26.4.07

Lavradio, anjo meu...


A Rua do Lavradio parece ser, como o nome sugere, apenas uma rua, mas é mentira. Bem mais que isso, a Lavradio é na verdade um grande mar que serve como passagem obrigatória para qualquer nau que pretenda navegar pela alma do Rio de Janeiro, pois quase tudo começou ali. De 1717 até hoje, cada pedra sua exala de tal forma cultura que com ela impregna profundamente o espírito de quem passa. Foi abrigo de teatros, personagens históricos e hoje toma pra si a responsabilidade de construir o futuro baseando-se na arte de resgatar o passado, como ocorre com a Feira do Rio antigo.
Da-se ao luxo também de ser exótica, pois dispõe de um Mangue, aliás, um Mangue seco. Seco de água, mas inundado de cachaça da melhor qualidade. Mais de cem, pra quem aprecia uma boa privação de sentidos.
Em suas esquinas brilham imensas estrelas, porém, modesta apesar da majestade, divide com a Mem de Sá a Estrela da Lapa e, com a Rua do Senado, o Nova esperança. Porque a Rua do Lavradio é assim: gera espontaneamente os mais nobres e lúdicos sentimentos. Muito provavelmente carrega consigo o destino de ser assim pra sempre.

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