28.5.09

A banca Do Distinto

Não fala com pobre, não dá mão a preto

Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal

Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal


Letra e música de Billy Blanco



Uma singela homenagem ao nosso querido desgovernador, Serginho Cabral


27.5.09

Rio NewYork - Um conto de natal psicodélico.

Alfredo acordou sentindo um frio desgraçado. Em Janeiro, no Rio de janeiro, isso não deveria ser uma coisa normal.

-Tô com febre – pensou logo.

Levantou- se para catar um remédio e meio sem querer olhou pela janela. Estava nevando. Assustado, desceu correndo as escadas do prédio e foi olhar a rua. Tomou um baita susto. Gente encasacada andando pra lá e pra cá com o ar mais tranquilo do mundo, como se nada de absurdo estivesse acontecendo. Até Eurico, o pedinte oficial da rua, estava metido em uma daquelas capas compridas, de estilo novaiorkino.

           Quando se  deu conta estava quase congelado, as mãos chegavam a doer e nem sentia mais algumas partes do corpo. Correu pra casa para se agasalhar e tentar entender o que acontecia. Não lembrava de ter lido ou assistido em nenhum jornal no dia anterior notícias prevendo alguma frente fria. Ainda mais assim, acachapante.

Assim que entrou no AP pegou um edredom, enrolou-se nele e ligou para Tereza. A namorada talvez soubesse de alguma coisa, mas não estava em casa. Segundo a mãe, tinha ido ao Central Park dar uma voltinha.

- Central Park? Que porra é essa? – perguntou-se estupefato – Dormi em Botafogo e acordei em New York?

Ligou a televisão para ver se encontrava alguma explicação. A coisa piorou. O jornalista era conhecido, o mesmo âncora do jornal de TV de todos os dias, mas falava em inglês. Aparentemente falava de várias nevascas maltratando o Estado inteiro, inclusive uma brabíssima na Rodovia Washinton Luiz. Petrópolis já era. Estava completamente isolada. De vez em quando isso acontecia por conta das chuvas, mas por causa de nevasca, era a primeira vez.

Quando a ficha finalmente caiu – algo estranho de fato ocorria - ele se pegou tentando entender os detalhes da reportagem narrada em inglês. Não compreendia nada.

Ficou desesperado. Mudou de canal várias vezes, apertando os botões do controle remoto com força desproporcional. Inútil. Expremer os botões alucinadamente não resolvia o problema, todos os canais se comunicavam na língua de Shaekespeare.

Desligou a TV e foi pra rua na esperança de encontrar alguém conhecido. Vagou, vagou e nada. A cidade estava cheia de ninguém. Todas as caras eram desconhecidas.

Andou até a praia Botafogo e atravessou o túnel novo a pé. Copacabana parecia um pote de sorvete recém saído do freezer... Cobertinha de gelo.

Parou um sujeito que caminhava pela rua, agasalhado até a alma, e tentou estabelecer um diálogo:

-          Amigo, posso falar com você? Me dá uma informação, por favor?

-          Tá. Mas fala logo que eu vou pra assembléia... Respondeu o outro.

A tal assembléia, descobriu num papo rápido com o sujeito, era uma reunião que ocorreria no Tetro Vila Lobos. Imaginou ser para informar aos desavisados o que estava acontecendo. Nada disso. Chegando lá, era apenas uma reunião normal, tipo de condomínio, só que em nível macro. Moradores  e autoridades locais debatendo um cronograma de obras para a Zona Sul. Todos falando em inglês e completamente tranquilos em relação ao clima. Pareciam acostumados com a neve desde criancinha.

- Eu heim, coisa de maluco – falou sozinho antes de sair alucinado em busca de alguma explicação minimamente lógica.

Resolveu percorrer a cidade para averiguar a situação. Se estivesse nevando em Bangú, por exemplo, a coisa era grave. Raciocinou.

Fez sinal para um taxi, que não parou. Fez o mesmo para outro, e outro, e outro...e nenhum parava. Assoviou alto e um um deles parou imediatamente ao seu lado. Entrou rápido, se perguntando meio atônito se estaria dentro de algum filme americano. Mandou tocar para a Zona Oeste.

