrói a estrutura do futebol, nomeando técnicos limitados e transformando em ação lucrativa até mesmo uma simples convocação de jogadores, previamente negociando valores com empresários e apoiadores na mídia.
Resumindo a ópera, Ricardo Teixeira é o homem que faz com que a paixão nacional apodreça. Que transforma sentimentos nobres em dejetos, que faz do amor de um povo uma mera mercadoria, enfim, é um negocista da paixão.
Gente assim não merece respeito, nem poder, mas, infelizmente, goza de ambos.
O fato, no entanto, é que só teremos nosso futebol de volta, para podermos exercer nossa paixão, quando este senhor for defenestrado da CBF junto com todos os seus comparsas. Até lá, torçamos para que os briosos, porém limitados, jogadores de GANA não nos atropelem.

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