O resultado geral das eleições
municipais, consolidado neste 2° turno, foi, para mim, digamos assim,
tenebroso. Nem falo do ponto de vista partidário, já que o meu antigo PDT anda em
crise existencial agudíssima. Falo mais como cidadão. E pior, um cidadão que
ainda se dá ao luxo de conservar certo romantismo tolo mesmo depois dos 40... e
tantos.
São Paulo elegeu um poste, uma ameba
que anda e fala, o que deveria ser uma coisa constrangedora para qualquer
cidadão. Mas a maioria dos paulistas sempre votou muito mal. De Maluf à Haddad,
Sampa sempre foi assim. É verdade que Serra é o adversário que todo candidato
pede a Deus, mas, mesmo assim, continua sendo coisa de maluco. É como se 55%
dos paulistanos saíssem as rua gritando: Viva o mensalão! Viva o mensalão! Mas
deixa pra lá. Paulista é assim mesmo.
Aqui no Rio a coisa já começou mal na
capital, onde o povo votou claramente a favor da milícia e da lógica do “Rouba,
mas faz”. É como se o Rio se paulistizasse e adotasse os padrões ademaristas da
São Paulo dos anos 60. O Dono do TRE-RJ, seu Zveiter, ajudou bastante, é
verdade. Mas aí é outro papo.
São Gonçalo é a única vitória que eu
realmente contabilizo. Não moro em São Gonça e nem conheço o Mulim, mas,
inapelavelmente, o segundo colégio eleitoral do Rio de Janeiro deu um “NÃO
ROTUNDO” ao Governador, o que não é pouca coisa. Garotinho saiu mais
fortalecido ainda para 2014 e apesar das bobagens e mentiras que Globo, dirceuzistas
e cabralistas falam sobre o ex-governador, ele é o real contraponto a essa
política negocista estabelecida no Estado do Rio de janeiro.
Em Petrópolis eu gostei da eleição do
Bomtempo. É o PSB legítimo, de Eduardo Campos, que se descola de PT e PMDB para
criar alternativas em 2014. Espero que dê certo.
Na Baixada a tragédia até que não foi
tão grande. Apesar de terem elegido uma besta quadrada em Nova Iguaçu e outras
tantas em municípios menores, o PMDB perdeu em vários cantos, então houve
sobreviventes.
Em Duque de Caxias, minha santa e
bela (menos, menos) cidade, a coisa foi mezzo calabreza, mezzo mussarela.
A vitória de Alexandre Cardoso
fortalece Lindberg Farias, uma das maiores fraudes políticas da história
recente do País, o ex- cara pintada que agora divide o poder com Collor e
Sarney numa boa. Mas a culpa é menos do Alexandre que do próprio Lindberg, que
colou na campanha, como um encosto, por puro oportunismo político (na pior
acepção da palavra). Muito provavelmente Alexandre ganharia a eleição mesmo sem
ele, mas se Lindinho apoiasse Washington Reis, Alexandre ganharia muito mais
fácil.
É bom lembrar que Lindinho já passou
por PCdoB e PSTU, está no PT e ameaça agora cravar seu punhal nas costas do PSB
para ser candidato à Governador, pois seus asseclas petistas preferem continuar
agarrados as boquinhas oferecidas por Cabral do que bancar sua candidatura. Na
verdade Lindinho nem poderá ser candidato, pois é ficha suja. Foi condenado em
segunda instância por mutretas portentosas praticadas quando brincava de ser
Prefeito, em Nova Iguaçu.
Só me sinto derrotado em Caxias pelo
fato de Alexandre Cardoso pregar a privatização da água, que é muito ruim para
todos nós, principalmente para a população mais pobre que vai virar escrava da
ODEBRECHT.
Mas nesse Brasil petista, onde o
dinheiro sai direto do poder público para o bolso dos poderosos da iniciativa
privada; nesse País idolatrado por Eike Batista e seus “parceiros”; nesse País
dirigido pela governanta que virou mãe do PAC, é assim mesmo que as coisas
funcionam.
O jeito é esperar as próximas
eleições. Se eu saí vivo dessa, posso dar mais sorte e sair satisfeito da de
2014, né?
Vicente Portella
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