Devagarinho, escorregando na neve, o motorista seguia pelo aterro vazio e  estarrecedoramente branco. Nem a grama podia ser vista, mas logo depois da cabeceira da praia de Botafogo havia uma enorme placa onde se lia: Bem vindo ao Central Park. Sentado na parte de trás do carro, bateu com a cabeça várias vezes no banco da frente na  tentativa de compreender aquela maluquice toda.

Se a TV falava em inglês porque as placas estavam em português? Tudo era uma incógnita.

Atravessou o centro da cidade devagarinho. Tudo estava irreconhecivelmente vazio. Pouquíssimas pessoas arriscavam-se pelas alvas calçadas que se estendiam desde o fim do aterro até o mosteiro de São Bento, em linha reta, incluindo toda a 1° de março.

Em frente a praça XV pensou nos bares do Arco do Teles. Sentiu vontade de parar para tomar um chope e relaxar um pouco, mas descartou a idéia. “ O chope deve ter virado sorvete de cevada “, pensou calado.

Já na Avenida Brasil, reparou que as favelas haviam se transformado em prédios monumentais, daqueles que abrigam centenas de pessoas em um sem número de apartamentos. Uma infinidade de pequenos grupos - jovens, adultos, crianças e velhos de ambos os sexos, em sua imensa maioria negros, se reuniam em torno de barris metálicos em chamas. Provavelmente queimavam algum tipo de óleo nos toneis para gerar calor e se aquecer. A visão era caótica, mais pela neve do que pelo visual arqutetônico. Tudo estranheza e aflição. Olhando de longe tinha a impressão de que alguns corpos jaziam abandonados pelas calçadas. Mas talvez fosse só alguma ilusão de ótica. Um reflexo do caos que boiava em sua imaginação.

Na altura de Guadalupe o celular tocou. Deu graças a Deus, pois o motorista falava feito um condenado, em inglês, com forte sotaque indiano, sem que ele entende-se coisíssima alguma.

Era Tereza. Cobrava um compromisso romântico marcado no dia anterior e do qual ele não lembrava de ter assumido.

-          Onde você está? Perguntou a namorada visivelmente irritada.

-          Em Guadalupe, dentro de um taxi, a caminho de Bangú.

-          Você é maluco - retrucou a moça – Não sabe que essa área é perigosa pra você? Se os muçulmanos que moram aí decobrirem que você é judeu podem te atacar.

Alfredo pirou de vez.

-          Judeu? Eu nunca fui judeu. Nem religião eu tenho. Será que todo mundo ficou louco ao mesmo tempo, até o próprio tempo, só pra me sacanear? – Disse aos berros pelo telefone.

De repente o sinal do celular sumiu, ao mesmo tempo em que o carro parou. Máquinas da Prefeitura retiravam a neve que interrompia o trânsito. Já estavam na altura da Vila Kenedy e nada indicava que o sol fosse dar o ar de sua graça. Aproveitando a mudez temporária do motorista, Alfredo perguntou algo sobre estarem, de fato, no Rio de Janeiro. O Homem sorriu, tentando aparentar simpatia de uma forma visivelmente artificial e, inesperadamente, começou a cantar a música de Berry Wite em homenagem a cidade. Pior a emenda que o soneto.

Um pouco antes da entrada de Bangú lembrou dos presídios, dos muçulmanos citados por Tereza e da sua nova condição de judeu. Mandou seguir direto para Campo Grande.

Quando desceu viaduto do Mendanha quase infartou. Viu prédios e mais prédios nas laterais da estrada, construções que nunca estiveram ali antes, e pessoas aparentemente de etinia árabe caminhando de cara amarrada, driblando o gelo das calçadas. Vários edifícios ostentavam na entrada o símbolo da meia lua, de acordo com a tradição muçulmana.

 Pediu ao motorista para acelerar, e este, simplesmente riu enquanto o automóvel seguia se arrastando naquele universo glacial.

O medo de parar o autómóvel e descer do carro falou mais alto. Seguiu em frente, passando sobre viaduto, direto pela estrada do Monteiro, atravessando o Mato Alto e, literalmente, contornou a cidade, voltando à Zona sul, pela Barra da Tijuca, até a Voluntários da Pátria, novamente em Botafogo.

