
A sílaba
A palavra
Coma inteiro o poema
Com a avidez de quem lavra
A terra tenra e macia
Coma o verbo, a verve, a expressão
Coma a insinuação
do belo
Em cada mero detalhe
Coma tudo e embaralhe
No cérebro
As sensações
Do que choca e extasia
Coma o verso e a poesia
Como quem bebe uma lágrima
Num cálice de cristal
Coma o bem e coma o mal
Mas coma tudo aos pedaços
Coma com sofreguidão
Coma todo o proseado
Assim como o esfomeado
Devora o pão e a carne
E deixe escorrer, suave
Dos cantos da tua boca
O sumo da amplidão
Vicente Portella
Um comentário:
Caro Vicente, que gostoso abrir seu blog e degustar um conteúdo tão bonito, especialmente seus poemas. Continue assim, véio.
Do amigo e grande fã.
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