Desceu em frente ao seu prédio e pagou a corrida. Só então descobriu que o dinheiro em seu bolso era dolar, para a alegria do taxista e sua completa estupefação.

Estava com fome, cansado e confuso. Precisava pensar, compreender a situação. Coisa que tentava fazer, sem sucesso, desde que abrira os olhos pela manhã.

Correu para a Adega da Velha, bar tradicional de comida nordestida onde costumava parar sempre, pertinho de sua casa. Mas lá já não havia mais carne de sol, nem aipim, nem manteiga de garrafa. A antiga adega havia se transformado em um bar tipicamente americano, com cerveja quente, em caneca, e amendoim em cima do balcão. Os caras ao redor falavam de bolsa de valores e corridas de demolição, enquanto as mulheres, peitudas e sem bunda, se limitavam a sorrir de vez em quando e dançavam na frente de uma enorme caixa de música. Quase entrou em pânico, mas manteve o controle.

Sozinho, calado, escondido no canto do balcão, bebeu feito um animal. Depois, já de madrugada, fugiu, disposto a morrer em casa.

Acordou no dia seguinte com uma ressaca que mais parecia maremoto. Abriu o olho e imediatamente lembrou de tudo. Apesar da dor de cabeça, sorriu, achando que, apesar de ter vivido um pesadelo kafkaniano, finalmente acordara e tudo voltaria ao normal.

Sentiu os braços de Tereza se enrroscando nele, por trás, e experimentou uma sensação de conforto e segurança. Estava acordando, finalmente. Pensou enquanto a moça lhe susurrava:

- Levanta amor, O Presidente Barak Obama vem ao Rio agora de manhã e eu quero assistir à palestra dele.

21.5.09

O sicário da cultura

Fui à Alerj ontem - 20/05/09- para conversar com o amigo Paulo Ramos sobre questões específicas da empresa em que trabalho - Um prefeitinho de meia pataca, de Teresópolis, no Rio de Janeiro, quer privatizar o saneamento no município - e acabei tendo uma surpresa fantástica. Ocorria na casa uma sessão solene, proposta e presidida pelo próprio Deputado Paulo Ramos, em homenagem aos 100 anos do Teatro Municipal.  Até aí tudo bem. Muitos artistas do Municipal presentes, inclusive a Bailarina Anna Botafogo, além de várias associações de profissionais da casa - Orquestra, balet, coro, etc - fizeram com que a solenidade se transformasse em uma emocionante denúncia de mais um ato gravissimo do Governo do Estado. Por mais difícil que seja acreditar, o fato é que Sérgio Cabral quer PRIVATIZAR não apenas o teatro Municipal, mas toda a área de cultura do Estado. Algo inacreditável.
Alguém precisa chamar a atenção do Governador, avisando-o que não se pode Governar com uma caixa registradora na mão, que nem tudo pode ser submetido à lógica do lucro pura e simples. Alguém precisa dizer ao Governador que existem valores que a sociedade precisa conservar, como a cultura, por exemplo.

O emocionado depoimento da Presidente da Associação do pessoal da orquestra do Municipal, Jesuína Passarto, deixou bem claro o momento de agonia que artistas e técnicos estão vivendo. Depois de tantos anos de dedicação profissional absoluta à causa da arte, vêm-se agora cercados por uma covarde lógica financista que pode dar fim a uma das casas de cultura mais importantes da America Latina, senão a mais importante. 
- Querem arrancar nossa alma e nosso ar - Afirmou a presidente.
Sergio Cabral, que agora se revela um sicário da cultura, tem todo o Direito de dançar o créu, o cráu e o diabo à quatro, mas não tem o Direito de destruir o que ele não construiu. O Teatro Municipal não pode virar uma casa comercial como tantas que existem por aí, pois sua função é resguardar e propagar um patrimônio cultural que pertence à muitas e muitas gerações de brasileiros. Não se pode transforma-lo em balcão de negócios.
Como se não bastasse ao Governador apartear classes sociais, criando guetos e campos de concentração, quer agora também destruir a Cultura. 
Isso me faz refletir todos os dias sobre o que vem acontecendo com o Rio de Janeiro nos últimos tempos. O que nos levou a eleger apedeutas, néscios e negocistas tão grotescamente compromissados com uma concepção mesquinha de Governo?

OBS: Fomos brindados, ao fim da sessão, com 3 bélissimas apresentações de artistas do Municipal . Um privilégio.

20.5.09

A Cesar o que é de Cesar

A cidade da música e a arte da futrica

Em terras brasileiras, mais especificamente em terras cariocas e fluminenses, qualquer investimento que exale algum aroma de cultura provoca a fúria de uma pequena, porém barulhenta e poderosa, parcela da sociedade. E isso vem de muito tempo. Os Cieps de Brizola foram exaustivamente marretados, os animadores culturais de Darcy Ribeiro, caçados – assim mesmo, com Ç – e o Guggenheim condenado ao limbo. Agora, os baluartes do atraso voltam seus canhões contra a Cidade da música.

Ao que parece há alguma lei, não escrita, proibindo o Rio de janeiro de retomar seu papel no panteon da cultura brasileira.

Como sempre, o argumento dos guerrilheiros do atraso é o preço, o custo da obra. Advogam um caráter sagrado para o dinheiro público quando a questão é investimento em cultura. Em outras áreas, não. Pode-se distribuir dinheiro público à vontade para empresas amigas e ONGs, pode-se afundar Estado e Município em aventuras privatistas danosas, inconseqüentes e, sobretudo, caríssimas, que ninguém levanta a voz para se opor. Principalmente no quesito publicidade. Mas, quanto à cultura, investir é proibido.

Graças à arte da futrica, esta mentalidade pré medieval, inspirada muito mais em interesses financeiros e políticos do que em qualquer outra coisa, o Rio de Janeiro vai submergindo cada vez mais em importância e qualidade de vida quando comparado a outras capitais brasileiras, principalmente São Paulo.

As campanhas patrocinadas aqui contra governantes que ousam governar pensando na cidade, tentam aniquilar nossas esperanças de desenvolvimento.

Além de tudo, como se não bastasse a pura e simples convicção arcaica nos impondo aspectos tribais de civilização, há ainda uma descarada desonestidade política. Na falta de argumentos minimamente sustentáveis, acusa-se. Agride-se. Tenta-se mergulhar no lamaçal nacional o nome dos poucos governantes que insistem em trabalhar de maneira qualificada.

Pode-se dizer o que quiser do Prefeito Cesar Maia, pode-se até nem ser seu eleitor preferencial, mas em 16 anos à frente da Prefeitura do Rio nunca se viu seu nome envolvido em fraudes, mutretas, escaramuças ou maracutaias, mas todas as vezes em que o governante tentou investir em cultura foi trucidado pela imprensa. Mesmo agora, fora do exercício do cargo, tentam transformar problemas comuns em qualquer obra de grande porte em provas irrefutáveis de corrupção. Fazem isso ao mesmo tempo em que impõem a segregação social e marginalizam os pobres, como faziam os líderes nazistas. Pobreza de espírito, manipulação e, acima de tudo, covardia. Em ambas as ações.

Como dizia Chateaubriand, os agentes desta campanha são índios botocudos trepados em árvores, apontando suas flechas contra o desenvolvimento. Prontos a atacar sempre que haja uma ameaça de processo civilizatório pairando no ar, pois é no caos que residem seus lucros.

A população, como um todo, não partilha de seus toscos sentimentos, daí a necessidade de estampar exaustivamente suas agressões na mídia, esperançosos de que possam, assim, convencer alguém de seus pequenérrimos propósitos.

Mas o Rio de janeiro, sabemos, é bem maior que tudo isso. Já em 2010 o povo dará uma resposta a essa gente. Ou é isso ou estaremos fadados a assistir a construção de um império do atraso diante de nossos olhos. 

18.5.09

O Rio é o caos

Ta difícil a vida no Rio de Janeiro, tanto Estado quanto capital. Serginho Cabral resolveu se vingar dos pobres que andam falando mal dele e fechou os restaurantes populares.

- Quem gosta do Garotinho que vá almoçar na casa dele – Teria dito Cabral à um aspone..

Eduardo Paes inventou a OS – Ordem de subtração- que passa o que é público para o privado numa boa, sem papelada de privatização nem nada. É a sopa no mel.

Tem também o Choque de ordem, que agora é pago – os hotéis pagam 90 mil por mês pra Prefeitura ficar à seu exclusivo serviço, e, quem paga só impostos, que se foda. Que vá reclamar ao Bispo.

De preferência ao Ex Bispo do Rio, o tal do Eusébio Sheidt, que limpou os cofres da igreja católica Fluminense.

Aliás... PUTA QUE O PARIUUUU... Nem a igreja essa gente perdoa? Literalmente o Bispo picareta comprou um AP de 2 milhões com as doações das pessoas. Se eu, que sou agnóstico, fiquei indignado, imagino os fiéis...

O medo que eu tenho é que esses caras comecem a se revezar no poder. Já pensou se o Eusébio Sheidt vira Prefeito, o Dudu Governador e o Serginho Bispo? Não é bom nem pensar nessas coisas...

16.5.09

O Brasil é inacreditável

É só a gente dar uma cochilada que esse povo do Congresso faz alguma besteira. Parece carma. Ja pensei até em recolher doações para comprar algumas toneladas de um regulador qualquer pra ver se alivia a incontinencia intestinal dessa gente, principalmente os tucanos.
Os caras escolheram justamente o momento da maior crise financeira da história mundial, perto da qual a gripe do porco é resfriado, para inventar moda e criar a CPI da Petrobrás, maior empresa brasileira e presente em todo o mundo.
Em qualquer lugar do planeta as suspeitas de crime, seja roubo ou assassinato, são emcaminhadas a polícia. Aqui não. Inventam logo uma CPI.
Na verdade a oposição anda em baixíssima conta com o povaréu e nessas circunstâncias a necessidade de aparecer é premente.
Para se ter uma idéia, o glorioso líder da oposição, Senador Arthur Virgílio (Só podia ser tucano), foi candidato a Governador de seu Estado, o Amazonas, obtendo apenas 2% dos votos. Mesmo assim ainda se julga competente para por em xeque a vontade popular.
Independente de quem seja Governo - e deixo claro que não sou nem nunca fui Lulista - as instituições devem ser preservadas. Mas no Brasil isso depende do desespero de quem pretende chegar ao poder, mesmo que seja a força.
Se a polícia investigasse possíveis irregularidades na Petrobrás seria uma coisa natural, aliás, polícia serve para isso, tanto a Federal como todas as outras de que se tem notícia. Uma CPI, no entanto, é uma verdadeira calamidade.
Tanto coisa para esses caras esculhambarem e eles escolhem logo nossa maior empresa...putz... É o cúmulo da irresponsabilidade.
Fica uma idéia para os trabalhadores brasileiros que investiram seu fundo de garantia em ações da empresa de petróleo pátria: se a coisa degringolar, lembrem-se, o nº da besta mudou para 45. E não tenha pena se ver algum tucano chorando, foram eles quem começaram.

12.5.09

Não aconteceu? virou manchete...

A imprensa brasileira evoluiu muito nos últimos anos. Antigamente ela se limitava a reportar os fatos, mas hoje, em tempos de globalização, sistemas corporativos, essa coisa toda, a imprensa não apenas reporta, mas acima de tudo, cria os fatos.

Tem lógica, esse processo. Pra que ficar esperando as coisas acontecerem, não é mesmo? É muito mais fácil gerar o problema para depois explorá-lo, como fazem as fábricas modernas, produzindo desde a matéria prima até o produto final.

Gripe suína, bovina, aviária, mesmo sem a coisa acontecer, a imprensa já esta noticiando e estabelecendo o padrão de comportamento a ser adotados pelos Governos para enfrentar as crises. E ai do Governo que não se pautar pela mídia... Vai para o inferno da opinião pública na hora.

Aliás, por falar em opinião pública, é preciso que se diga, mesmo com pesar, que ela já não mais existe.

Na falta de tempo para ficar perguntando ao povo o que ele acha a imprensa criou a opinião publicada, sucessora sem votos da opinião pública. Até porque facilita as coisas. Não é mais necessário auferir o sentimento coletivo sobre um determinado tema. Basta enervar um cidadão de classe média, coisa super fácil, principalmente se for um daqueles que vivem frustrados e aporrinhados por contas, filhos, casamentos nos quais a esposa sempre cobra algum artigo melhor do que o do vizinho etc. que são a grande maioria, para se estabelecer um consenso, mesmo que seja um consenso “por amostragem”. Coisa do tipo: se esse infeliz pensa assim, os outros pensam igual.

No futebol da pra se reparar perfeitamente esta nova faceta da imprensa. Na primeira rodada de um campeonato nacional, com 38 rodadas ao todo, os gênios da imprensa já apontam o campeão.

Vários “comentaristas”, que pela capacidade profissional devem ganhar algo em torno de CR$1,99, alguns, e caldo de cana com pastel, outros, a título de honorários – A maioria, inclusive a gente ainda fica se perguntando como conseguiu aquele emprego - “comentam” de forma entusiasmada as futuras vitórias do time escolhido e passam o resto do campeonato torcendo pelo seu clube, desqualificando os adversários e melando, na medida do possível, qualquer ação que não seja condizente com os seus propósitos. Evocando até, sempre que necessário, o braço do judiciário inventado para esse fim, o STJD LTDA.

Todos eles, é bom que se registre, são defensores da mesma “tática” de jogar pelas pontas e dizem isso sempre em tom profético.

Enfim, a evolução da imprensa brasileira é realmente espantosa. Difícil é acreditar que em 4 anos de um curso caríssimo a maioria tenha aprendido apenas a reproduzir informes enviados pelos gabinetes de governantes. Ipsi literis.

Tem gente que lê no jornal, assiste na TV e ouve no rádio, mas só pra trocar de tédio. Acreditar, é claro, ninguém acredita, pois todos sabemos que a imprensa “muderna” se baseia na ficção.  

9.5.09

Crise de escrita

Eu estava ontem em casa, tarde da noite já, imaginando coisas tranquilas e edificantes enquanto batia com a cabeça no monitor do computador, com força, desesperado, tentando pensar em alguma coisa interessante pra escrever pra vocês. Neste momento impar, recebi um email de um amigo.

Putzzzz... Puta sacanagem. Eu quase me suicidando e o cara me manda uma imagem de Jesus Cristo pregado na cruz, com uma mensagem pra lá de chorosa, me intimando a repassar aquilo pra toda a minha lista de contatos sob pena de, em caso de não faze-lo, me tornar a besta do apocalipse em um futuro bem próximo e único responsável direto pelo extermínio da humanidade.

Pô, isso é covardia. Não se faz isso com quem está trabalhando honestamente para, pelo menos isso, garantir um hotelzinho legal pra namorada.

No finalzinho o texto dizia que, ao repassá-lo, eu poderia fazer parte do seleto clube de 7 % de pessoas que receberam e repassaram a mensagem, pois 93% ignoraram e foram direto para os quintos dos infernos.

Depois do primeiro impacto, respondi ao amigo que me mandou o email: Pô, bicho...leva a mal não, mas eu prefiro o clube dos 93%. Eu moro em Caxias e você conhece os caras que mandam aqui. Então, pra mim, não tem como o inferno ser tão ruim...

Pode parecer brincadeira, mas a coisa é séria. Se eu repasso aquele troço pra minha lista, corro o risco de amanhecer o dia sem nenhum amigo pra contar história. E pior, sem amigas. Cruz credo.

Vocês já repararam que toda mensagem religiosa tem um compromisso declarado com o sofrimento? Ninguém agüenta mais isso. Além do mais, cultuar sofrimento na pele dos santos é moleza, quero ver o sujeito que bolou o email ir lá e sofrer aquilo tudinho. Não sobraria nem cérebro pra formular a mensagem.

O que essa gente que vive passando email assim pela internet não entende, é que não há como concorrer com Deus. Se você estiver feliz, Deus te permitiu isso. Se estiver triste, só Deus pode te alegrar. Se estiver entediado, vá se danar, pois Deus tem mais o que fazer. Então pra que forçar a barra? O cara é o cara e pronto. Não tem mais história. Ou será que essa gente acha que se puxar o saco do homem vai ganhar entrada franca para o céu? É o escambau!

Qualquer santinho desses que a gente vê por aí, pra ganhar o título que tem sofreu mais do que artista na Baixada. Coisa braba mesmo. Isso prova que bajular Deus não garante nada.

O sujeito chega pra você e diz:

-Deus não quer que você faça isso, nem aquilo, nem aquilo outro...

Não pode beber. Não pode fumar. Não pode transar. Não pode nem desejar a mulher do próximo... Ah.....vá te catar! Corta os pulsos logo...

Cadê a procuração dessa gente pra falar em nome do cara? Alguns, inclusive, mesmo que tivessem uma procuração não lhes adiantaria de nada. Nem ler eles sabem, coitados.

Mas enfim, eu só vim aqui pedir desculpas a vocês. Fiquei tão atordoado com o email desse amigo que acabei não conseguindo escrever nada decente. Vou acabar mudando de profissão... Aliás, se alguém quiser comprar um carnê do baú da felicidade me diz, aí no comentário...

8.5.09

Notícias intrínsecas

Bom ar nas favelas

O Governador do Rio de Janeiro, Adolf Cabral, encomendou à empresas amigas uma licitação para o fornecimento de "Bom ar", no atacado. Depois de concluído o muro de 3 metros ao redor das favelas o governante austríaco quer borrifar o produto em toda a área interna do muro, para, segundo ele, acabar com o mau cheiro das favelas.
Segundo informações, o Governo pretende usar na próxima campanha o seguinte slogam: Acabamos com a visão, agora acabaremos com o cheiro.

Imprensa comemora gripe suína

Vários ógãos de imprensa brasileiros, liderados pela Rede Globo de televisão, estão comemorando efusivamente o primeiro caso confirmado da gripe suína no Brasil.
Depois de passar duas semanas tergiversando sobre o nada, finalmente ocorreu um caso confirmado no Rio de janeiro.
- Já estavamos desesperados, conta uma jornalista da Globo News. Faz 15 dias que a gente só fala do vírus e nada dele aparecer? assim o povo vai pensar que a gente tá mentindo ou disseminando pânico....
Ainda hoje haverá uma festa no projac para comemorar o surgimento da primeira vítima. O Governador Adolf Cabral, inclusive, já prometeu enviar uns leitõezinhos de presente para seus colegas de trabalho.

6.5.09

ONU condena Lula e Cabral pelos muros nas favelas

Direto do site You pode

Quem brinca com fogo, acaba se queimando. Foi isso que aconteceu com o presidente Lula e seu inexplicável silêncio sobre os muros de três metros que seu amigo Sérgio Cabral está ergüendo na favelas do Rio em nome de uma proteção ambiental na qual ninguém acredita, dada a dimensão da parede de concreto. Hoje, em Genebra, na Suíça, um perito das Nações Unidas, Alvaro Tirado Mejiam, disse que a construção das cercas marca o início de uma discriminação geográfica no país. Tudo isso aconteceu, para absoluto constrangimento do governo brasileiro, quando seus representantes tentavam defender os programas sociais no país. E não foi só isso: os peritos da ONU também jogaram duro contra a corrupção no Brasil e o acesso da população mais pobre à Justiça. A sabatina promovida pela ONU tinha a representação de 13 ministérios brasileiros. A questão dos muros, que já repercute mal entre membros do Comitê Olímpico Internacional para a definição da cidade candidata aos jogos de 2016, foi o principal tema dos peritos das Nações Unidas. Mejiam foi duro e enfático: “Estão fazendo muros entre as favelas e os bairros ricos. O que está sendo feito contra estes projetos?”- questionou.
 
20090420elpepuint_2O secretário nacional de direitos humanos, Paulo Vannuchi, ficou ficou desconcertado e pouco pôde explicar à platéia. Mais do que isso, fingiu desconhecer a amplitude do problema fartamente noticiado na imprensa:
-O muro não é uma boa idéia, representa uma limitação dos direitos humanos. Mas o Brasil não constrói muros em favelas (o goveno Cabral constrói, sim). Não conheço os detalhes, não sei se é num terreno público ou privado.
Mas a chamada calça justa dada em Vanuchi, Lula e Cabral não ficou apenas nisso. Um outro perito, o russo Yuri Kolovsov, interrompeu por um momento a apresentação do secretário e mandou na lata:

-Pare de nos dar lições. Vamos falar da corrupção que afeta todas as áreas no Brasil. Não precisamos de lições de sociologia e de história. Sabemos de tudo isso.

A sabatina da ONU visa avaliar as condições dos direitos sociais no Brasil. A questão do muro, defendida com unhas e dentes pelo governo Cabral, já foi alvo de críticas profundas do Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, do antropólogo Roberto da Matta, do economista Sérgio Besserman e até chegou ao youtube, sendo comparado a uma política nazista. 

4.5.09

Povo não compra mais jornal

Nos outros Estados eu não sei, mas aqui no Rio o povo está se vingando legal da grande imprensa. O desespero dos caras para vender jornal salta aos olhos, pois o povão está dando um doloroso gelo na mídia.

A primeira leitura dos burocratas dirigente de jornalões foi a de que o povo era burro, ai inventaram uns jornaizinhos extremamente vagabundos – O Dia fez um e o Globo outro – resumindo as informações ao tráfico, ao futebol e a mulher pelada. Continuaram naufragando. Mudaram seus visuais, paginação, colocaram enfeites, passaram a reproduzir os dramas das novelas, e nada. Parece que há uma vingança muda do Zé povinho. A grande imprensa se torna sócia de Governantes picaretas e o povo para de consumir jornais.

Os anunciantes, é claro, devem estar fugindo deles como o diabo da cruz. Publicar anúncio em jornais do Rio passou a ser um péssimo negócio. Ninguém os lê mais.

Brizola disse certa vez que povo tinha o direito de amaldiçoar os seus algozes, e pelo visto é isso que estão fazendo.

Talvez o jeito seja fazer o que o Serra fez em São Paulo, mais de 5000 assinaturas de um órgão de imprensa amigo para vários setores do serviço público Estadual gerando milhões de reais para os combalidos cofres da empresa de comunicação.

Cabral e Paes vão ter que pensar em algo assim para contemplar os seus sócios. E rapidinho.

Como a imprensa já está reproduzindo na íntegra a versão oficial dos fatos publicadas nos sites do Governo do Estado e da Prefeitura, não há mais dúvidas de que no Rio só há a imprensa oficial. Todos os jornais do Rio fazem parte da imprensa oficial. Quem paga a conta é a gente, mas o povo sai com o sabor da vingança na boca.

Ao invés do famoso " Deu no Jornal", que antigamente significava a credibilidade da imprensa, agora diz-se " Deu pro jornal" quando se pergunta cadê o dinheiro dos nossos impostos. E como jornalões e governantes são sócios...  já viu , né?

2.5.09

Eu cantei a pedra...

Em um post aí em baixo eu disse que Cabralzinho e Dudu estavam contratando um Menguele para unir os vírus das gripes suína e aviária. Agora olha o que o youpode publica: Gripe do porco pode se juntar à gripe do frango e ficar ainda mais perigosa . É mole ou quer mais?

Rio 2016
Por falar nisso, tá rolando a campanha para as olímpiadas de 2016 no Rio. Se eu tivesse grana, sinceramente, faria um dossiê contra a candidatura.Eu amo o Rio de paixão, mas permitir que fascistas e picaretas usem a cidade para ganhar Rios de dinheiro é SACANAGEM. Depois do PAN, os interesses inconfessos do COB ficaram bem nítidos para todos nós. Eles acham legítimo arrebanhar rios de dinheiro público sem sequer prestar contas da grana. Aquilo que antigamente a gente chamava de negócio da China, atualmente é negócio do Rio - Estado e Município- principalmente quando o COB está na jogada. Triste isso.